Manobra do governo fará carro popular mais barato sem torná-lo um pé de boi
Proposta do governo será apresentada nas próximas semanas com incentivo à indústria e linhas de crédito
No próximo dia 25, Dia da Indústria, o setor automotivo espera ter um respiro com estímulos para a volta do carro popular. A informação foi revelada pela Folha de São Paulo, fomentando ainda mais as discussões sobre o carro popular, que estão em alta no momento.
O plano do governo é estimular toda a cadeia industrial brasileira e tentar reindustrializar o país. Entre as medidas estariam previstas a inclusão de linhas de crédito para o setor fabril, reduções de tributos, exigência de aumento da nacionalização de componentes manufaturados e um programa de financiamento para veículos.
Você pode se interessar por:
- Maior taxa de juros do mundo corrói indústria de carros no Brasil
- Indústria nacional monta carros cada vez menos nacionais e isso preocupa
- Venda de carros: Governo quer ajudar indústria e cobra ação das fabricantes
- Novo carro popular pode fazer Brasil voltar aos anos 90 e ser tiro no pé
Para se ter uma ideia, o índice de nacionalização caiu de 80% para menos de 60% em boa parte dos carros. Além disso, a maior taxa de juros do mundo tem prejudicado o desempenho das vendas.
Carro vai ficar mais barato
Outro ponto importante a se entender na nova medida é que ela barateará os carros de entrada. A expectativa, ainda de acordo com a Folha de SP, é que o veículo mais barato do Brasil fique entre R$ 50 mil e R$ 60 mil.
Atualmente, Renault Kwid e Fiat Mobi, partem de R$ 68.990. E a boa notícia é que os carros não deverão passar por mudanças nos equipamentos. Havia o temor de ficarem ainda menos equipados, mas isso parece ter sido descartado. A manobra deve ser realmente fiscal para chegar aos valores descritos acima
Proálcool de volta?
Nas redes sociais, diversos comentários apontavam para a necessidade de que o carro fosse movido somente a etanol para estar dentro dos requisitos do novo programa. No entanto, essa pode ser uma etapa futura, quando as autoridades e fabricantes discutirem sobre sustentabilidade.
Vale lembrar que em 1975, graças a crise global do petróleo, o Brasil criou um programa de incentivo ao etanol, o que tornou o país líder nesse biocombustível. Já em 1993, o presidente Itamar Franco assinou o protocolo do carro popular, que cortou impostos de carros com motores até 1.0.
O efeito foi imediato, já que as vendas saltaram de 764 mil unidades em 1992 para 1.131.000 de vendas. Anteriormente ao recorde de 2,45 milhões de vendas em 2012, o maior volume, registrado em 1997 com 1,943 milhão de unidades vendidas, ainda era considerado efeito da medida que criou os carros 1.0.
Neste momento, a prioridade é reduzir preço, aumentar o volume de vendas, gerar empregos e diminuir a capacidade ociosa de 47%.