10 Carros que não parecem, mas já são maiores de idade
Honda Fit, Toyota Prius e Chevrolet Tracker já entraram para o grupo da maioridade, embora muitos ainda pensem que eles são bebês
Essa é uma daquelas matérias para você perceber como o tempo passa rápido. Parece que foi ontem que esses dez modelos chegaram ao mercado. Mas eles já estão aqui há mais de 18 anos.
Alguns não vão poder desfrutar a maioridade, como o Honda Fit (pelo menos no Brasil. Lá fora, ele segue firme e forte) e o Volkswagen Fox, pois já foram convidados a se retirar. Mas outros, como Chevrolet Tracker e Toyota RAV4, estão melhores do que nunca.
Alguns passaram 18 anos engatinhando, como o Hyundai Tucson. Outros se tornaram arcaicos, mesmo ainda sendo jovens de idade, como o Fiat Doblò. Nos dois casos, por erros estratégicos da marca ou sua representante no país.
Mas, assim como na vida, é interessante recapitular alguns episódios da história desses carros, como quando fazemos nos reencontros da escola. Uns foram mais longe do que imaginávamos, outros foram superestimados demais e ficaram pelo caminho.
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10 Carros que viraram gente grande
1. Honda Fit
O Honda Fit chegou ao Brasil no ano de 2003. Trata-se do segundo modelo da fabricante japonesa produzido no país, depois do irmão Civic. Desde que nasceu, o Fit tem esse visual singular que transita entre um hatch mais altinho e um monovolume.
Mesmo 18 anos depois e já na terceira geração, o Fit mudou, mas sem se descaracterizar. Sua carroceria foi redesenhada algumas vezes ao longo dos anos, ficando mais acertada e esteticamente atraente.
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Quem quer um carro versátil e ágil para uso familiar se satisfaz com os bancos “magic seat” do Fit, com mais de dez configurações, que podem transformá-lo de um carro família para quase um furgão.
O Honda Fit foi um sucesso nacional e vendeu milhares de unidades, agradando principalmente quem buscava um carro para a família e o público feminino.
Apesar disso, o monovolume não foi poupado de dizer adeus e não lhe resta muito tempo para aproveitar sua maioridade. O responsável por acabar com a festa do irmão é o novo City hatch.
2. Citroën C3
O Citroën C3 veio ao mundo em 2001, mas chegou ao Brasil em 2003 e nacionalizado, já que era produzido em Porto Real (RJ). Assim como o Honda Fit, era um hatch mais altinho, com desenho “bolinha” e ares de monovolume.
Em 2003, carros como muitas curvas e linhas arredondadas faziam sucesso em vários segmentos. Quando chegou, o Citroën C3 era equipado por um motor 1.6 aspirado de 110 cv, o mesmo usado até hoje pelo Peugeot 208. Em 2004, recebeu um propulsor com custo mais acessível, um 1.4 de 75 cv.
Quando se trata de testar motores, a Citroën não perde tempo: em 2006, os motores 1.6 e 1.4 do C3 se tornam flex e entregam 113 e 82 cv.
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Dois anos mais tarde, o hatch compacto passou por um facelift e em 2011, apesar de não ter trocado de plataforma, ganhou uma nova geração. Essa foi a última vez que o C3 teve uma mudança tão significativa, até que saiu de linha no primeiro semestre de 2021.
Mas o modelo deve ser ressuscitado ano que vem, com o visual totalmente renovado, passando de um hatch à la monovolume para um SUV em miniatura, para encher um pouco mais o portfólio da marca, que atualmente conta com apenas o crossover C4 Cactus e os utilitários Jumpy e Jumper.
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3. Chevrolet Tracker/Suzuki Grand Vitara
Por incrível que pareça, o Chevrolet Tracker já tem 20 anos. Ele chegou ao Brasil em 2001, mas as muitas idas e vindas fazem o modelo parecer mais novo do que realmente é.
Caso alguém não saiba, o Tracker que chegou aqui em 2001, importado da Argentina, era nada mais do que uma versão do Suzuki Grand Vitara com insígnia da Chevrolet. Na época, 20% da Suzuki pertencia à GM.
Na época, ele era um SUV mais raiz, com desenho quadradinho, porte bem menor do que o atual e motor 2.0 a diesel de 87 cv com tração 4x4. Tinha bem menos espaço, mas muito mais capacidade off road do que hoje. O ângulo de entrada tinha 34 graus e o de saída, 31 graus.
Não demorou muito para a GM resolver o problema de potência. Em 2002, tanto o Tracker como o Grand Vitara trocaram o antigo motor por um diesel de origem Peugeot, com 108 cv.
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O baixo número de vendas fez com que a Chevrolet tirasse o modelo de linha em 2004. Três anos depois, ele já estava de volta com 128 cv, mas em 2009 deixou de ser importado novamente.
O segundo retorno aconteceu em 2013, com estreia da segunda geração do Tracker, que agora passava a ser importada do México. Aqui o modelo deu mais um salto de potência e o motor 1.8 flex entregava 144 cv. Em 2017, quando foi reestilizado, recebeu o propulsor 1.4 turboflex do Cruze, com 153 cv.
Em 2020, a atual geração do Tracker foi lançada com uma proposta totalmente urbanizada. Sem ângulos de entrada e saída avantajados nem tração 4x4, mas com motores 1.0 de 116 cv e 1.2 de 133 cv, ambos turboflex com três cilindros e econômicos para a categoria. Foi justamente nessa última aposta que o modelo teve maior sucesso.
4. VW Fox
O VW Fox disse o último adeus há menos de uma semana ao Brasil e ao mundo. Nem teve missa de sétimo dia ainda, mas a Mobiauto já fez uma homenagem merecida.
O hatch relutou para sair de linha, ainda mais por não ter cumprido seu principal objetivo: substituir o Gol. Acabou morrendo antes do irmão. Essa é mais uma das ironias do mundo automotivo.
O Fox também nasceu em 2003 e, assim como Fit e C3, era mais um hatch com pegada altinha de monovolume, grande tendência do mercado à época. Dezoito anos depois, é nítido que essa estética perdeu o apelo com a chegada dos SUVs, a ponto de os três modelos aqui citados terem saído de linha.
O hatch da Volkswagen não cumpre os requisitos da nova legislação brasileira a respeito de emissões de poluentes por veículos de passeio. A fabricante alemã poderia adequá-lo ou tirá-lo de linha. A segunda opção pareceu mais barata e prática.
Durante a estadia do Fox no Brasil, foram produzidas mais de 2 milhões de unidades, sendo 1,2 milhão comercializadas nacionalmente e cerca de 800 mil exportadas.
5. Ford EcoSport
O ano de 2003 teve lançamentos muito importantes para o nosso mercado. Outro deles foi o Ford EcoSport, que também saiu de linha no início deste ano após a Ford anunciar que deixaria o Brasil levando todos os modelos nacionais juntos.
Um deles foi o Ford EcoSport, pioneiro entre os SUV compactos com proposta urbana. As mudanças no modelo aconteceram de forma bem espaçada. Uma leve reestilização em 2007, outra mais significativa em 2010.
Nesse mesmo ano, chegaram em comboio no Brasil: Volkswagen Tiguan, Hyundai iX35, Chevrolet Captiva, Hyundai Santa Fe, Kia Sportage, Honda CR-V e Citroën Aircross. Carros mais modernos que abocanharam parte das vendas do SUV da Ford.
Em 2013, o EcoSport finalmente ganhou uma nova geração. Visual novo, motor novo, itens de série novos. Naquele ano, as vendas foram alavancadas, mas foram caindo de novo nos anos seguintes, principalmente por conta da chegada do rival Renault Duster.
Os anos seguintes antecipavam uma morte lenta. Reestilização e troca dos motores não adiantaram e o EcoSport acabou morrendo junto com as fábricas da marca no país. Foi um dos maiores acertos da Ford no Brasil, mas também um dos piores erros estratégicos. Ele tinha potencial para ser muito mais do que foi, inclusive globalmente.
O problema é que acabou não evoluindo o suficiente para dar conta da concorrência que inundou o mercado nos anos seguintes. As mudanças mais espaçadas que a dos rivais deixaram o EcoSport para trás. Virou maior de idade já marcado para morrer.
6. Fiat Doblò
Não, o Fiat Doblò ainda não saiu de linha. Mas já tem data para isso, pois será produzido só até dezembro. O modelo chegou ao Brasil em 2001 e as poucas mudanças visuais, mecânicas e tecnológicas ao longo dos anos fizeram dele um dos veículos leves mais arcaicos ainda em linha no país.
Embora a Fiat queira convencer o público da ideia de que o modelo já está na terceira geração, o Doblò nunca trocou de plataforma enquanto esteve no Brasil. O modelo passou por leves mudanças em 2009 e 2014, ganhou itens de série, trocou o motor, mas não se modernizou.
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Mesmo assim, a Fiat já mostrou que irá valorizar seu modelo até o fim. Oferecido em versão única, o Doblò já chega a R$ 130.000 nas concessionárias de São Paulo. E há quem compre: entre janeiro e setembro de 2021, o modelo teve mais de 5.000 unidades emplacadas.
7. Troller T4
O T4 foi lançado em 1999 e teve sua produção encerrada em setembro deste ano. As primeiras mudanças significativas viriam em pouco tempo. Em 2001, o motor VW AP 2-litros de 114 cv foi substituído pelo 2.8 a diesel de 115 cv da MWM. Em 2005, a motorização foi trocada novamente, pelo 3.0 NGD turbodiesel de 163 cv.
Mas as mudanças mais expressivas ainda estavam por vir, depois que a Ford comprou a Troller em 2007. A mecânica do T4 foi revista e, em 2009, uma reestilização envolveu mais de 500 componentes.
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Uma nova geração foi lançada em 2014, deixando o jipe ainda mais robusto. Ganhou o motor 3.2 turbodiesel Duratorq e outros itens da picape Ranger e estilo mais para Hummer e menos para Jeep Willys.
Já a plataforma com carroceria de aço e fibra de vidro montada sobre chassi de longarina, com suspensões por eixo rígido e molas helicoidais, foram mantidas até a última unidade vendida. Como se pode ver, o Troller T4 manteve sua essência intacta até o último dia de vida.
8. Hyundai Tucson
O Hyundai Tucson foi lançado em 2004 no Brasil, o que significa que ainda tem 17 anos, mas inserimos pela “margem de erro”. Seu nome é uma referência a uma cidade do Arizona (EUA), enquanto o visual teve algumas inspirações no modelo de luxo Porsche Cayenne. Daí os faróis saltados da primeira geração.
Apesar de desejável aos olhos, o preço alto impediu o Tucson de ser um sucesso no mercado nacional. Em 2010, a segunda geração global do modelo chegou aqui com o nome ix35, para conviver com seu antecessor.
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Mesmo sendo um carrão, o Tucson nunca teve a ascensão merecida devido a erros estratégicos da marca. Aibda em 2010, o modelo começou a ser fabricado em Anápolis (GO) pela Caoa e ganhou motor flex de 178 cv. Em 2016, ix35 passou por mais uma repaginada, mas acabou perdendo 11 cv.
No mesmo ano, a nova geração do modelo chegou ao país e voltou a usar o nome Tucson. Quer dizer… New Tucson, convivendo com o ix35 e com o velho Tucson, o que significa que três gerações do mesmo modelo conviveram em nosso mercado.
O motor foi substituído por um 1.6 turbo a gasolina com injeção direta de 177 cv. Por fim, uma nova geração foi lançada em 2020, dando ao Tucson um visual mais arrojado e moderno, nova motorização e itens de série, mas essa deve desembarcar em Terras Tupiniquins só em 2022.
9. Toyota RAV4
O Toyota RAV4 foi lançado globalmente em 1994. Mas só deu as caras no Brasil em 1999, com carroceria de duas ou quatro portas, motor 2.0 a gasolina de 128 cv, câmbio automático e tração 4x4.
A segunda geração veio pouco tempo depois, em 2001, com carroceria de duas e quatro portas. Em 2006 pintou a terceira geração e em 2013, a quarta. Em 2019, tivemos enfim a quinta e atual geração do modelo.
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Como se pode ver, nos 22 anos de ciclo do RAV4 no Brasil, a Toyota não esperou muito tempo para atualizar o modelo, assim como não economizou nas opções de motores. Foram diversos propulsores a gasolina e a diesel. Atualmente, o SUV é oferecido apenas com motorização híbrida a gasolina de 178 cv, câmbio CVT e tração integral.
O Toyota RAV4 atravessou o tempo mantendo o que os seus consumidores mais gostaram: mecânica e confiabilidade. O SUV sempre apareceu com motores fortes e tração nas quatro rodas, visual imponente e materiais de qualidade. E ainda é muito mais tecnológico nos dias atuais do que o irmão maior SW4.
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10. Toyota Prius
O Toyota Pris só chegou ao Brasil em 2013, mas sua história começou em 1997 no Japão. Naquela época, os carros híbridos não eram uma tendência ou um segmento em ascensão. A preocupação com o dióxido de carbono produzido pelos carros a combustão também era bem menor.
Mesmo assim, a Toyota fez sua aposta e mais uma vez foi pioneira no mundo automotivo. Em 2003, o Toyota Prius já ganhava a segunda geração, que foi comercializada em outros mercados, como China e EUA.
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Mas apesar da eficiência energética, o Prius deu prejuízos à marca durante muitos anos, além de seu visual ter sempre sido alvo de questionamentos. Em 2009, a penúltima geração do Prius tinha um consumo ainda menor, graças aos painéis solares no teto.
Depois de 16 anos, o Prius finalmente chegou ao Brasil e, depois de ganhar apelo apenas entre taxistas e frotistas inicialmente, alcançou o protagonismo entre carros híbridos com a troca para a atual geração, em 2016.
Assim, até a chegada do Corolla híbrido flex, em 2019, o Prius foi o carro híbrido mais vendido no país e primeiro a alcançar mais de 1.000 unidades emplacadas em um mesmo ano. Depois que passou o bastão ao irmão produzido nacionalmente, caiu no esquecimento até deixar a gama da marca no país de maneira discreta este ano.
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