Exeed Sterra ES é sedan padrão BMW Série 5 a preço de Toyota Corolla
Versão Ultra 4WD, a mais potente das cinco que compõem a gama, fornece 480 cv, acelera a 0 a 100 kmh/h em 3,7 s e tem recarga de míseros 5 min para rodar mais 150 km
O mercado chinês é muito diferente dos ocidentais e a profusão de marcas é uma das suas características marcantes. Elas surgem e somem sem muita cerimônia, mas algumas recebem maior atenção dos grupos que as lançam. É o caso da Exeed, marca de prestígio da Chery criada em 2017, que acaba de lançar seu quinto modelo atrás da Grande Muralha, o portentoso Sterra ES.
Trata-se de um sedã executivo, com 4,94 metros de comprimento (apenas 12 cm menor que a novíssima geração Série 5, da BMW), 1,97 m de largura, 1,48 m de altura e distância entre-eixos de exatos 3,00 m (0,5 cm maior que a do novo Série 5). Lá, o grandalhão é ofertado em cinco versões, com preços a partir de 248 mil yuans (o equivalente à “bagatela” de R$ 170 mil) e alcance de até 905 quilômetros (versão Max+ Extended Range), sem necessidade de recarga das baterias.
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Por falar nelas, a Exeed oferece um recarregador ultrarrápido (de 800 V) para o Sterra ES, que garante mais 150 km de autonomia em míseros cinco minutos – de acordo com a marca, é o tempo que um motorista leva, em média, para tomar um café e, em 15 min, ele é capaz de preencher 80% da capacidade do conjunto.
Na versão Ultra 4WD, com tração integral permanente e 480 cv de potência, o novo sedã acelera de 0 a 100 km/h em 3,7 s, mais rápido do que qualquer modelo da nova geração do Série 5, incluindo o M560e xDrive, de mais de 570 cv. Entre os responsáveis por isso, destaque para o baixo coeficiente de arrasto (Cx), de 0,20, outro ponto em que também leva vantagem sobre o concorrente da BMW.
Nesta variante, a autonomia do Sterra ES cai para 650 km, mas nenhuma de suas versões, incluindo a de entrada, equipada com um pacote de baterias de 60,5 kWh, seu alcance é menor de 570 km – apenas para comparação, o Camry 2.5 XLE Hybrid, da Toyota, tem autonomia máxima de 760 km, mas custa R$ 332 mil, portanto o dobro do lançamento da Exeed. Se estes números não impressionam, o consumo de eletricidade que equivale a 76,3 km/l de gasolina é, indubitavelmente, um valor assombroso para esta classe!
Inteligência artificial e realidade aumentada
Por dentro, o lançamento da Exeed pode ser considerado futurista, principalmente se comparado a “coisas obsoletas” como o próprio Camry ou o Honda Accord. É fato que o design chinês não está à altura do italiano, muito menos do escandinavo, mas o desenho ‘clean’ cria uma impressão de maior amplitude, o que transforma seu habitáculo num verdadeiro latifúndio, todo em “couro” (Nappa) branco.
Uma tela flutuante de 15,6 polegadas (com resolução de 2,5K) domina o console frontal e, fiel à compatriota Huawei, o novo sedã conta com o sistema operacional Harmony OS – há carregamento sem fio, por indução, para até dois smartphones. Completam o pacote de conteúdo o sistema de áudio da grife Bose e o head-up display com recursos de inteligência artificial (AR-HUD).
O sistema LION AI reforça o aspecto futurista do Sterra ES, que conta com reconhecimento facial, comandos de voz para, praticamente, todas suas funções, navegador com realidade aumentada (AR) e acesso remoto à casa do motorista. As faixas de LEDs podem ser personalizadas e, seguindo a cartilha dos modelos de prestígio alemães, até os comandos dos vidros elétricos têm iluminação embutida.
Tudo isso gerenciado por um processador Qualcomm Snapdragon 8155 e a boa notícia para quem ainda não se descolou do mundo físico é que existem nada menos que 30 porta-objetos espalhados pela cabine.
Em breve, a Exeed ampliará sua gama com quatro novos EVs, até 2025, todos montados sobre a mesma base deste lançamento: dois SUVs, um de médio e outro de grande porte, um cupê com apelo mais esportivo e um monovolume de sete lugares. É mais um daqueles modelos que põem as gigantes ocidentais a coçar a cabeça, se perguntando sobre como a China conseguiu tornar-se o topo da indústria de EV.
Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto