Fórmula 1 e o lendário Faustão têm muito mais em comum do que se imagina
Apresentador e competição fizeram o mesmo caminho nos anos anteriores, trocando a Rede Globo pela TV Bandeirantes para serem mais valorizados
Em 2022 uma notícia abalou profundamente o entretenimento brasileiro: Fausto Silva, o popular Faustão, anunciou que sairia da Globo e voltaria a dar as caras na telinha da Band.
Nesse caso, gostar ou não do Faustão é completamente indiferente. Ele é simplesmente um pilar da televisão brasileira há tempo suficiente pra, no mínimo, merecer uma menção honrosa nesta humilde coluna.
Por anos a programação do brasileiro, no domingo, era ver o carismático apresentador proferir os seus “eita bicho”, “ô loco, meu” ou o clássico “quem sabe faz ao vivo”.
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Era a ordem natural das coisas. Acordar, tomar café da manhã, participar de almoços ou churrascos de família e terminar o dia naquela inevitável melancolia pré-segunda-feira prestigiando algumas vídeo cassetadas.
Mas de uma hora para outra, como quase tudo na vida, o Domingão como conhecíamos simplesmente acabou. Faustão foi para a TV Bandeirantes e sumiu dos domingos para aparecer quase que diariamente em dias úteis, mas em outro canal.
Curiosamente, pouco tempo antes, a Fórmula 1 fez uma aventura parecida. Saiu da maior emissora do país e passou para a tutela da Band. De certa forma, assim como Faustão, a principal categoria do esporte a motor, na figura de seus dirigentes, não se sentia mais valorizada na sua antiga casa.
Nos dois casos, a Band agiu como ombro amigo e acolheu os anseios do apresentador e dos fãs de automobilismo. Mas, no fim das contas, se isso deu certo, ou não, eu deixo para os críticos de TV analisarem com maior propriedade.
Deixando de lado alguns tropeços comuns do entretenimento ao vivo, tanto as corridas quanto os programas do famoso apresentador me parecem ser bem produzidos, ainda que os números de audiência nunca consigam se aproximar do patamar Global.
Independentemente de sucesso ou fracasso, a verdade é que mudanças fazem parte da vida e eu diria que poder observá-las acontecendo é sempre um privilégio.
De qualquer forma, assim como o Domingão de Fausto Silva, a Fórmula 1 tem feito falta na nossa tela nesse mês de pausa por causa do cancelamento do GP da China. Não só a nível de entretenimento, mas também a nível de trabalho, já que é bem mais complicado gerar conteúdo na internet sem corridas acontecendo.
Só sei que eu não posso falar muito. Afinal, se até o Faustão não está reclamando, mesmo do alto de sua consagrada carreira, quem sou eu para fazer isso — e olha que agora ele tem que buscar pautas diárias, e não só aos domingos.
Sorte a minha que não tenho um podcast diário sobre Fórmula 1. E sorte da Band que ficou com os direitos de transmissão do esporte, e com o grande Fausto.
Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.
Caio Diniz é relações públicas e ama todo tipo de esporte. É host do podcast Cronômetro Zerado, espaço no qual aborda a Fórmula 1 sempre de maneira leve e bem humorada.
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