Carros de enchente: é possível reparar? fica caro?

As enchentes causadas pelas fortes chuvas do Rio Grande do Sul já se estendem por quase um mês, e já são mais de 2 milhões de pessoas, segundo o G1, que foram afetadas pela maior tragédia climática da história do estado. Certas famílias chegaram a perder todos os seus bens, inclusive carros.

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De acordo com a consultoria Bright Consulting, cerca de 200 mil automóveis já foram perdidos nas tragédias. Segundo Cassio Pagliarini, analista da empresa, “a frota circulante no RS engloba 2,8 milhões de unidades, de acordo com a Sindipeças. É razoável considerar que 5 a 10% desses veículos estejam inutilizados”.

 

Além disso, a consultoria também estima que cerca de 3 mil veículos zero quilômetro que estavam em concessionárias também foram atingidos. A pergunta que fica então para muitos dos atingidos é: meu carro alagado pela enchente pode ser reparado?

Para responder a pergunta e sanar algumas outras dúvidas referentes a veículos alagados, a Mobiauto entrou em contato com a Dry Dream Estética Automotiva. Confira as respostas:

É possível reparar carros alagados?

A questão de se é possível reparar um veículo alagado não possui uma resposta certa, depende do caso. Isso porque existem níveis de alagamento, o carro pode ficar alagado até o nível dos bancos, do painel e até totalmente submerso.

Segundo a Dry Dream Estética, em situações em que a água atinge até o nível dos bancos, a chance de recuperação é de 100%.

Nos outros casos existe possibilidade de recuperação, mas pode acontecer dos componentes eletrônicos do veículo serem comprometidos pela água com o tempo, o que deixaria a reparação mais cara até que o valor do veículo.

Vale ressaltar que esses são cenários em que o motor do carro estaria desligado no momento do alagamento. Pois se o propulsor estiver ligado ou em andamento, ele pode ficar travado, o que encareceria ainda mais seu custo de reparação.

Quanto custa e quanto tempo leva o reparo?

Em relação ao preço, o custo para a manutenção dos bancos fica entre R$ 2.500 a R$ 4.000. O carro passa por um processo onde todo seu interior é desmontado, higienizado, o assoalho tratado com anti-oxidante e o feltro sob carpete trocado, após isso o veículo é remontado e novamente higienizado.

Isso para os carros de alagamento até os níveis do banco, pois esses são os “precificáveis”. Para os demais, onde o painel é danificado ou o carro submerso, é preciso verificar o modelo do automóvel e as peças atingidas, o que faz o valor de reparo variar.

 

Isso também vale para o tempo de manutenção. Pois em situações em que a água chega ao banco são necessários de 4 a 7 dias de reparo. Para os demais casos, o período varia.

Existe algum motor que seja mais crítico?

Como já mencionado, existem duas situações em que o motor pode ser afetado pelo alagamento. Se o propulsor estava desligado e a água chegou ao nível do trem de força, a situação é mais fácil de se lidar. Óleo e água são escoados do motor e da transmissão, o propulsor é lavado internamente e o óleo é colocado de volta, após isso, ele já está pronto para rodar novamente sem danos.

Porém, se o motor estava ligado enquanto a água o submergiu, a situação é mais complicada, pois ela entra nele e ocorre o calço hidráulico. Nesse contexto, é necessário abrir o propulsor e fazer a retífica, o que faz o processo de reparação ser mais caro do que o caso anterior.

 

Vale ressaltar também que quanto mais equipamentos eletrônicos o conjunto motriz possuir, mais cara vai sair sua reparação.

Existe algum carro ou marca específica em que as consequências sejam mais críticas?

De acordo com a oficina, carros de alto padrão tendem a sofrer mais com alagamentos devido à maior presença de componentes eletrônicos de dirigibilidade e conforto. Já veículos mais populares, sem tantos equipamentos, tendem a possuir um  mais fácil e rápido de se fazer, além de mais barato.

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