Como são as rodovias elétricas que carregam caminhões enquanto eles rodam
Reino Unido fará teste em rodovias com tecnologia idêntica a utilizada para movimentar trens e trólebus na cidade de São Paulo
As marcas começaram a definir as datas para acabar com a produção de seus carros a combustão e já colocam em prática seus planos de eletrificação. Mas não só os veículos de passeio serão zero-emissão e essa tecnologia está chegando também aos pesados.
No Brasil, a Volkswagen e a JAC já arregaçaram as mangas e apresentaram os caminhões e-Delivery e iEV1200T, respectivamente. Ambos se tornaram viáveis por causa da proposta de prestar serviços em centros urbanos e percorrer pequenas distâncias diárias, então contam com um banco de baterias reduzido.
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A questão é: se a bateria e autonomia são as pedras no sapato para baratear carros e pequenos caminhões elétricos, como será feita a conversão dos caminhões pesados, que precisam enfrentar longas distâncias nas estradas?
O segmento também já tem seus primeiros elétricos, como o Mercedes e-Actros e os protótipos das marcas Nikola e Tesla - marcas que nada têm a ver uma com a outra, embora explorem ambas o nome do famoso cientista austríaco.
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No entanto, para tornar a proposta de transporte rodoviário de longa distância viável, o Reino Unido iniciou um teste piloto da e-Highway, um conceito que já vinha sendo experimentado em rodovias da Suécia há alguns anos.
A ideia do projeto é de que uma estrada tenha trechos capazes de carregar as baterias dos caminhões elétricos pesados enquanto eles trafegam em movimento. Como isso? O truque é um velho conhecido dos brasileiros.
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No projeto-piloto, a e-Highway terá postes espalhados por 20 km da autoestrada M180, próxima à cidade inglesa de Scunthorpe, com cabos de energia suspensos para encostar nos pantógrafos instalados no teto dos caminhões e, assim, realizar o carregamento das baterias.
Para entender melhor, a tecnologia é praticamente a mesma usada nos trólebus da cidade de São Paulo, em ônibus que trafegam pelo centro da capital paulista e nos trens mais modernos movidos por energia elétrica.
Durante os testes, serão usados caminhões da marca sueca Scania equipados com sistemas elétricos desenvolvidos pela alemã Siemens.
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Investimento e retorno
O investimento inicial para os testes é de 2 milhões de libras (pouco mais de R$ 14,4 milhões na conversão direta). Caso o Reino Unido entenda que o sistema é viável, a implantação em todas as autoestradas pode acontecer até 2030 com um custo total de 19 bilhões de euros (cerca de R$ 137 bi na conversão direta).
Embora o capital seja alto, o governo acredita que o dinheiro seja recuperado em até 15 anos com impostos sobre a eletricidade consumida. A previsão é de que a tecnologia ainda deixe o processo de entregas mais veloz, já que os caminhões não precisarão parar para abastecer.
Além do Reino Unido, Alemanha, Suécia e Estados Unidos também já fizeram testes com o sistema. Será que essa é a saída para eletrificar os grandalhões?
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