Caoa Chery previu o futuro com Tiggo 2 mas desistiu antes da hora

Receita de ter um SUV de entrada surgiu muito antes de a Volkswagen e Fiat pensarem nisso

Renan Bandeira
Por
30.06.2024 às 18:38 • Atualizado em 12.11.2024

A Caoa Chery segue com sua estratégia ousada no mercado nacional. Nos últimos tempos criou versões bem atrativas para Tiggo 5XTiggo 7para tentar bater de frente no segmento de entrada dos SUVs

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Tanto Tiggo 5X, quanto Tiggo 7, oferecem a configuração Sport, que é a tal opção mais básica dos SUVs e que tem como ponto alto, o preço baixo: R$ 117.990 e R$ 134.990, respectivamente.

Ambas são uma resposta a ofensiva das marcas mais tradicionais do mercado em ter SUVs mais baratos. A ideia parece ter começo com o Fiat Pulse, se extendido para a VW com o A0 SUV e a Renault com o Kardian, e até mesmo a Chevrolet está de olho nesse segmento.

Um dos primeiros modelos desse tipo foi apresentado em 2018, quando a fabricante chinesa deu vida ao Tiggo 2, usando a base de um Chery Celer. Ele era produzido em Jacareí, no interior de São Paulo, e foi o primeiro caso de sucesso da operação sino-brasileira.

E embora muitos falassem que é um “hatch altinho” por usar a plataforma de um hatch, a verdade é que a tal estratégia se espalhou pelo mercado nacional. Afinal, temos a mesma relação entre Fiat Argo e Pulse, VW Polo e A0 SUV e Nivus, e o projeto do SUV do Onix deve ter a mesma receita.

Até o Renault Kardian segue esses passos, bebendo bastante da fonte do Renault Sandero europeu.

Com medidas comedidas e pegada urbana, o Tiggo 2 tinha uma boa proposta. Tanto que inspirou uma grande leva de lançamentos que chegarão ao nosso mercado.

Ele media 4,20 m de comprimento, 1,76 m de largura, 1,57 m de altura e 2,55 m de entre-eixos. E usava um motor 1.5 aspirado flex de 110/115 cv (G/E) e 13,8/14,9 kgfm (G/E).

Chegou a ganhar a evolução com o Tiggo 3X em 2021, que era basicamente o Tiggo 2 de cara nova e motor novo. Essa receita ainda mais próxima da buscada pelas montadoras aqui no Brasil.

As medidas continuaram basicamente as mesmas, e o novo motor 1.0 turbo flex tinha tudo para ser bem recebido, se não fosse a falta de injeção direta de combustível para responder mais rápido ao pé direito.

A potência diminui em relação ao 1.5, já que o 1.0 turbo entregava 98/102 cv (G/E), e o torque até ficou maior, com 16,8/17,1 kgfm (G/E), mas não era o suficiente e o SUV ficou mais lento.

O Tiggo 2 fazia 0 a 100 km/h em 13 segundos, e o Tiggo 3X levava 14,2 segundos para fazer a mesma prova.

Cabia correção, e o moto até poderia ser reajustado para melhorar os números de potência e torque. Trocar o sistema de injeção ou o câmbio automático do tipo CVT podiam ajudar.

Mas a Caoa Chery optou pelo fim do Tiggo 3X em nosso mercado em maio de 2022. Uma pena, afinal, cerca de dois anos depois iniciamos uma nova avalanche de SUVs que querem vender atuar justamente onde o modelo da operação sino-brasileira atuava.

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Formado em mecânica pelo Senai e jornalismo pela Metodista, está no setor há 5 anos. Tem passagens por Quatro Rodas e Autoesporte, e já conquistou três prêmios SAE Brasil de Jornalismo. Na garagem, um Gol 1993 é seu xodó.

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