Nova VW Kombi é elétrica, se comunica com outros carros e virá ao Brasil
Tataraneta da “Velha Senhora” é quase autônoma, não polui e deve ser o terceiro modelo 100% elétrico da marca alemã por aqui
“Veículo combinado”. Este é, ipsis litteris, o frio significado de Kombinationsfahrzeug, sopa de letrinhas que denomina em alemão a minivan que, no Brasil, ficou conhecida pela simpática apócope VW Kombi. E, convenhamos, a nossa alcunha é muito mais carinhosa e carismática com um veículo que fez história na indústria automobilística mundial e nacional.
Usando plataforma do Fusca e praticamente a mesma carroceria dos anos 1950, a “Velha Senhora” seguiu em produção no Brasil sem trocar efetivamente de geração até 2013. Depois, foi aposentada.
Na Europa, o utilitário conhecido como Microbus, Type 2 (o Fusca era o Type 1) ou T1 trocou de geração algumas vezes até virar a multivan T7. Tudo isso muito longe de nosso país. Agora, a Volkswagen apresenta, através da ID Buzz, a “Kombi do futuro”: elétrica, 100% autônoma, conectada e com visual minimalista.
Na Europa, sua pré-venda começará em maio deste ano, com expectativa de real chegada às concessionárias no segundo semestre. E já pode ir se preparando. A Mobiauto entende que a minivan será lançada pela marca no país em 2023, como o terceiro modelo 100% elétrico, depois dos irmãos ID.3 e ID.4, que chegam no segundo semestre deste ano.
É claro que, diferentemente da Kombi original, a ID Buzz não terá produção nacional nem será tão acessível. Importada, deve custar mais de R$ 300.000, mas terá papel preponderante na estratégia da fabricante de oferecer um utilitário moderno e ecologicamente correto a consumidores e grandes empresas que podem pagar por isso.
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Visual minimalista
A conexão entre a ID Buzz e a velha Kombi pode parecer forçosa, mas é a própria marca quem faz a conexão entre as duas. Tanto que a fabricante procurou replicar a silhueta “pão de forma” da Velha Senhora, dando à sua tataraneta um para-brisa levemente inclinado e uma frente pouca coisa bicuda apenas por questões aerodinâmicas (são só 0,29 Cx) e de segurança.
O desenho dos faróis, integrados por um filete de LED que contorna as duas peças e vai até o enorme logotipo da marca, está mais ligado a outros modelos da família ID, mas a pintura saia-e-blusa com teto branco é inspirada na icônica Kombi “Corujinha”. O conjunto óptico, aliás, traz projetores com LEDs matriciais através do sistema inteligente de iluminação IQ Light.
Com desenho muito similar ao do conceito apresentado alguns anos atrás, a ID Buzz será comercializada em duas configurações: van de passageiros e de carga (ID Buzz Cargo).
A primeira terá espaço para cinco passageiros, mas em breve oferecerá também configurações com seis (em disposição 3+3) ou até sete lugares (terceira fileira com duas posições). São 1.121 litros de capacidade no bagageiro e 2.205 litros com a segunda fileira rebatida.
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ID Buzz Cargo
Na variante Cargo, também é possível ter dois ou três lugares à frente, mas não há fileira traseira de assentos e é possível fixar uma divisória entre a cabine e o compartimento de cargas, que possui 3,9 m³ de área.
O comprador da ID Buzz Cargo poderá, ainda, escolher se quer a tampa do porta-malas aberta para cima ou bipartida para os lados, e se quer portas deslizantes para abertura lateral só de um ou dos dois lados.
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Motor elétrico traseiro de 203 cv
Como na Kombi original, o motor e a tração da ID Buzz serão traseiros, mas esqueça o som característico dos propulsores boxer refrigerados a ar da original. Na variante dos anos 2020, a propulsão é 100% elétrica e rende incríveis 204 cv de potência.
Se a Velha Senhora original derivava do Fusca, a ID Buzz utiliza a plataforma MEB, a mesma dos outros membros da família VW ID, como os ID.3 e ID.4, o que significa que seu banco de baterias fica localizado no assoalho.
O conjunto possui 83 kWh de capacidade bruta e 77 kWh realmente disponíveis para deslocamento. São os mesmos números dos irmãos ID.3 e ID.4 recentemente apresentados no Brasil. A autonomia em ciclo WLTP da minivan ainda não foi divulgada, mas, no hatch e no SUV, o alcance prometido é de mais de 500 km.
Com uma potência de carga de até 170 kW, é possível recuperar de 5% a 80% da energia em 30 minutos utilizando corrente contínua. Para corrente alternada, são 11 kW de potência máxima, o que significa mais de 7 horas para completar a recarga.
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Uma Kombi, só que maior
A utilização de uma plataforma modular com baterias no assoalho permite que a ID Buzz meça 4.712 mm de comprimento, apenas 20 cm a mais do que uma Kombi dos anos 1950, mas com 2.988 mm de entre-eixos, um aumento de quase 49 cm.
Ao mesmo tempo, seu diâmetro de giro é de 11,1 m, similar ao de um Golf. A ID Buzz também é 16,5 cm mais larga que a velha Kombi (1.985 mm), e mais de 10 cm mais baixa (1.938 mm).
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Quase autônoma
Ainda de acordo com a VW, a ID Buzz já ocupa o Nível 4 (de um total de 5) em relação a tecnologias de condução autônoma. Nem todas estarão habilitadas desde já, mas a minivan contará com atualizações de softwares via nuvem.
Em princípio, o utilitário oferecerá frenagem automática emergencial dianteira, assistente ativo de permanência em faixa e controle de cruzeiro adaptativo. No futuro, será ativada a função “Assistente de Viagem”, que permite uma condução quase 100% autônoma em rodovias, a qualquer faixa de velocidade e incluindo trocas de faixa assistidas.
O veículo já possui instalado, também, um sistema chamado Car2X, que utiliza sinais de outros veículos e da infraestrutura de transporte para detectar perigos em tempo real. Conforme a plataforma foi integrada a outros modelos e até ao monitoramento inteligente do tráfego de grandes cidades, poderá ser útil no uso diário da ID Buzz.
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