BYD Seagull: segredos do hatch para ser o elétrico mais barato do Brasil
Porte menor e baterias de sódio ajudarão o subcompacto a chegar na casa dos R$ 100 mil, dificultando ainda mais a vida de Kwid E-Tech, Jac e-Js1 e Caoa Chery iCar
A BYD abalou o mercado de elétricos no Brasil ao lançar o Dolphin por R$ 150 mil, mas já se planeja para ter um modelo na casa dos R$ 100 mil, o Seagull. O novo hatch da marca deve chegar ao Brasil até o ano que vem e terá uma série de truques para se posicionar como o modelo mais barato do segmento.
Sua principal sacada está nas baterias. Ao contrário do Dolphin, que utiliza baterias de íons de lítio, o Seagull pode ser equipado com baterias de íons de sódio. E esse tipo de bateria não utiliza matéria prima considerada cara, como cobalto, cobre, lítio e grafite.
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Esse tipo de bateria existe há décadas, mas nunca foi desenvolvida em larga escala justamente pelas baterias de íons de lítio. A história mudou em 2021, quando a CATL (Contemporary Amperex Technology), maior fornecedora de baterias para veículos elétricos do mundo, anunciou o investimento nesse tipo de tecnologia.
Além de mais barata, ela é considerada mais segura, uma vez que pode ser totalmente descarregada para transporte. Suporta taxas de carregamento mais altas, tem maior vida longa e melhor desempenho em temperaturas mais baixas. Por outro lado, as células de lítio ainda fornecem autonomias maiores.
Maior que Kwid e espaço de Argo
Apesar de ser o menor carro da BYD, o Seagull terá um trunfo similar ao do Dolphin para conquistar o consumidor brasileiro: o espaço interno. Se no caso do Dolphin o entre-eixos é digno de um Toyota Corolla, no Seagull é equivalente ao Fiat Argo.
O subcompacto tem 3,78 metros de comprimento, 1,71 m de largura, 1,54 m de altura e 2,5 m de entre-eixos. Esse porte também colabora para redução do custo, afinal, temos menos peças estruturais e de carroceria para fabricar. No entanto, ainda é 10 cm maior que o Renault Kwid e 58 cm a mais que o Caoa Chery iCar.
Na China há duas opções entre combinações de motores e baterias. A primeira tem 75 cv e 30 kWh com 305 km de autonomia. A segunda configuração tem 102 cv e 38,8 kWh com 405 km de autonomia.
Desde a configuração de entrada, o Seagull tem airbags frontais e laterais, controle de estabilidade, faróis de LED e assistente de estacionamento. A versão mais cara tem ACC, carregamento por indução para smartphone, frenagem de emergência e alerta de saída de faixa.
Com o Dolphin que é maior e mais tecnológico custando R$ 150 mil, o BYD Seagull com medidas mais comedidas e de desenvolvimento menos complexo, com certeza será pedra no sapato de iCar, Kwid E-Tech e e-JS1. E considerando os preços agressivos aplicado pela marca, podemos esperar, pela primeira vez, que o carro elétrico mais barato do Brasil custará cerca de R$ 100 mil.