Honda e Nissan terão fusão para frear BYD e outras chinesas; entenda
Marcas japonesas podem formar holding para confrontar avanço das chinesas
A Honda e a Nissan estão movimentando a indústria automotiva. As marcas japonesas confirmaram que as negociações para se fundir e virar uma nova holding começarão em breve, e que a Mitsubishi também pode ser incluída nesse processo.
Nesta segunda-feira (23), próximo do Natal, Nissan e Honda deram de presente aos japoneses uma chama de esperança de segurar a onda das marcas chineses – como BYD, GAC e Geely. As montadoras japonesas assinaram um Memorando de Entendimento (MoU) para considerar a fusão.
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Além disso, assinaram um novo material que permite a exploração de como a Mitsubishi pode se tornar parte da nova holding.
O caso da fusão entre Honda e Nissan explodiu nas últimas semanas. Tudo começou com o mau momento da Nissan, em que até executivos da marca afirmaram que a japonesa poderia falir em um ano, em entrevista ao site Financial Times.
Isso vinha acontecendo no mesmo momento em que Honda e Nissan fechavam seus acordos para produção de carros elétricos, e compartilhamento de tecnologias. No fim das contas, as coisas praticamente aconteceram como o ex-CEO da Nissan, Carlos Ghosh, havia alertado, de que a Nissan poderia ser engolida gradualmente pela Honda.
Os próximos passos, no entanto, são promissores. A fusão deve ter fim até 2026 por não ser algo tão simples - à exemplo do que foi a união de PSA e FCA para formação da Stellantis anos atrás. E a união de Nissan e Honda formará o terceiro maior grupo automotivo do mundo, ficando atrás apenas de Toyota e o Grupo Volkswagen.
A holding das gigantes chinesas deve ficar avaliada em US$ 50 bilhões, pouco menos que os 52 bilhões de euros da Stellantis em sua formação.
E o objetivo da operação é claro: ter forças para confrontar as marcas chinesas. Nissan, Honda e Mitsubishi já vinham estreitando laços para construção de carros elétricos e novas tecnologias. A parceria, de início, era de Nissan e Honda e se estendeu para a Mitsubishi em agosto último.
A ideia inicial que era a de produzir inversores, baterias e demais componentes de carros elétricos, agora poderá expandir para modelos híbridos e até os a combustão, como freio para os avanços de gigantes chinesas como a BYD.
Com a fusão, a nova holding das gigantes japonesas poderia focar em preços mais competitivos, que é a grande sacada das montadoras chinesas.
Como fica a Renault?
Os mais atentos vão lembrar que Renault, Mitsubishi e Nissan formam uma aliança com trocas de tecnologia. O novo Nissan Kicks, por exemplo, que será vendido no Brasil – e já roda em testes por aqui - e que é vendido no mercado americano, usa plataforma CMF-B do Renault Kardian.
Ao que tudo indica, a marca francesa vem reduzindo suas participações nos projetos da Nissan, e vê com bons olhos um possível repasse de sua participação da marca japonesa. Ou seja, a Honda está com a “faca e o queijo na mão” para formatar a união com a Nissan.
Resta saber sobre como será a vida de veículos de Renault e Nissan que compartilham tecnologias. O Kicks é um dos maiores exemplos disso em sua nova geração. Será que o SUV trocaria a estrutura atual para usar a base da Honda?
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