Dodge Polara GLS: como era o Chrysler fabricado pela Volkswagen
Modelo era uma espécie de fastback e tentar encantar brasileiros com design mais estiloso
Lançado no Brasil em 1973 pela Chrysler, o Dodge 1800 foi o primeiro carro médio da marca no Brasil. Como atributos, trazia design moderno e bom espaço interno, além do sobrenome Chrysler, bem-conceituado no Brasil graças aos irmãos maiores Dart e Charger. Baseado no Inglês Hillman Avenger GT, tinha diferenças nos revestimentos de porta, painel, volante de direção, manopla de câmbio, bancos, além de lanternas traseiras e grade dianteira.
Você pode se interessar por:
- Chevrolet Kadett Lite: como era a versão básica posicionada acima do Chevette
- Quais carros podem ou não ter engate para puxar carretinha? Veja a lista!
- Ford Fiesta Sport foi série limitada com gostinho de europeu
- Renault Clio “O Boticário”: como era a versão limitada com perfumaria de sobra do sedan
Disponível inicialmente nas versões L e GL, era fabricado apenas na versão de 2 portas. Agradava por seu motor de 1.8 de 78 cv SAE (65 cv ABNT) a 4.600 rpm e 13,4 kgfm de torque a 3.000 rpm, capaz de levar o fastback de 0 a 100 km/h em 20,3s e a 140 km/h de velocidade máxima. Seu tanque de 45 litros rendia uma autonomia aceitável, com médias de consumo de 8 km/l de gasolina na cidade e 11 km/l na estrada. Acredite, estes números eram bons se comparados a vários modelos como o VW Brasília com motor 1600.
O modelo apresentou muitos problemas de acabamento, carburação, além de problemas de qualidade de construção, e logo o público começou a rejeitá-lo. No ano seguinte, era lançada a versão SE, com apelo esportivo e ao mesmo tempo, bom custo-benefício, e em 1975, chegava a versão STD, a mais barata da linha, mesmo assim, as vendas não cresciam.
Quando usados, davam problemas aos mecânicos, devido a vários carburadores que foram utilizados em seu sistema de alimentação, como:
1973 - Solex,
1974 - SU / Stromberg,
1975 – Hitachi
Em 1976 o modelo passou por reformulações, tanto em design, mecânica e no processo de construção, ganhando nova identidade: Dodge Polara. As versões se resumiam a GL e STD, e sua mecânica agora usava apenas o carburador SU, mais confiável. Seu motor agora desenvolvia 93 cv SAE (78 cv ABNT) a 5.000 rpm e 15,5 kgfm de torque a 3.500 rpm, capaz de levar o fastback de 0 a 100 km/h em 14,6s e a 158 km/h de velocidade máxima. A disputa era com o moderno VW Passat, que chegou ao mercado em 1974 com seu motor VW BR 1.5. Seu tanque agora era de 60 litros de capacidade, e rendia uma boa autonomia, com médias de consumo de 9 km/l de gasolina na cidade e 12 km/l na estrada.
Reformulado por fora em 1978, o modelo tinha aparência mais moderna, com dois grandes blocos ópticos quadrados, novas lanternas traseiras e o brasão de Leão presente na grade frontal. Parecia um novo carro, principalmente àquele tempo de poucas novidades no mercado.
Em 1979, ano em que a marca foi incorporada pela Volkswagen do Brasil, o modelo recebeu na versão GL a opção de câmbio automático de quatro marchas, com funcionamento bastante suave e com iluminação do seletor de marchas. Ficava um pouco mais lento na aceleração e velocidade máxima, fazendo de 0 a 100 km/h em 17,6 s e chegando a 142 km/h. Seu consumo pouco mudava, com médias de 8 km/l de gasolina na cidade e 10 km/l na estrada. Era o preço do conforto, e seu público o admirava por sua agilidade.
Em 1980, o modelo passava por nova reformulação, com novos detalhes externos, novos bancos e novo painel de instrumentos. A versão STD passaria a se chamar L, mantinha-se a versão GL (única a oferecer opção de câmbio automático), e surgia a versão GLS, mais luxuosa e com apelo mais esportivo.
O modelo era identificado por suas faixas pretas envolvendo a parte inferior da carroceria, acompanhado do logotipo Polara GLS próximo às rodas traseiras, além de para-choques com borrachões e frisos pretos ao redor dos faróis e lanternas. No capô, no canto esquerdo, apenas o logotipo GLS, assim como na traseira, identificado no canto direito da tampa do porta-malas.
As rodas eram as mesmas, pintadas de preto e cobertas por supercalotas de plástico na cor grafite, com design similar às rodas de liga leve dos VW Dasher e Scirocco. Posteriormente, em 1982, o então VW Voyage Parati (depois chamado de apenas Parati) lançaria essas rodas no Brasil, sendo inclusive, o primeiro Volkswagen a adotar rodas de liga-leve em nosso país. Os pneus utilizados pelo Polara eram os radiais 165/80SR13, utilizados nove anos depois pelo Chevrolet Kadett.
Seu painel de instrumentos era completo para a sua categoria, contendo manômetro de óleo, termômetro do arrefecimento, velocímetro com hodômetro parcial, Conta-giros eletrônico, marcador do combustível e amperímetro, além de nove luzes-espia. Ao centro do painel, havia porta-documentos, rádio AM/FM com dois alto-falantes dianteiros, comandos do ar-quente, além de comandos de acionamento do ventilador, desembaçador traseiro, interruptos de luzes e isqueiro.
Os bancos tinham encostos de cabeça integrados, porta-revistas na parte de trás e estofamento exclusivo, que lembrava o estofado da antiga versão SE. Este mesmo estofado revestiu as primeiras unidades do Volkswagen Gol L e VW Fusca Série Prata, no mesmo ano. Para completar as mudanças, tinha vidros verdes, seu porta-malas recebia revestimento completo, e retrovisor externo do lado direito, sendo o primeiro Polara a receber estes mimos de série. Dentre seus opcionais, o modelo oferecia antena elétrica, Rádio toca-fitas Motorádio estéreo, alto-falantes traseiros.
Seu motor recebeu o carburador de corpo-duplo Wercarbrás Miniprogressivo, em substituição ao SU das versões L e GL. Agora, o motor 1.8 respirava melhor, com funcionamento mais linear em marcha-lenta. Com 93 cv SAE (78 cv ABNT) a 5.500 rpm e 15,5 kgfm de torque a 3.500 rpm, capaz de levar o fastback de 0 a 100 km/h em 14,2 s e a 159 km/h de velocidade máxima.
A esportividade cobrava de seus proprietários Cr$ 341.288,00 em junho de 1980, equivalentes hoje a R$ 81.433,61 de acordo com índice INPC/IBGE, e era oferecido nas cores Vermelho Alcazar, Branco Ártico, Castanho Camurça e Prata Tibet, estas duas metálicas.
A partir de 1981, último ano de sua produção, as cores passaram a ser Vermelho Calipso, Branco Paina, Cinza Chumbo e Marrom Avelã, as mesmas encontradas no catálogo de cores da linha Volkswagen. Neste ano, foi diminuída a oferta gradativamente nos concessionários, até que o modelo saísse de linha sem sobreaviso, afinal, a Volkswagen tinha outros planos para a linha BX, e seu substituto seria lançado como VW Voyage.
Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.
"Leonardo França é formado em gestão de pessoas, tem pós-graduação em comunicação e MKT e vive o jornalismo desde a adolescência. Atua como Consultor Organizacional na FS-França Serviços, e há 21 anos, também como consultor automotivo, ajudando pessoas a comprar carros em ótimo estado e de maneira racional. Tem por missão levar a informação de forma simples e didática. É criador do canal Autos Originais e colaborador em outras mídias de comunicação."
https://www.instagram.com/autosoriginais
Receba as reportagens da Mobiauto via Whatsapp