Fiat Strada surgiu na Europa como esportivo que dava pau no Golf
Nome é conhecido por causa da picape, mas em um passado ainda mais distante a Strada duelava contra o Golf e não a Saveiro
Se você é brasileiro e não conhece a Fiat Strada, talvez esteja acordando de um coma de 25 anos. Desde 1997 atuando como líder de seu segmento, a picape compacta já marcou gerações no país.
Desde seu lançamento, como um modelo derivado do Palio (projeto 178), ela ganhou versão aventureiras, cabine estendida, cabine dupla e configuração de três portas.
Consulte o valor do seu carro na Tabela Fipe
Há dois anos, chegou à sua nova geração, adotando a plataforma 327 do Novo Uno e do Mobi. Trouxe, consigo, uma inédita configuração cabine dupla com quatro portas para a categoria - que você pode conhecer melhor aqui. E, mais recentemente, ganhou até câmbio automático.
Mas e um Strada hatch? É difícil de acreditar, mas muitos não sabem que Fiat Strada era o nome de um hatch médio metido a esportivo e rival do VW Golf nas décadas de 1970 e 1980.
Leia também: Navio em chamas fará carga milionária de Porsche, Bugatti e Audi virar cinzas
Como era o Fiat Strada?
O Fiat Strada original tinha a silhueta com linhas bem marcadas. Parecia até um 147 anabolizado de perfil e buscava bater de frente com outros hatches médios da época, como o Volkswagen.
O Strada fez relativo sucesso e foi fabricado por dez anos (de 1978 a 88) na Itália, na Espanha e no Egito. De lá, era exportado para diversos países da Europa e até para Estados Unidos e Canadá.
Sua longevidade produtiva não foi tão grande quanto a da nossa picapinha, mas o Strada chegou a ficar em segundo lugar no prêmio European Car of the Year, em 1978, que elege o carro do ano para a Europa.
Ele teve duas gerações, sendo chamado de Strada nos Estados Unidos e Reino Unido, e Fiat Ritmo no Egito, Espanha e Itália. A primeira delas se destacava pela boa arquitetura e lista generosa de equipamentos, sendo comercializada com três opções de motores a gasolina: 1.1 de 60 cv, 1.3 de 65 cv e 1.5 de 75 cv - todos compartilhados com o Fiat 128.
Leia também: O engenheiro que ajudou o Fiat Uno a nascer e se aposenta junto com ele
Desde o lançamento, era um projeto com plataforma evoluída para a época. As suspensões, por exemplo, eram do tipo independente McPherson nos dois eixos, assim como acontece nos Jeep Renegade, Compass e Commander em tempos atuais.
Os freios eram a disco, sólidos, na dianteira e tambores na traseira. O hatch ainda poderia ser encontrado com câmbio manual de cinco marchas ou automático de três velocidades. Pasmem: esta última caixa era derivada de uma da Volkswagen.
As imagens entregam que beleza não era o seu forte, mas o Strada tinha bons itens, como banco traseiro bipartido, vidros escurecidos de série, teto solar, retrovisor do lado do passageiro (que não era muito usado na época) e cluster que alojava um relógio digital, além do conta-giros.
Por outro lado, o interior era criticado pelo excesso de plásticos duros - algo que vemos até hoje nos carros da Fiat.
Leia também: Avaliação: Fiat Pulse tem requisitos para fazer o mesmo sucesso do Uno?
Um hot hatch de verdade
A segunda geração veio em 1982 e o objetivo era claramente apimentar a briga com os hatches esportivos da época. O visual ficou mais ajeitado e com a grade parecida com a que vimos nos primeiros Fiat Uno (famoso frente alta). A dianteira ganhou duas duplas de faróis redondos, uma em cada extremidade.
Nessa época, a Fiat deu ao Strada aerofólio traseiro, versão esportiva Abarth e até uma configuração Cabriolet. Esta última era produzida pela Bertone, uma empresa italiana especializada em design automotivo.
A carroceria sem teto rígido era legal, mas era na variante Abarth que o Strada se tornava um possante muito interessante, com direito a rodas de liga leve e bancos esportivos da linha Recaro, a mesma que fazia os bancos do nosso icônico Gol GTi.
Para melhorar o desempenho e bater de frente com VW Golf GTI, Ford Escort XR3i e Vauxhall Astra GTE, o hatch deixou de lado os motores pequenos e recebeu um poderoso 2.0 aspirado.
Leia também: Fiat Toro 2022 diesel ganha tanque de Arla 32. Entenda como funciona
Apesar de alimentado por carburadores, diferentemente de seus rivais, que já usavam injeção eletrônica, o Strada Abarth rendia bons 130 cv, indo de 0 a 100 km/h em 7,8 segundos - números melhores que os dos rivais.
As alterações foram importantes para mantê-lo em linha e o hatchback fez sucesso até 1985, quando ganhou um facelift. Daí em diante, foi só ladeira abaixo. O Strada não conseguiu se manter no mercado e o fim da linha aconteceu em 1988.
Infelizmente, a fabricante não trouxe o hatch para o Brasil, mas suas características estão ligadas a vários modelos da Fiat que foram vendidos aqui. Nome de picape, cara de Uno, corpo de 147…
E tem mais: o Strada saiu de linha para dar lugar a um velho conhecido dos brasileiros: ninguém mais, ninguém menos que o Fiat Tipo. Curioso, não?
Imagens: Reprodução/Internet
Você também pode se interessar por:
Novo Fiat Fiorino se descola do Uno para ter mais cara de Strada
Exclusivo: Fiat Fastback deve ser o nome do SUV cupê 376
Fiat Uno pode renascer como SUV gringo elétrico com base Peugeot
Como a Fiat fez um motor 1.3 ser o turboflex mais forte do mundo