Honda Civic híbrido é melhor opção contra BYD Song Plus e GWM Haval H6

Sedan médio tem boa dirigibilidade, consumo baixo e conforto de sobra

Renan Bandeira
Por
29.10.2024 às 19:13

Um sedan médio pode ser uma boa opção contra SUVs? Levando em consideração apenas as carrocerias, o Honda Civic híbrido pode não ser tão vistoso para os amantes de SUV. No entanto, comparando tudo aquilo que um veículo pode oferecer hoje em dia, o modelo se torna uma belíssima opção contra BYD Song Plus e GWM Haval H6.

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O Honda Civic híbrido é vendido em versão única Touring Advanced Hybrid. É a opção mais completa do produto vendida mundialmente, e que não sai das lojas no Brasil por menos de R$ 265.900. O valor é próximo aos R$ 283.000 que a GWM pede pelo Haval H6 PHEV34, e pouco mais caro que os R$ 239.800 cobrados pela BYD por um Song Plus.

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Ter um SUV realmente tem certas vantagens. As suspensões são destinadas ao conforto, o modelo é mais alto e, consequentemente, a posição de dirigir também, passando mais segurança aos passageiros. No entanto, a experiência de condução, porta-malas e até mesmo espaço interno nem sempre são vantagens versus outras categorias.

Como sabemos que brasileiros comparam veículos por preço e não categoria, colocamos o Honda Civic híbrido como principal opção para quem quer um modelo híbrido e pensa em colocar na garagem um Song Plus ou Haval H6, por exemplo.

A unidade testada pela Mobiauto rodou por uma semana na redação e com 30.000 km rodados, causou boa impressão durante os sete dias de avaliação.

O Civic está em sua 11ª geração e o visual é bem mais sóbrio que da 10ª - último modelo nacional. Agora vem importado da Tailândia para o nosso mercado e com tecnologia híbrida, deixou de ser um concorrente direto de Toyota Corolla e Nissan Sentra.

Além de ter ficado maior, o Civic está consideravelmente mais tecnológico e equipado que os rivais, até por isso os mais de R$ 260 mil pedidos pela marca – sim, a nossa reportagem também acha o valor elevado.

Atualmente, o Honda Civic híbrido 2024 é o melhor sedan médio para dirigir. Superior a King, Corolla e Sentra, não faz feio para modelos premium, como Audi A3 e A4, Mercedes Benz Classe A e BMW Serie 3 – contra os dois primeiros faz frente até em nível de acabamento e assistências de condução e segurança.

Contra SUVs como BYD Song Plus e GWM Haval H6, nem se fala. Com centro de gravidade mais baixo, o sedan leva a melhor em curvas e oferece uma dirigibilidade melhor no dia a dia, principalmente na estrada. A direção responde rápido e o acelerador também.

Seu 0 a 100 km/h em 7,8 segundos estão dentro do que se espera para a categoria, embora não seja mais rápido que um Haval H6 PHEV34. O motor 2.0 é aspirado e alimentado só por gasolina, rendendo 143 cv de potência e 19,1 kgfm de torque.

Ele trabalha junto de dois motores elétricos que, juntos, rendem 184 cv de potência e 32,1 kgfm de torque. A marca não fala sobre potência e torque combinados, mas temos o conjunto elétrico como preferido para tracionar as rodas, com o a combustão trabalhando em velocidades de cruzeiro, quando está em sua maior eficiência energética, ou quando precisa recarregar a bateria do sistema elétrico.

A preferência pelo motor elétrico garante um ótimo consumo de combustível. Na cidade, com ar-condicionado ligado o tempo todo, o Civic foi capaz de rodar 20,2 km/l. Foram mais de 500 km rodados para obter essa média, que é superior às de BYD Song Plus e GWM Haval H6 PHEV34, ambos já testados por Mobiauto nas mesmas condições. De acordo com Inmetro, temos 15,9 km/l na estrada e 18,3 km/l na cidade com gasolina.

Quando o a combustão entra em ação, o ruído interno fica mais elevado, mas diferente do que acontece com os SUVs citados, a diferença de entrega de torque e potência do 2.0 é menor em relação ao conjunto elétrico. Isso ajuda na experiência de condução porque a aceleração é linear, mesmo na troca de motores para tração.

Acabamento interno é bom. As superfícies de portas e painel frontal têm material macio ao toque, mas o que mais chama atenção são os encaixes das peças de acabamento que seguem tão boas quanto no lançamento do produto. Com 30.000 km rodados, surpreendeu pela manutenção da qualidade.

Revestimento claro dos bancos é complicado. Após um tempo de uso, o material parece encardido e não tem mais a mesma tonalidade de o lançamento. Aqui, o tecido preto ajudaria a reduzir esses problemas – ainda que eu prefira o interior mais claro.

Eles são macios, com boa dose de espuma e material que não faz feio às marcas premium. Combina com o restante dos materiais usados na cabine e ainda têm ajustes elétricos para motorista e passageiro que vai na frente. Para os ocupantes da segunda fila há apoia braço com porta-copos.

Ainda no banco de trás, duas portas USB tipo A e saídas de ar-condicionado dão um conforto extra para os passageiros. Na frente, o ocupante que não dirige ainda pode selecionar a temperatura do ar que preferir, já que o sistema tem duas zonas de trabalho.

O motorista tem acesso a uma das zonas de ar, se preferir. E também controla os modos de condução, o freio de estacionamento eletrônico e carregador por indução. O painel de instrumentos é inteiro digital de 10,2 polegadas e mostra autonomia, consumo e demais dados de computador de bordo.

A multimídia não é das preferidas. Tem 9 polegadas, que é um bom tamanho, mas a interface não é das mais belas, e o uso fica basicamente para espelhamento do celular.

E não é só no sistema elétrico e na dirigibilidade que o modelo se garante. Seu espaço interno também é um grande ponto para ser observado. Com 495 litros de capacidade, o porta-malas tem um ótimo tamanho, embora não seja prático como o de SUVs. Haval H6 tem 560 litros de porta-malas, contra 574 litros do Song Plus.

Já na cabine, os 2,73 metros de entre-eixos garantem bom espaço para joelhos, assim como os 1,80 m de largura entregam distância confortável para os ombros. Para cabeça, os SUVs dão mais espaço, mas o Civic não fica devendo nesse quesito.

Ainda que não seja um SUV, o Honda Civic híbrido mostrou ser uma opção confiável para compra. Ele não vende mais como antes e é bem longe de ser comparado à geração anterior, mas evoluiu o suficiente para ter nível de sedan premium em um preço que as marcas desse nicho não atuam.

Dessa forma, torna-se um concorrente dos SUVs chineses híbridos plug-in, que atuam em faixa de preço parecida, e uma ótima opção para quem ainda acredita no segmento e gosta da experiência de dirigir um sedan, critério que será cumprido pelo Honda Civic e não pelos concorrentes citados.

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Formado em mecânica pelo Senai e jornalismo pela Metodista, está no setor há 5 anos. Tem passagens por Quatro Rodas e Autoesporte, e já conquistou três prêmios SAE Brasil de Jornalismo. Na garagem, um Gol 1993 é seu xodó.

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