Fiat Strada surgiu na Europa como esportivo que dava pau no Golf

Nome é conhecido por causa da picape, mas em um passado ainda mais distante a Strada duelava contra o Golf e não a Saveiro

Renan Bandeira
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22.02.2022 às 11:00 • Atualizado em 29.05.2024

Se você é brasileiro e não conhece a Fiat Strada, talvez esteja acordando de um coma de 25 anos. Desde 1997 atuando como líder de seu segmento, a picape compacta já marcou gerações no país. 

Desde seu lançamento, como um modelo derivado do Palio (projeto 178), ela ganhou versão aventureiras, cabine estendida, cabine dupla e configuração de três portas. 

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Há dois anos, chegou à sua nova geração, adotando a plataforma 327 do Novo Uno e do Mobi. Trouxe, consigo, uma inédita configuração cabine dupla com quatro portas para a categoria - que você pode conhecer melhor aqui. E, mais recentemente, ganhou até câmbio automático.

Mas e um Strada hatch? É difícil de acreditar, mas muitos não sabem que Fiat Strada era o nome de um hatch médio metido a esportivo e rival do VW Golf nas décadas de 1970 e 1980. 

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Como era o Fiat Strada?

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O Fiat Strada original tinha a silhueta com linhas bem marcadas. Parecia até um 147 anabolizado de perfil e buscava bater de frente com outros hatches médios da época, como o Volkswagen.

O Strada fez relativo sucesso e foi fabricado por dez anos (de 1978 a 88) na Itália, na Espanha e no Egito. De lá, era exportado para diversos países da Europa e até para Estados Unidos e Canadá.

Sua longevidade produtiva não foi tão grande quanto a da nossa picapinha, mas o Strada chegou a ficar em segundo lugar no prêmio European Car of the Year, em 1978, que elege o carro do ano para a Europa.

Ele teve duas gerações, sendo chamado de Strada nos Estados Unidos e Reino Unido, e Fiat Ritmo no Egito, Espanha e Itália. A primeira delas se destacava pela boa arquitetura e lista generosa de equipamentos, sendo comercializada com três opções de motores a gasolina: 1.1 de 60 cv, 1.3 de 65 cv e 1.5 de 75 cv - todos compartilhados com o Fiat 128.

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Desde o lançamento, era um projeto com plataforma evoluída para a época. As suspensões, por exemplo, eram do tipo independente McPherson nos dois eixos, assim como acontece nos Jeep Renegade, Compass e Commander em tempos atuais.

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Os freios eram a disco, sólidos, na dianteira e tambores na traseira. O hatch ainda poderia ser encontrado com câmbio manual de cinco marchas ou automático de três velocidades. Pasmem: esta última caixa era derivada de uma da Volkswagen.

As imagens entregam que beleza não era o seu forte, mas o Strada tinha bons itens, como banco traseiro bipartido, vidros escurecidos de série, teto solar, retrovisor do lado do passageiro (que não era muito usado na época) e cluster que alojava um relógio digital, além do conta-giros.

Por outro lado, o interior era criticado pelo excesso de plásticos duros - algo que vemos até hoje nos carros da Fiat.

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Um hot hatch de verdade

A segunda geração veio em 1982 e o objetivo era claramente apimentar a briga com os hatches esportivos da época. O visual ficou mais ajeitado e com a grade parecida com a que vimos nos primeiros Fiat Uno (famoso frente alta). A dianteira ganhou duas duplas de faróis redondos, uma em cada extremidade.

Nessa época, a Fiat deu ao Strada aerofólio traseiro, versão esportiva Abarth e até uma configuração Cabriolet. Esta última era produzida pela Bertone, uma empresa italiana especializada em design automotivo.

A carroceria sem teto rígido era legal, mas era na variante Abarth que o Strada se tornava um possante muito interessante, com direito a rodas de liga leve e bancos esportivos da linha Recaro, a mesma que fazia os bancos do nosso icônico Gol GTi. 

Para melhorar o desempenho e bater de frente com VW Golf GTI, Ford Escort XR3i e Vauxhall Astra GTE, o hatch deixou de lado os motores pequenos e recebeu um poderoso 2.0 aspirado.

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Apesar de alimentado por carburadores, diferentemente de seus rivais, que já usavam injeção eletrônica, o Strada Abarth rendia bons 130 cv, indo de 0 a 100 km/h em 7,8 segundos - números melhores que os dos rivais.

As alterações foram importantes para mantê-lo em linha e o hatchback fez sucesso até 1985, quando ganhou um facelift. Daí em diante, foi só ladeira abaixo. O Strada não conseguiu se manter no mercado e o fim da linha aconteceu em 1988.

Infelizmente, a fabricante não trouxe o hatch para o Brasil, mas suas características estão ligadas a vários modelos da Fiat que foram vendidos aqui. Nome de picape, cara de Uno, corpo de 147… 

E tem mais: o Strada saiu de linha para dar lugar a um velho conhecido dos brasileiros: ninguém mais, ninguém menos que o Fiat Tipo. Curioso, não?

Imagens: Reprodução/Internet

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Formado em mecânica pelo Senai e jornalismo pela Metodista, está no setor há 5 anos. Tem passagens por Quatro Rodas e Autoesporte, e já conquistou três prêmios SAE Brasil de Jornalismo. Na garagem, um Gol 1993 é seu xodó.

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