Avaliação: Citroën C4 Cactus com "motor BMW" em 5 sacadas e 5 vacilos

SUV está em seu melhor momento de vendas. Testamos a versão de topo, Shine Pack 1.6 THP de 173 cv

Renan Bandeira
Por
07.06.2022 às 20:40 • Atualizado em 29.05.2024

A versão Shine Pack 1.6 THP é a mais cara e completa do Citroën C4 Cactus, o único carro de passeio vendido pela marca francesa no Brasil até o próximo mês, quando a nova geração do irmão menor C3 será lançada.

O C4 Cactus é vendido em nosso mercado desde 2018, quando chegou com status de “lançamento mais importante da história” da fabricante no país. 

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Em meio a uma enxurrada de SUVs, o C4 Cactus não teve muitas chances nos primeiros anos, mas, agora sob o guarda-chuva da Stellantis, registrou seu melhor desempenho em vendas no ano passado: 19.552 emplacamentos, segundo a Fenabrave (federação nacional dos concessionários).

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O visual com linhas agressivas, alinhado às tendências de design atuais, e o motor 1.6 turbinado usado nesta versão avaliada pela Mobiauto, produzido em parceria com a BMW, são suas principais artimanhas para romper o preconceito contra carros franceses.

Com a versão de topo posicionada em uma faixa de preço inferior à dos concorrentes, o C4 Cactus tenta ganhar espaço pelo custo-benefício, graças ao bom nível de assistências ao motorista e mimos como a multimídia de 7 polegadas compatível com Android e iOS, além do quadro de instrumentos digital.

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Mas será que ele tem o suficiente para bater de frente com os rivais? Listamos cinco sacadas e cinco vacilos do SUV para ajudar a responder essa pergunta. 

Preço: Citroën C4 Cactus Shine Pack 1.6 THP 2022 - R$ 138.990. Pintura em dois tons (Preto Perla Nera + Teto Branco Banquise): R$ 981. Total: R$ 139.971.

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Cinco qualidades do C4 Cactus Shine Pack

1. Bonito e estiloso

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Conjunto óptico dianteiro dividido em dois níveis, com luzes de condução diurna em cima e os faróis posicionados no pára-choque. Vemos isso em Fiat Toro, no novo Renault Kwid e veremos no novo C3 que está para ser lançado.

Mas foi o Citroën C4 Cactus o precursor dessa tendência na Europa, ainda antes de ser lançado aqui. Essa é, sem dúvida, a principal marca visual do SUV.

Além disso, ele conta com belas rodas de 17 polegadas polegadas e uma pegada de hatch altinho com pintura em dois tons, que é a cereja do bolo para o visual ser considerado um boa sacada.

2. Coração valente

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Coração alemão. Isso mesmo, o motor 1.6 THP da antiga PSA (Peugeot Citroën), usado pelo C4 Cactus, é um clássico da indústria automobilística brasileira e foi construído em parceria com a BMW lá no princípio dos anos 2000. É turboflex, 16 válvulas (quatro cilindros) e dotado de injeção direta de combustível.

O resultado é uma usina potente e que faz o SUV sobrar em desempenho, com 166/173 cv (G/E) de potência e 24,5 kgfm (G ou E) de torque, com pico entregue logo a 1.400 rpm. Ela é gerenciada por um câmbio automático de seis marchas da Aisin.

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O trem de força faz o C4 Cactus acelerar de 0 a 100 km/h em 7,7 segundos com etanol ou 8 segundos com gasolina, segundo a fabricante, e atingir a máxima de 212 km/h. Nada mau.

Motor: 1.6, dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16V, turbo, flex, duplo comando de válvulas no cabeçote com variação na admissão, injeção direta de combustível
Taxa de compressão: 10,2:1
Potência: 165/173 cv (G/E) a 6.000 rpm
Torque: 24,5/24,5 kgfm (G/E) a 1.400 rpm
Peso/potência: 7,4/7 kg/cv (G/E)
Peso/torque: 49,6 kg/kgfm
Câmbio: automático, seis marchas
Tração: dianteira

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3. Sem raspar na rampa

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Um SUV sem bons ângulos de ataque, saída e altura livre do solo pode se tornar um mico. No caso do C4 Cactus, as suspensões exageradamente elevadas fazem com que ele tenha um ângulo de ataque de 22º, sendo 32º de saída e 225 mm de vão livre do solo.

Com isso, o modelo enfrenta rampas, valetas e lombadas sem problemas e passa longe de raspar os pára-choques no chão. 

Dados técnicos: direção elétrica progressiva; suspensões tipo McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira); freios a discos ventilados (dianteira) e discos sólidos (traseira); pneus 205/55 R17; diâmetro de giro: 11,1 m; vão livre do solo: 225 mm; ângulo de ataque: 22º, ângulo central: não divulgado, ângulo de saída: 32°; carga útil, 400 kg.

4. Seletor de terrenos

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O nome “Grip Control” pode não ser tão comum, mas é um sistema bem interessante disponível na versão de topo do SUV da Citroën. Essa nomenclatura é dada a uma espécie de seletor de terrenos que o veículo tem no console central.

Embora não seja um 4x4 ou tenha tração integral, onde é mais comum contar com esse tipo de sistema, o C4 dá a opção de desligar o controle de estabilidade e ainda selecionar os modos areia, barro e neve. Na prática, a central eletrônica do motor tenta adequar a tração do veículo trabalhando nas rodas dianteiras.

5. Ajuda ao motorista

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Na versão Shine Pack, o C4 Cactus carrega o “Citroën Advanced Drive”, nome dado ao pacote de assistências de condução ao motorista. O SUV oferece alerta de saída de faixa (ainda sem correção no volante), detector de fadiga do motorista, alerta de atenção ao condutor e alerta de colisão com frenagem automática.

Além disso, o modelo ainda conta com assistente de partida em rampa, monitoramento de pressão dos pneus e acendimento automático dos faróis. Faltam o ACC (controle de cruzeiro adaptativo) e o assistente ativo de mudança de faixa, mas, pelo valor cobrado, é um pacote interessante.

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Cinco vacilos do C4 Cactus Shine Pack

1. Interior simples demais

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São quatro anos no mercado e o C4 Cactus não recebeu atualizações. O interior peca pela simplicidade e excesso de plástico rígido, mesmo na versão mais completa.

Estilizar o acabamento com vincos criativos e faixas de tecido no painel, como fez a Citroën, não é suficiente para eliminar a sensação de excessiva simplicidade. Afinal, nessa faixa de preços, a concorrência já aposta em materiais macios ao toque ou faixas contrastantes/texturizadas na cabine.

2. Espaço de hatch, porta-malas de hatch

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O C4 Cactus, teoricamente, é um SUV compacto, mas bota compacto nisso. As medidas externas de comprimento (4.170 mm), largura (1.979 mm com espelhos), altura (1.563 mm) e entre-eixos (2.600 mm) são as menores do segmento e, assim, o espaço interno fica comprometido.

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Além disso, o porta-malas leva apenas 320 litros, igual ao Jeep Renegade, sendo um dos menores da categoria. Porém, diferentemente do Renegade, que tem o compartimento com base reta, no Citroën a abertura da tampa é alta demais, deixando um incômodo degrau que dificulta a retirada das bagagens.

Dimensões: 4.170 mm de comprimento, 2.600 mm de entre-eixos, 1.714 mm de largura, 1.563 mm de altura, 320 litros de porta-malas e 55 litros de tanque de combustível. Peso em ordem de marcha: 1.214 kg.

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3. Conforto em falta, barulhos em excesso

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No geral os bancos até cumprem com o que prometem, mas os assentos são curtos e deixam boa parte das pernas sem apoio. Com isso, trajetos mais longos se tornam mais cansativos que o normal.

Ao mesmo tempo, esteja preparado para ouvir barulhos a bordo, seja o das pancadas das suspensões, quando passam por um obstáculo mais seco, seja o de peças de acabamento interno.  

4. Direção leve até demais

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O C4 Cactus possui direção com assistência elétrica teoricamente progressiva. Se as manobras podem ser feitas facilmente sem maiores esforços, a caixa excessivamente leve passa sensação de anestesia e faz o SUV “flutuar” a velocidades mais altas.

5. Faróis que poderiam ser de LED

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Pelo preço, por ser uma versão topo de gama, realmente o C4 Cactus Shine Pack fica devendo faróis de LED. Além de ser um item estético mais interessante, o LED ilumina mais que uma lâmpada halógena, sem dispersar tanto a luz, o que ajuda o motorista a trafegar melhor à noite ou em dias chuvosos.

Isso sem contar que o LED é mais econômico no consumo de eletricidade e mais durável que uma lâmpada de filamento.

Citroën C4 Cactus Shine Pack 1.6 THP Automático 2022 - Itens de série

  • Seis airbags (frontais, laterais e de cortina)
  • Luzes de frenagem de emergência
  • Alarme
  • Faróis halógenos com acendimento automático e luzes diurnas (DRL) em LED
  • Aviso de não utilização do cinto de segurança do motorista
  • Controle eletrônico de estabilidade (ESP) e tração (ASR)
  • Assistente de partida em rampa
  • Faróis dianteiros halógenos
  • Faróis de neblina
  • Grip Control
  • Lanternas traseiras com LED e efeito 3D
  • Retrovisores externos com regulagem elétrica
  • ITPMS - Sensor de pressão de pneus
  • Travas automáticas
  • Citroën Advanced Drive (alertas de saída de faixa, atenção ao condutor, indicador de descanso, frenagem automática e alerta de colisão)
  • Chave com sensor presencial
  • Partida do motor por botão
  • Ar-condicionado digital automático com regulagem via central multimídia
  • Câmera de ré
  • Computador de bordo digital com indicador de temperatura externa
  • Econômetro
  • Regulador e limitador de velocidade
  • Volante multifuncional revestido em couro com regulagem de altura e profundidade
  • Sensor de chuva
  • Vidros elétricos com função um-toque
  • Central Multimídia de 7" com Android Auto e Apple CarPlay (via cabo)
  • Sistema de som com quatro alto-falantes e dois tweeters
  • Bancos revestidos em couro sintético
  • Banco do motorista com regulagem de altura
  • Bancos Traseiros Rebatíveis em 60:40
  • Acabamento interno do painel em cinza com soft touch
  • Protetores laterais de porta (airbumps)
  • Capa dos retrovisores externos, maçanetas externas das portas e molduras dos faróis de neblina com acabamento cromado
  • Barras longitudinais de teto
  • Quadro de instrumentos digital monocromático
  • Rodas de Liga Leve aro 17 diamantadas com detalhes em preto

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Formado em mecânica pelo Senai e jornalismo pela Metodista, está no setor há 5 anos. Tem passagens por Quatro Rodas e Autoesporte, e já conquistou três prêmios SAE Brasil de Jornalismo. Na garagem, um Gol 1993 é seu xodó.

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