Por que a VW trocou Virtus GTS por nova versão inspirada no Santana
Sedan manterá o motor 1.4 TSI na versão topo de linha, mas apelou a refinamento no lugar de esportividade para pescar clientes do Jetta
A Volkswagen apresentou a linha 2023 do Virtus, o modelo teve o visual renovado e a gama de versões ampliada. O mais entusiasta dos leitores certamente sentiu falta da versão GTS, que de fato saiu de linha - ou quase isso. Oficialmente, o Virtus não oferece mais a versão esportiva, mas toda sua alma segue presente.
A configuração Exclusive, topo de linha, recupera um nome adotado pelo extinto Santana no final dos anos 1990 - ele se chamava Exclusiv, sem e no final -, mantém o motor 250 TSI com 150 cv e 25,4 kgfm de torque. O câmbio é sempre automático de seis marchas.
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E não só o motor segue firme e forte, mas todo o acerto de suspensão é o mesmo do GTS. Aliás, por conta de uma redução de 4 kg, a Volkswagen diz que o Virtus Exclusive é 0,2 segundo mais rápido que o GTS no 0 a 100 km/h. São 8,7 s do antecessor contra 8,5 s da novidade.
O que motivou essa decisão
O primeiro ponto é o volume de vendas. O Virtus GTS vendia consideravelmente menos que o irmão Polo. O mercado não comprava o apelo esportivo do sedan, que, apesar do bom desempenho, não chegava perto de um GTI, como tivemos no Golf, por exemplo.
Em vez disso, desta vez a fabricante optou por trazer uma versão que trouxesse um toque de esportividade, mas também outro de refinamento e classe, a fim de pescar consumidores mais sóbrios, que comprariam um Jetta ou um Toyota Corolla 2.0 flex.
Para isso, o Virtus Exclusive 2023 troca parte do acabamento em relação às demais versões, aplicando um vinil (ou couro ecológico) e costura dupla no painel, forração em tecido nas guarnições das portas, bancos com o nome da versão e junto ao interior que já era escurecido.
O segundo é um detalhe que faria mal à imagem da Volkswagen. Em meados do ano passado, quando começou a dar informações sobre o novo Polo, a marca alemã informou que a versão GTS teria faróis com tecnologia IQ Light, do tipo Matrix, para não cegar outros motoristas.
No entanto, esse farol é importado da Europa. Como o Virtus não é vendido por lá e não utiliza mais o conjunto óptico do Polo, deixar o sedan da família GTS com sistema de iluminação ao do hatch e ainda cobrar mais caro por ele não faria sentido.
Dessa maneira, a Volkswagen quer convencer o consumidor que o Virtus Exclusive 2023 é um bom substituto do Jetta 1.4 TSI e pode peitar a versão de entrada do Corolla. Resta saber se o mercado vai abraçar essa ideia.