Avaliação: Caoa Chery Tiggo 5X Pro sobe o nível e mira até Corolla Cross

SUV sobe no salto com banho de loja, tapa no visual e novo câmbio. Agora, quer bater de frente até com SUVs maiores

Renan Bandeira
Por
17.02.2022 às 14:00 • Atualizado em 29.05.2024

A Caoa Chery segue atualizando seu catálogo em ritmo acelerado. Desde o ano passado, a parceria sino-brasileira vem aplicando a linha Pro em diferentes veículos, com direito a reestilização visual, bom banho de loja e atualização de motores e câmbios.

Depois de lançar Tiggo 3X, Arrizo 6 Pro e Tiggo 7 Pro, a bola da vez é o Tiggo 5X Pro, uma renovação substancial de seu modelo mais emplacado no Brasil. O SUV atualizado será vendido em versão única de acabamento, que substitui imediatamente a linha atual.

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Além das mudanças características da grife Pro, a Caoa Chery aplicou no Tiggo 5X o mesmo trem de força do Arrizo 6, aliando o conhecido motor 1.5 turboflex a um câmbio automático tipo CVT com simulação de nove marchas no lugar do automatizado de dupla embreagem com seis velocidades.

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A expectativa da marca em relação ao modelo é tamanha que, de acordo com seus executivos, o Tiggo 5X Pro não brigará somente com as versões de topo de Hyundai Creta, Jeep Renegade e VW T-Cross, sendo uma pedra no sapato também das versões de entrada de Toyota Corolla Cross, Jeep Compass e Volkswagen Taos

Será que ele consegue ir tão longe assim? A Mobiauto já experimentou o SUV reestilizado e conta o que melhorou ou não no Tiggo 5X. O primeiro item digno de nota é o preço: nesse quesito, o Tiggo 5X realmente subiu de nível, já que seu antecessor custava menos de R$ 150.000.

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Caoa Chery Tiggo 5X Pro 2023 - Preço de lançamento: R$ 154.990 (fev/2022).

Visual e acabamento interno

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O Tiggo 5X Pro está mais bonito, fato. O tapa no visual está concentrado na dianteira, que ganhou a nova grade hexagonal no estilo Diamond, com divisórias pontilhadas estilo cascata, que toma boa parte do balanço.

Outra novidade é que o pára-choque foi redesenhado, integrando as luzes de condução diurna em LED em um novo recorte. Os faróis são os mesmos, incluindo um projetor e uma parábola de cada lado, mas agora com iluminação em LED (exceto as luzes de seta, ainda halógenas).

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Na lateral, as novas rodas de 18 polegadas com acabamento diamantado e em preto brilhante deixam o visual mais jovial. Já a traseira segue praticamente a mesma, com um leve retoque no pára-choque.

Internamente é onde o SUV mais se renova, recebendo um acabamento acima da média do segmento. Praticamente todas as superfícies são macias ao toque e os detalhes do console central em dois andares imitam aço escovado. 

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Os bancos são de couro sintético e repetem as cores do painel e das portas, deixando os revestimentos bem alinhados. A manopla do câmbio estilo joystick, como nos Volvo, o teto panorâmico (herdado do antecessor), a seleção da tonalidade das luzes pela central e os ajustes elétricos do banco do motorista deixam a cabine ainda mais sofisticada.

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Dimensões e espaço interno

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O Tiggo 5X Pro manteve as dimensões do antigo Tiggo 5X TXS e essa é uma de suas cartas na manga para incomodar Corolla Cross e Compass. São quase 4,34 metros de comprimento, 6 cm a menos que o Jeep e 12 cm a menos que o Toyota. 

Parece muito, mas o Tiggo 5X está mais perto dele do que da maioria dos SUVs compactos. O Renegade, por exemplo, mede 4,27 m, enquanto o T-Cross não passa de 4,20 m. São 7 cm e 14 cm de vantagem para o Caoa Chery, respectivamente.

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Seu entre-eixos também se aproxima do de SUVs maiores: 2,63 m, apenas 0,6 cm e 1 cm a menos do que Compass e Corolla Cross oferecem, e 8 cm a mais do que o Renegade. 

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Suas medidas lembram as de um Renault Duster, mais robusto do que a média da categoria, e tornam a cabine espaçosa. Os passageiros da segunda fileira têm bons vãos para cabeça e joelhos nas posições laterais, mas o assento central não leva um adulto.

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O Tiggo 5X Pro também fica devendo um porta-malas maior, já que manteve os tímidos 320 litros do antecessor. O volume é relativamente pequeno mesmo para um SUV compacto, ficando muito aquém dos mais de 400 litros oferecidos pelos pretensos rivais compactos-médios.

Dimensões: 4.338 mm de comprimento, 2.631 mm de entre-eixos, 1.830 mm de largura, 1.645 mm de altura, 340 litros de porta-malas, 51 litros do tanque de combustível, 1.452 kg de peso em ordem de marcha.

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Desempenho e consumo

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O motor 1.5 turboflex do Tiggo 5X Pro é o mesmo de antes, porém recalibrado para atender as regras do Proconve L7. A Caoa Chery afirma que o SUV recebeu ajustes na central eletrônica, injeção e pré-aquecimento do combustível. Agora, as válvulas de alívio e termostática são controladas eletronicamente. 

Isso não alterou as especificações de potência e torque do propulsor, até porque a fabricante não aplicou injeção direta de combustível. Assim, o SUV segue rendendo 147/150 cv de potência (gasolina/etanol) e 21,4 kgfm de torque (qualquer combustível).

A principal novidade do trem de força está no câmbio automático, que simula nove marchas. É a mesma caixa usada por Arrizo 6 e Tiggo 3X, e substitui a antiga automatizada de seis marchas e dupla embreagem com caixa seca, foco de diversas reclamações por parte de clientes.

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Motor: 1.5, dianteiro, transversal, quatro cilindros, 16V, turbo, flex, injeção multiponto

Taxa de compressão: 9,5:1

Potência:  147/150 cv (a 5.500 rpm) (gasolina/etanol)

Torque: 21,4 kgfm (a 4.000 rpm) (gasolina/etanol)

Peso/potência: 9,87/9,68 kg/cv (gasolina/etanol)

Peso/torque: 67,8 kg/kgfm (gasolina/etanol)

Câmbio: automático do tipo CVT, simula nove marchas

Tração: dianteira

0 a 100 km/h: 10,5 segundos (etanol)

Velocidade máxima: 193 km/h (gasolina/etanol)

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O resultado das mudanças é que o Tiggo 5X Pro melhorou sua aceleração de 0 a 100 km/h em 0,7 segundo: agora, o modelo o faz em 10,3 segundos. A velocidade máxima é limitada eletronicamente em 193 km/h.

O desempenho ainda não é dos melhores, visto que o Tiggo 5X Pro ainda não entraria na lista dos SUVs compactos mais rápidos do Brasil. Nesse momento é que sentimos falta da injeção direta para ajudar na performance.

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Ainda assim, ele responde bem às acelerações. Entrega o suficiente para fazer ultrapassagens na estrada, por exemplo, e não falta fôlego para enfrentar rampas íngremes na cidade, principalmente quando o modo Sport é acionado.

Além disso, manteve praticamente os mesmos dados de consumo do antecessor, segundo o Inmetro. Na verdade, ficou até um pouco mais econômico quando abastecido com etanol em qualquer ambiente, perdendo eficiência apenas no ciclo rodoviário com gasolina.

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Consumo Tiggo 5X TXS: 6,7 km/l com etanol e 9,8 km/l com gasolina na cidade; 8 km/l com etanol e 11,7 km/l com gasolina na estrada.

Consumo Tiggo 5X Pro: 6,9 km/l com etanol e 9,9 km/l com gasolina na cidade; 8,1 km/l com etanol e 11,5 km/l com gasolina na estrada.

Dirigibilidade e conforto

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A troca da dupla embreagem pelo CVT ajudou a deixar a condução do Tiggo 5X Pro mais confortável. Por não ter trancos nas trocas de marchas, o motorista fica mais relaxado para dirigir por maiores distâncias sem tanto desgaste.

A direção com assistência elétrica responde bem aos comandos: não está mais tão leve quanto antes na estrada. Adeus à sensação de ter um carro flutuando a velocidades mais altas, ao passo em que o sistema segue leve o suficiente para ajudar nas manobras em ambiente urbano.

No entanto, foram a vedação da cabine e o ajuste da suspensão os pontos que mais agradaram. No primeiro caso, com os vidros fechados, o ruído externo é praticamente todo eliminado. Só o câmbio proporciona um barulho característico nas acelerações mais fortes, a ponto de invadir o habitáculo.

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Já a suspensão foi ajustada para acabar com o comportamento de SUV molengão do (an)Tiggo 5X - desculpem o trocadilho - e dar ao novo Tiggo 5X Pro uma dinâmica mais agradável. A carroceria não rola como antes nas curvas e dá mais confiança ao motorista, principalmente em rodovias.

Outro ponto positivo é que os novos desenhos dos pára-choques aumentaram os ângulos de ataque e saída para 23,4° (+0,4°) e 31,5° (+1,5°), respectivamente. Já o vão livre do solo segue o mesmo de antes, condizente com o que se espera de um SUV compacto urbano.

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Dados técnicos: direção elétrica, suspensões independentes do tipo McPherson (dianteira) e multilink (traseira), freios a disco ventilados (dianteira) e sólidos (traseira), 11 m diâmetro de giro, 159 mm de vão livre do solo, 23,4º de ângulo de ataque, ângulo central não divulgado e 31,5º de ângulo de saída.

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Tecnologias e segurança

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O Tiggo 5X Pro tem entre suas principais novidades a dupla de telas digitais para quadro de instrumentos e central multimídia. O cluster agora tem 7 polegadas e o sistema de entretenimento, 10,25 polegadas, com conexão de Android Auto e Apple CarPlay via cabo.

A central é bastante intuitiva, mas carece de respostas mais rápidas depois de projetar a câmera de ré na tela. Já a tela do cluster apagou repentinamente durante nossa avaliação e só voltou a funcionar após o carro ser desligado e religado. 

A Mobiauto procurou a Caoa Chery que, em nota, explicou que "os veículos usados durante o evento são modelos pré-série. O caso foi avaliado pela engenharia da montadora, que realizou uma atualização de software no painel de instrumentos". E concluiu afirmando que "os modelos de produção, que serão comercializados aos clientes, já passaram por essa atualização."

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No entanto, o SUV conta com um pacote interessante de equipamentos. Além da câmera de ré já citada, ele tem câmera 360º, muito útil nas manobras, e de auxílio ao ponto cego nas conversões. Esta última funciona quando a seta é acionada, mas não aumenta tanto assim o campo de visão e ainda cobre a tela do navegador GPS, por vezes mais atrapalhando que ajudando.

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O SUV continua a oferecer freio de estacionamento eletrônico com auto hold (que agora se mantém ativo em todas as paradas), assistente de partida em rampa e ar-condicionado automático digital e bizona. 

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Outro item interessante é o controle de velocidade em descidas, que inclusive funciona bem e não demanda intervenção do motorista em ladeiras mais anguladas. Faltaram assistências ativas à condução, como assistente de permanência em faixa, alerta de ponto cego ou frenagem autônoma de emergência…

Caoa Chery Tiggo 5X Pro - Itens de série

Visual: luz de condução diurna de LED, faróis de LED, retrovisores com seta integrada e desembaçador, aerofólio traseiro, barras longitudinais no teto, rodas de liga leve de 18 polegadas, alavanca do câmbio no estilo joystick, teto solar panorâmico, banco com revestimento em couro sintético e acabamento macio ao toque.

Conforto: ar-condicionado automático, digital e de duas zonas com saídas para a segunda fileira, volante multifuncional, banco do motorista com ajuste elétrico, coluna de direção com regulagem de altura e profundidade, retrovisores com rebatimento elétrico, vidro elétrico nas quatro portas e bancos com rebatimento 40/60.

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Tecnologia: controle de cruzeiro, computador de bordo multifuncional, sensor de estacionamento traseiro, acendimento automático dos faróis, sistema follow me home, modos Eco e Sport de condução, assistente de partida em rampa, controle de descida, chave presencial e partida por botão, painel de instrumentos com tela de 7 polegadas, partida remota do motor, câmera 360º e central multimídia de 10,25 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay via cabo.

Segurança: seis airbags, cinto de três pontos e encosto de cabeça para todos os ocupantes, freios ABS com distribuição EBD e assistente BAS, Isofix, controle de estabilidade e tração e monitoramento de pressão dos pneus.

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Conclusão

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Incomodar Corolla Cross e Compass é uma missão complicada para o Tiggo 5X Pro, mas o plano ousado da Caoa Chery tem fundamento, visto que suas dimensões são próximas às dos dois SUVs maiores.

Espaço interno e acabamento refinado são seus maiores trunfos, já que a briga com versões de topo de SUV compactos, como Renegade, T-Cross e Creta, fica mais complicada do ponto de vista tecnológico.

Com banho de loja e visual mais requintado, o Tiggo 5X Pro está bem calçado para dar trabalho aos rivais dos dois segmentos. Resta saber se os clientes seguirão dando o voto de confiança para o SUV que a Caoa Chery espera, mesmo com o preço mais alto.

Imagens: Murilo Góes/Mobiauto

Arte placas: Kleber Silva/Mobiauto

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Formado em mecânica pelo Senai e jornalismo pela Metodista, está no setor há 5 anos. Tem passagens por Quatro Rodas e Autoesporte, e já conquistou três prêmios SAE Brasil de Jornalismo. Na garagem, um Gol 1993 é seu xodó.

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