Fiat Uno 1989: como é o Uno com cara de Tipo que não tivemos no Brasil

Com desenho um tanto peculiar, hatch teve motor que só estreou no Brasil nos anos 2000

Diego Dias
Por
29.08.2024 às 18:50

Agora em agosto o Fiat Uno está celebrando 40 anos de história no Brasil, sendo lançado em agosto de 1984 e marcando gerações desde então. E se no mercado nacional ele teve pouquíssimas mudanças de desenho, em sua terra natal existiu o Fiat Uno mk2 ou mesmo Uno II, que ganhava uma reestilização geral que o deixava com desenho mais moderno.

Antes de detalhar o Fiat Uno mk2, vale dizer que no Brasil o famoso hatch compacto foi produzido em sua primeira geração de 1984 a 2013. Nesse período, teve a famosa frente alta de 1984 a 1990 (exceto o Mille, que manteve a frente alta até 1994), enquanto de 1991 a 2003 o Uno ganhou a frente baixa, que basicamente tinha faróis mais estreitos e grade com um friso abaixo.

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Já de 2004 a 2013, o Uno original teve sua maior reestilização com faróis maiores de lente lisa, novo para-choque, lanternas e tampa traseira lisa, que deslocava a placa para o para-choque. Essas foram as principais mudanças para o Fiat Uno ao longo de sua primeira geração no mercado brasileiro, mas na Europa ele teve um visual exclusivo a partir de 1989 que poucos conhecem.

Como era o Fiat Uno mk2 (1989-1995)

No final da década de 1980, o Fiat Uno no Brasil contava ainda com a famosa frente alta (um tanta cobiçada nos dias de hoje) e a versão 1.5R como configuração topo de linha e esportiva. Mas enquanto por aqui tínhamos ainda o modelo da primeira fase, em 1989 era lançado o Fiat Uno reestilizado, chamado de “segunda série” no mercado europeu, ou Uno II – algo equivalente ao nosso VW Gol bolinha, cujas mudanças visuais o classificavam como G3 ou G1, por exemplo.

A apresentação do novo Uno mk2 ocorreu no Salão de Frankfurt em 1989, quando o hatch passou a ter linhas mais arredondadas e visual que remetia diretamente ao Fiat Tipo – hatch médio que também foi vendido no Brasil, neste caso, de 1993 a 1996. Ele foi vendido principalmente na Europa, mas também deu as caras na Argentina.

Seu visual é um tanto peculiar, já que seu capô ficou mais inclinado (ganhando forma de cunha) e a dianteira recebeu faróis mais estreitos, que claramente se inspiravam no irmão maior Fiat Tipo. O capô, aliás, trazia uma curvatura no final, que emendava na grade frontal mais estreita e que ficava marcada pelas cinco barras verticais clássicas da Fiat.

O para-choque, por sua vez, era ainda mais envolvente do que o modelo antigo e podia ser de plástico preto ou parcialmente pintado na cor da carroceria, assim já se preparando para o estilo da década de 1990, onde tal solução já era mais comum de se ver. Na lateral o Uno apresentado em 1989 tinha borrachões que ligava as caixas de rodas, além de um repetidor se seta no para-lama dianteiro, este redondo igual ao do Tipo (abandonava o formato retangular do antigo).

A tampa traseira também era bem diferente por adotar linhas mais arredondadas, com destaque para um leve ressalto abaixo do vidro traseiro que deixava a tampa do porta-malas mais abaulada. A lanterna era outra: saia o conjunto mais quadrado tricolor da primeira fase e adotava lanternas menores com cantos mais arredondados, que tinham lente vermelha. Em resumo, a carroceria era 4,5 centímetros mais comprida, chegando a 3,69 metros (o brasileiro se manteve nos 3,64 m).

Por dentro o Fiat Uno mk2 é mais familiar para os brasileiros, já que o painel era o mesmo do Uno nacional feito a partir da linha 1991. O painel de instrumentos abria mão dos comandos satélites tão famosos, assumindo um quadro mais convencional, mas ainda assim bastante completo. Comandos de climatização, bancos e o cinzeiro também eram novos. Publicações de época destacavam um ganho em acabamento e qualidade de construção no hatch.

Debaixo do capô, o Uno lançado em 1989 já contava com motores da família Fire, que foi estrear no Brasil somente na linha 2002, no Mille Fire. Assim o Fiat Uno mk2 usava duas configurações, sendo uma versão 1.0 de 46 cv e outra 1.1 de 56 cv e 9,1 kgfm de torque.

O hatch contava ainda com um propulsor 1.4 de 70 cv e 10,8 kgfm do Tipo europeu, sem contar que a versão Turbo i.e. (também 1.4) entregava ótimos 118 cv e 16,4 kgfm de torque. Como é padrão para o mercado do velho continente, o Uno mk2 também disponibilizava motores diesel, sendo que em 1990 surgia um motor 1.9 diesel de 60 cv.

A produção do Uno mk2 ou Uno II perdurou por seis anos, sendo encerrada na Europa em 1995, quando o hatch deu lugar ao Fiat Punto – um modelo equivalente ao Fiat Palio no Brasil, cujo design redondo era bastante similar. O detalhe é que o Uno que nunca tivemos no mercado brasileiro parou no velho continente na metade da década de 1990, mas continuou sendo vendido na Argentina anos depois, enquanto na África do Sul seguiu até 2004.

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Entusiasta de carros desde criança, achou no jornalismo uma forma de combinar paixão e profissão. É jornalista formado pela faculdade FIAM-FAAM e atua no setor automotivo desde 2014, com passagens por Auto+, Quatro Rodas e Motor1 Brasil.

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