Stellantis fecha fábrica de motores que operava no Paraná há 25 anos
Fabricante encerrará atividades da planta de Campo Largo (PR), que já pertenceu à BMW e produziu mais de 1,5 milhão de propulsores da família E-torQ
A Stellantis, dona das marcas Fiat, Jeep, Citroën, Peugeot e Ram no Brasil, vai encerrar as atividades da fábrica de motores em Campo Largo (PR). A informação é do jornal local Folha de Campo Largo e foi confirmada pela empresa em nota oficial.
Segundo a publicação, a empresa já teria confirmado o fechamento em nota, afirmando que está buscando uma forma de realocar os 210 funcionários que atualmente trabalham na unidade.
A medida já teria, inclusive, sido comunicada ao governador do Estado do Paraná, Ratinho Jr, para que o governo local tente encontrar um possível comprador para a fábrica.
Com isso, toda a produção de motores da empresa ficará concentrada em Betim (MG), onde há outra planta de motores responsável pela montagem das usinas 1.0 e 1.3 das famílias Firefly (aspirados) e GSE (turbo), ambos flex.
Histórico da fábrica de Campo Largo
A fábrica de motores em Campo Largo nasceu em 1997, fruto de uma sociedade entre Chrysler e BMW, formando à época uma operação chamada Tritec. A produção começou em setembro de 99, com motores 16V a gasolina de 1,4 e 1,6 litro destinados à exportação.
Em dezembro de 2008, a Fiat Powertrains (FPT) comprou o empreendimento para estabelecer ali uma nova fábrica de motores da FPT (Fiat Powertrain), no esteio do fim de sua joint venture com a GM.
A operação recomeçou em 2010 e, inicialmente, contava com 250 colaboradores e era responsável por produzir os mesmos propulsores 1.4 e 1.6, porém atualizados e rebatizados como família E-torQ, além do veterano 1.8 fruto de uma antiga parceria com a GM. Posteriormente, entrou em cena o 1.8 E-torQ, que nos últimos anos passou a ser a única usina montada no local.
Sob a gestão da então FCA (Fiat Chrysler, atual Stellantis, após fusão com a PSA), o número de funcionários atingiu o pico de mais de 400 nos anos 2010. O local também alcançou, em 2019, a marca de 1,5 milhão de motores produzidos em seus dois ciclos de operação.
Ao longo dos anos, porém, a FCA já vinha promovendo uma migração gradativa dos motores E-torQ para os Firefly e GSE turbo. Com isso, as operações em Campo Largo foram reduzidas.
Com o fim de linha da Fiat Toro e do Jeep Renegade 1.8 flex no Brasil, a planta passou a produzir os motores E-torQ de 1,8 litro em escala ainda menor, apenas para exportação. Agora, deve trocar o motor aspirado pelo 1.3 GSE turbo também em veículos destinados ao mercado externo.
À Folha de Campo Largo, a Stellantis justificou a medida alegando que “decidiu concentrar a produção em motores mais modernos”. Também afirmou ter proposto a transferência dos trabalhadores de Campo Largo a outras unidades fabris da marca no país. Confira o comunicado na íntegra:
“A Stellantis segue com o plano estratégico de neutralizar globalmente suas emissões até 2038.
Dentro das medidas que visam acelerar a redução de 50% em emissões de carbono já em 2030, decidiu concentrar a produção em motores mais modernos, que além de atenderem às novas e futuras regulamentações, oferecem ao consumidor os mais altos níveis de tecnologia, economia, performance e eficiência, em linha com a tendência global de downsizing.
O foco na fabricação de motores mais modernos foi antecipado pela Companhia, que já propôs a transferência de trabalhadores para outras de suas unidades no Brasil, ao mesmo tempo em que auxilia na transição dos que decidirem permanecer junto às demais empresas locais. A partir de hoje, todo apoio individual será fornecido pela empresa.
A Companhia também trabalha com investidores para desenvolver projetos futuros e inovadores na área.
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