VW confirma que fabricará carros híbridos no Brasil. Veja quais

Marca vai apostar as fichas em motorização híbrida leve flex para compactos feitos aqui, mas ainda terá híbridos convencionais e plug-in importados

Renan Bandeira
Por
23.03.2023 às 21:27 • Atualizado em 29.05.2024

A Volkswagen aproveitou o aniversário de 70 anos de sua operação no Brasil para anunciar seu primeiro carro elétrico vendido no Brasil, o ID.4. No evento, oficializou ainda seu novo CEO da marca no Brasil, Ciro Possobom – que assumirá no lugar de Pablo Di Si, e que já no primeiro evento como comandante da marca explicou o plano de eletrificação do portfólio da VW no Brasil.  

Possobom contou à Mobiauto que, embora atrasada, a Volkswagen apostará suas fichas em praticamente todas as variantes de carros eletrificados no mercado nacional. Além dos elétricos, a começar pelo próprio ID.4, virão por aí híbridos leves (MHEV), híbridos convencionais (HEV) e híbridos plug-in (PHEV). Só os modelos MHEV e, talvez, HEV devem ser convertidos a flex. 

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De acordo com o executivo, "o sistema híbrido [da VW] será mais acessível”, indicando a preferência pela aplicação do sistema híbrido leve ou Mild Hybrid (MHEV) entre os modelos fabricados em território nacional. 

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"Tem o custo da tecnologia. Não dá para eletrificar um carro de R$ 60 mil com a mesma tecnologia de um de R$ 140 mil, isso não vai acontecer. Então a gente vai eletrificando conforme o tamanho do carro, tamanho da bateria, tamanho da tecnologia", ressaltou o novo CEO regional da empresa. 

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Isso praticamente confirma o que a nossa reportagem já alertava há cerca de um ano, quando um Golf MK8 foi flagrado rodando como mula por aqui. Aquele modelo já testava o eTSI, nome dado pela fabricante a sua tecnologia híbrida leve vendida na Europa, que já está em desenvolvimento no Brasil para entrar em produção e equipar os veículos de entrada da marca. 

Esse tipo de sistema híbrido troca o alternador por um motor elétrico de baixa potência (12V ou 48V) e uma bateria pequena, que o torna bem mais em conta que um híbrido convencional ou com recarga externa.  

Foi escolhido para o Brasil justamente por isso, já que a marca poderá aplicar em seus carros de entrada, mantendo preços relativamente competitivos e se adequando às novas regras de emissão da fase 8 do Proconve, que entrará em vigor em 2025. 

Recentemente, mulas do hatch Golf e da perua Golf Variant de oitava geração chegaram a ser flagrados em testes justamente do sistema eTSI, que pode ser aplicado tanto ao motor 1.0 quanto ao 1.5 TSI da família EA211. Hoje, Possobom deixou bem claro que a bola da vez para receber a tecnologia será justamente o 1.0 eTSI. 

A expectativa, obviamente, é que todos os modelos nacionais com a motorização 1.0 turboflex sejam eletrificados. Mas isso deve acontecer primeiro em T-Cross, Nivus, Virtus e só depois no Polo, que é o novo modelo de entrada da marca.  

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Um forte candidato a estrear o motor híbrido flex leve da VW é o projeto VW246 ou A0 SUV, um crossover de porte pequeno, abaixo de Nivus e T-Cross, que está em fase de desenvolvimento e será produzido em Taubaté (SP) a partir de 2025, chegando como um rival mais direto do Fiat Pulse no mercado. 

Leia também: VW ID.4 será o primeiro carro elétrico da marca vendido no Brasil

Os VW híbridos convencionais (HEV) e Plug-in (PHEV) 

Ciro Possobom ainda indicou que opções um pouco mais caras, como as versões de topo de T-Cross e Virtus, além de toda a linha do Taos, que são equipados com motor 250 TSI (1.4 turboflex), podem se tornar opções híbridas convencionais. Nesse caso, a tecnologia é mais parruda que a MHEV e tem uma bateria maior, geralmente na casa de 1,5 kWh, mas ainda sem a necessidade de recarga na tomada.  

Aqui, o esquema usado será estilo dos Toyota Corolla e Corolla Cross (como explicamos detalhadamente neste artigo), com o motor a combustão sendo usado para recarregar o conjunto elétrico, que atua de modo mais incisivo nos momentos de arrancada e retomada. 

Esses produtos devem ser os escolhidos justamente por causa de seu tíquete intermediário dentro do portfólio da marca, já acima dos R$ 150 mil e, no caso do Taos, ultrapassando os R$ 200 mil. Resta saber se a montadora manterá a oferta do atual 250 TSI ou se receberemos um motor mais atual, como o 1.5 TSI turbo de ciclo Miller.  

Por fim, o sistema híbrido plug-in deve ser menos aplicado e voltado apenas a modelos de maior porte, já bem acima de R$ 200.000. O SUV médio de sete lugares Tiguan, que está longe das lojas desde 2021, é o principal candidato a receber a opção em seu retorno ao mercado nacional.  

A marca havia confirmado em outubro de 2021 à Mobiauto que o modelo sairia das vitrines temporariamente, e que já havia uma preparação para recebê-lo com facelift no ano passado, o que não aconteceu. Agora, com a chegada à Argentina, o Tiguan volta ao radar e deve chegar ao Brasil tão logo sua configuração PHEV seja lançada na América do Norte. 


Formado em mecânica pelo Senai e jornalismo pela Metodista, está no setor há 5 anos. Tem passagens por Quatro Rodas e Autoesporte, e já conquistou três prêmios SAE Brasil de Jornalismo. Na garagem, um Gol 1993 é seu xodó.

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