Sete dicas para ingressar seu filho no kart com segurança
Tudo sobre como mostrar essa maravilhosa porta de entrada ao automobilismo para suas crianças
Talvez seja o sonho de todo pai gearhead ter um filho ou filha no mundo automobilístico, para manter viva essa cultura que sofre cada vez mais seus percalços, ou até mesmo para tentar ter o seu sonho realizado através de seus herdeiros.
Infelizmente, no panorama atual do Brasil, a maioria dos escassos programas de iniciação nos esportes se limita aos jogos com bola, em especial o futebol, o que pode ser um terror para um pai que tenta estimular seus pequenos a conhecerem o seu hobby automotivo.
Não que eu tenha qualquer preconceito ou crítica aos demais esportes, mas acho que faltam opções fora do senso comum, que parece ser um padrão a ser seguido por todos, e que eu particularmente nunca tive muito prazer em praticar.
Meus filhos, diferentes da minha versão mirim, gostam bastante de todos os esportes, fazem aulas de futebol e tudo que se encaixaria nos padrões. Acontece que eles também carregaram a essência motorizada do meu DNA, e desde cedo despertaram atenção aos carros.
Tudo começou num simples carrinho elétrico do shopping, onde a maioria das crianças são atraídas pelas luzes, sons e as linhas em escala aos modelos reais. Depois os aniversários com temas de carros, os brinquedos e, por fim, a primeira experiência na pista: um dia num kartódromo.
Antes, vou contextualizar que os meus pequenos têm 5 e 6 anos, mas, já despertavam interesse bem antes dessa idade em andar no que eles gostam de chamar de “carros de corrida”.
Com isso, foi mais fácil separar as minhas emoções e expectativas do que eles realmente queriam, e assim não estimular um caminho que não fizesse sentido pra eles. Eu não queria simplesmente tentar realizar o meu sonho e minha vontade através deles. Essa dica é valiosa, caro leitor, se você pensa em iniciar seus filhos no automobilismo!
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Depois de muitas pesquisas, decidi que o mais barato seria comprar um kart e dividir os treinos para os dois. Antes da compra descobri que existem diversos modelos de Kart e que as crianças andam no chamado Cadete.
Esse modelo consegue atender desde os cinco até os onze anos. Logicamente, tudo depende do tamanho e peso da criança, uma vez que ele é menor que chassi padrão.
Por sorte, um amigo já tinha o filho andando nessa modalidade e estava trocando o equipamento para um mais moderno. Marcamos um test-drive e, mesmo sem nenhuma experiência num kart de verdade, os meninos se saíram muito bem, com doses moderadas de susto ao entrarem na pista.
Ambos testaram o kart do amigo e, ao final da volta, me pediram para comprar uma unidade pra eles andarem. Nesse momento vocês podem imaginar o sorriso desse pai aqui! Foi quando eu revelei que aquele kart já seria deles. Obviamente, poderia ter dado tudo errado e eles não terem aprovado o brinquedo, inviabilizando a compra, logicamente.
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Dicas para ingressar seu filho no automobilismo com segurança
Em resumo, caso você opte por esse caminho ao seu filho ou filha, vou listar alguns tópicos chaves abaixo:
1) Siga sempre o ritmo da criança. Ela vai sinalizar a vontade de seguir o esporte. Tenha sempre muito cuidado para não descarregar sua expectativa na vontade deles.
2) Pense sempre que, para eles, o kart é um brinquedo, pelo menos no início. Caso a prática desperte neles uma vontade de competição no futuro, cabe a eles sinalizar essa vontade. Mantenha sempre as expectativas baixas quanto ao desempenho. São crianças!
3) Procure kartódromos próximos à sua residência, pesquise os modelos e preços. Você precisará de um mecânico/treinador para seu filho, além de um local para guardar e fazer as manutenções dos equipamentos.
O nosso fica no box do mecânico, dentro do kartódromo. Pagamos uma mensalidade que inclui as revisões e as aulas semanais para os dois. Lembre-se que, assim como todo esporte, existem vários tipos de profissionais e equipamentos e vários preços diferentes.
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4) Para andar em pistas homologadas, é necessário utilizar macacão, capacete fechado, luvas, sapato fechado e pescoceira. Existem materiais com diversos valores, e uma boa pesquisa não sai tão caro. Minha dica é comprar bem grande, pois as crianças estão em fase de crescimento e perdem rápido.
5) Existe também a opção de pagar por aula avulsa, no equipamento do professor. No meu caso, não achei vantajoso, até porque seriam dois alunos pagantes, mas pode ser uma opção legal para um teste inicial.
6) E, por último, considere que é um esporte caro e pouco difundido. Quanto maior o nível de exigência e de competitividade, mais os custos aumentam. No meu caso, por enquanto é só um treino sem muitas pretensões, o custo é até plausível e acessível, menor do que imaginei.
7) Por fim, indico que se você tem uma criança em casa e deseja entrar nesse esporte, procure se informar na sua cidade onde existem kartódromos com escolas para esse fim. Independente da idade, tamanho ou sexo da criança, todas se divertem muito nos treinos e a evolução diária deles é sensacional.
Imagens: Arquivo pessoal
Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.
William Marinho, engenheiro mecânico e entusiasta do mundo automotivo.
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