Fusca, o carro-camaleão capaz de virar Porsche, picape e até Rolls Royce
Ícone da indústria, modelo às vezes sofre nas mãos de entusiastas, digamos, empolgados demais, e recebe as mais impresíveis modificações
Hoje é quarta-feira, 20 de janeiro, mais conhecido como o Dia Nacional do Fusca no Brasil. O lendário "sedan" foi o primeiro veículo fabricado pela Volkswagen no mundo, em 1941, e segue como o carro mais carismático já produzido pela marca alemã.
A empresa tinha por objetivo criar o chamado "veículo do povo". Deu certo. Foram mais de 24 milhões de unidades vendidas em sua história, o que o torna o segundo Volkswagen mais popular no mundo em volume de vendas, perdendo apenas para o Golf.
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Claro que sua popularidade deu espaço para algumas bizarrices, principalmente no Brasil. Para homenagear o Fusca em seu dia, a reportagem da Mobiauto listou algumas modificações bizarras que o "besouro" ganhou ao longo de sua vida.
Afinal, se a Volkswagen manteve a identidade visual do Fusca quase intacta durante seus anos de produção, o mesmo não pode se dizer sobre a conduta dos amantes do modelo. Confira:
Fusca Variant
Sim, essa é uma versão perua do Fusca. Se fosse produzida pela Volkswagen, teria mais sucesso que a Variant? Não dá para saber a resposta, mas a versão foi desenvolvida no exterior pela empresa inglesa Unique Vehicle & Accessory durante a década de 1980.
O Brasil não ficou de fora dessa novidade, claro. Por aqui, existem projetos com o mesmo visual, mas geralmente são feitos por construtores caseiros, que unem a dianteira do Fusca com a traseira da Kombi.
Avó da Saveiro
Faltou um tanto de feeling da parte da Volkswagen quando lançou o Fusca. Afinal, porque não uma carroceria com caçamba para o guerreiro?
Brincadeiras à parte, vale lembrar que, na época em que foi lançado, a indústria automotiva não se empenhava em construir famílias de modelos, como a Volkswagen faria mais tarde com Gol, Voyage, Parati e Saveiro na década de 1980.
Geralmente, os veículos tinham configuração única, e talvez esse seja o motivo por trás de nunca ter havido uma picape Fusca. No entanto, é impossível dizer que essa versão improvisada aqui não ficou ajeitada.
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Sobre duas rodas
Os amantes do Fusca provavelmente já viram vídeos da Volkspod, a motinha feita com para-lamas do besouro. Quando eu estava na Quatro Rodas, conheci Rogério Jung, dono da oficina Garage 51, que aproveitou o sucesso da moto para criar a versão brasileira Lambrespa.
Com motor de dois tempos, lanterna e farol de Fusca, a invenção ganhou espaço no coração dos amantes do Volkswagen, e já é vista em encontros de clássicos.
Tamanho GG
Isso mesmo, um Fusca gigante. Fabricado na Califórnia, Estados Unidos, por Scott Tupper e seu pai, o Fuscão é 40% maior que o besouro original - a ideia inicial seria ampliá-lo numa escala de 50%, mas infringiria as leis de trânsito americanas e, então, foi deixada de lado.
Para criar o besourão, pai e filho escanearam todo o VW Fusca 1959 que possuem em um computador. Feito isso, aumentaram os componentes do modelo na medida em que pretendiam e iniciaram a produção dos componentes.
Resultado? Uma réplica perfeita em tamanho GG do Fusca. De diferente, o modelo carrega chassi do Dodge Magnum e seu motor V8 5.7 - um pouco mais parrudo que os boxers a ar, não?
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Rali
O Fusca já é conhecido por ser o tipo de veículo “pau para toda obra”. O famoso Baja é uma das configurações criadas para reforçar a ideia, principalmente quando o assunto é encarar dunas.
A configuração nasceu na Califórnia, Estados Unidos, na década de 1970. Ela tem ar mais off-road e conta com uma suspensão elevada para superar circuitos fora de estrada. Além disso, conta com modificações nos pára-lamas para aumentar o curso de trabalho do conjunto pneu-roda.
Roupa esportiva
O Fusca passou longe de ser esportivo, mas sabemos da relação que o modelo tem com os primeiros Porsche, principalmente quando se trata do motor boxer.
Na década de 1950, a empresa alemã Okrasa já realizava preparações nos Volkswagen. Mas mostrou que ainda não era o bastante quando lançou, em 1973, um Fusca com visual inspirado no Porsche 935, que era movido pelo motor boxer seis-cilindros de 255 cv.
O Brasil também tem suas peculiaridades. Aqui os Fuscas também ganham upgrade de potência, mas geralmente o motor boxer é substituído por um AP da linha Gol ou Santana, e até conjuntos de Subaru são usados.
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Lagartão
Achou o Baja cabuloso? Olhe bem para este aqui. Afinal, um Fusca que troca as rodas do eixo traseiro por esteiras, iguais às de tanque de guerra, não é visto todos os dias.
Não tem como negar que a modificação é brazuca. Sem as portas e todo adaptado para enfrentar as estradas de lama, o Fusquinha ganha alma de 4x4.
Convenhamos: o dono levou a sério a frase “para qualquer terreno” e criou uma versão ainda mais off-road que o Baja.
Hot Rod
Criada nos Estados Unidos, a cultura Hot Rod consiste na customização de veículos antigos. É comum ver modificações em Ford das décadas de 1920 e 1930, mas isso não quer dizer que o besouro passe ileso por essa cultura.
Não mesmo! Na internet, podem ser vistas variantes conversíveis, picapes, furgões, Fusca com portas suicidas, teto rebaixado, pneus gigantes e até com motor dianteiro.
A cultura foi expandida. Em São Paulo, por exemplo, existe a Escuderia BadBug, uma oficina especializada em criar Volksrods - que são Fuscas modificados e que recebem características presentes nos projetos Hot Rods norte-americanos.
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Grã-fino
Dias de glória para o Fusca? O Volkswagen sempre foi um modelo popular, mas a imagem mostra que ele já vestiu uma roupa mais sofisticada para ganhar um ar elegante neste tipo de modificação.
A moda surgiu nos Estados Unidos - ainda na década de 1960 - e foi implantada no Brasil pela Edmorba, empresa responsável pela produção do capô em fibra de vidro com desenho inspirado nos luxuosos Rolls-Royce.
Para ganhar o novo visual, bastava fazer a troca da tampa original pelo kit “Mini Rolls”.
Cornowagen
Esta é a única mudança da lista feita pela própria fabricante. Vimos acima uma adaptação para deixar o Fusca mais sofisticado, certo? Pois a própria Volkswagen já havia tentado adicionar mudanças no besouro para torná-lo mais premium na década de 60.
Para isso, tentou introduzir no sedanzinho um teto solar. A ideia da empresa alemã era alinhar o produto nacional com o vendido na Europa. No entanto, o infame apelido Cornowagen estragou tudo.
Ele surgiu porque diziam que a abertura do teto era para dar espaço para acomodar um motorista traído, já que haveria mais espaço ali para seus chifres. Ah, o humor brasileiro... A brincadeira prejudicou o marketing do veículo e a Volkswagen desistiu da modificação meses depois do lançamento.
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