Ford Ka CLX 1.3 marcou o início de uma Ford que não existe mais

Versão marcou o primeiro Ka fabricado no Brasil, algo que a marca não faz mais

LA
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28.11.2024 às 23:04 • Atualizado em 02.12.2024
Versão marcou o primeiro Ka fabricado no Brasil, algo que a marca não faz mais

Com o fim da Autolatina em 1996, a Ford do Brasil renovou sua gama de produtos e trouxe novos conceitos. O mais representativo desta nova fase da marca no Brasil foi o Ford Ka. Lançado no mesmo ano na Europa, chegou em nosso país um ano depois, em março de 1997, e inaugurou o conceito “New Edge” de design, visto posteriormente no Fiesta e Focus.

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Embora pequeno, o modelo, cujo nome tinha inspiração egípcia, tinha comportamento de carro maior. Medindo 3,62 m, era 20 cm menor que o Fiesta, irmão de plataforma, e tinha a mesma largura. Ambos os modelos tinham 2,44 m de entre eixos, mas o Ka tinha capacidade para 4 passageiros, que viajavam confortavelmente em seu habitáculo, e o Fiesta, levava 1 passageiro a mais, com um pouco de aperto.

 

O irmão de plataforma cedia também a mecânica, o motor Endura 1.3 EFI de 60,2 cv a 5.000 rpm e 10,4 kgfm de toque a 3.500 rpm, capaz de levar o modelo de 0 a 100 km/h em 18,6 s e a 148,5 km/h de velocidade máxima. Por conta de seu baixo peso, apenas 910 kg, sua injeção eletrônica multiponto e bom escalonamento de seu câmbio de 5 velocidades, o modelo era bastante econômico, apresentando médias de 12,43 km/l de gasolina na cidade e 16,87 km/l na estrada.

 

Estes predicados já o tornava uma boa opção, mas seu design, impressionava, e deixava até o irmão de plataforma Fiesta ultrapassado, mesmo tendo sido totalmente reformulado em 1996. Era mesmo diferente de tudo o que tínhamos até então. Seu formato era inspirado em uma pirâmide, com paralamas que incorporavam os para-choques, e seu interior era muito bem resolvido, abusando de linhas ovais e de soluções de espaço.

 

Na traseira, havia um porta-objetos embutido no apoio de braço lateral, capaz de alojar jornais, revistas, bolsas e celulares. No piso, junto ao banco traseiro, havia 2 porta-copos. Seu porta-luvas, giratório, era inovador, e encantava a seus usuários pelas 3 opções de utilização.

 

Seu porta-malas era compacto, com apenas 186 litros de capacidade, mas seu banco traseiro bipartido em 50/50 aumentava a capacidade de espaço. Suas portas tinham dimensões generosas, o que facilitava o acesso ao banco traseiro, e sua excelente área envidraçada contribuía bastante para a visibilidade do motorista.

 

Mais soluções, hoje comuns em qualquer veículo, encantavam os proprietários do modelo a exatos 27 anos. Os direcionadores de ar do painel, arredondados, se moviam em todos os sentidos, contribuindo ainda mais para a já boa ventilação que o modelo tinha, e seu relógio analógico, no centro do painel, informava a todos os ocupantes a hora certa. Se fosse hoje, teria no mínimo uma boa central multimídia no mesmo local.

Falando do sistema de áudio, de série o modelo trazia um toca-fitas, de fabricação nacional, moldado ao painel inovador. Seu volante, de 2 raios, tinha boa empunhadura, e fascinava seu motorista por sua boa dirigibilidade, principalmente quando se descobria que o modelo era muito ágil, e ao mesmo tempo estável, em curvas acentuadas. Muitos o chamavam de “KA-rt”. O que incomodava, neste mesmo volante, era o acionamento da buzina, que necessitava de mais energia, em muitas das vezes, com a mão fora da posição de condução.

 

A posição da coluna de direção, um tanto alta, incomodava quem tivesse mais de 1,75m de altura, e o modelo nunca ofereceu regulagem de altura, nem como opcional. Deixava fora da lista de itens de série e de opcionais a regulagem de altura do banco do motorista. As vezes era difícil achar uma boa posição ao dirigir. Entre mais itens de série, o modelo trazia desembaçador e limpador do vidro traseiro, ar quente, sistema de imobilização do veículo, break-light, vidros elétricos, travas elétricas (inclusive no porta-malas), cinto de segurança de 3 pontos no banco traseiro, regulagem do encosto do banco traseiro, alarme sonoro de luzes acesas e rodas de ferro aro 13 com pneus 165/70 e calotas integrais. Como opcionais, a versão CLX oferecia CD Player, Air bag para o motorista, Air Bag duplo, ar-condicionado, direção hidráulica e rodas de liga-leve.

Eram oito cores disponíveis, sendo as sólidas Vermelho Flórida e Azul Valência, as metálicas Cinza Viena, Azul Turim e Prata Colúmbia e as perolizadas Preto Indy, Vermelho Antilhas e Prata Texas.

O modelo agradou logo de cara, mesmo custando R$ 13.600,00, hoje, R$ 69.253,36 de acordo com o índice INPC (IBGE), e vendeu em seu primeiro ano de produção, apenas nesta versão, mais de 8.000 unidades, das quais 5.587 ainda estão em circulação. Os dados são do DENATRAN. Pouco mais tarde era lançada a versão 1.0, identificada apenas como KA.

A versão CLX ficou em produção até meados de 1999, quando foi substituído pela versão GL IMAGE 1.0, com o novo motor Zetec-Rocam, agora com 65 cv a 6.000 rpm e 8,9 kgfm de torque a 3.250 rpm. Sobre esta versão GL Image e as demais versões do KA com motor 1.0 eu falarei em outra oportunidade.

Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

"Leonardo França é formado em gestão de pessoas, tem pós-graduação em comunicação e MKT e vive o jornalismo desde a adolescência. Atua como Consultor Organizacional na FS-França Serviços, e há 21 anos, também como consultor automotivo, ajudando pessoas a comprar carros em ótimo estado e de maneira racional. Tem por missão levar a informação de forma simples e didática. É criador do canal Autos Originais e colaborador em outras mídias de comunicação."

https://www.instagram.com/autosoriginais

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