Chevy 500: a picapinha que já era automática 34 anos antes da Fiat Strada

Primeira picape compacta automática do mercado veio à frente do tempo e saiu de linha sem deixar saudades, virando item raro entre colecionadores

Renan Bandeira
Por
13.12.2021 às 17:57 • Atualizado em 29.05.2024

A Fiat apresentou na última semana as versões Volcano e Ranch automáticas da Strada, como a Mobiauto contou em detalhes neste outro artigo. Porém, ao contrário do que se pensa, essa não é a primeira vez que uma picape desse porte é equipada com esse tipo de câmbio.

E não, não estamos falando da antiga Strada Adventure Dualogic, lançada em 2012 e que durou alguns poucos anos no mercado. Até porque esta utilizava uma caixa automatizada de embreagem única. Nosso foco é mencionar apenas caixas automáticas de verdade.

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Se as novas Strada Ranch e Volcano automáticas utilizam um câmbio tipo CVT (continuamente variável), muito antes delas, há 34 anos, a Chevrolet Chevy 500 estreava a transmissão automática com conversor de torque e três marchas no segmento.

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Material de propaganda da Chevrolet para divulgar a Chevy 500 (Reprodução/internet)

A picapinha derivada do Chevrolet Chevette, fabricada entre 1983 e 1995, muitas vezes é esquecida por ter ficado na sombra de VW Saveiro, Fiat Fiorino Trekking e Ford Pampa na época, mas marcou a história da indústria automobilística nacional.

Seu nome faz alusão à sua capacidade de carga, de 500 kg. Além disso, a picapinha se destacava pela mecânica confiável e pela tração traseira herdada do próprio Chevette. Era a única da categoria com essa característica.

Quatro anos após ser lançada, fez parte da ofensiva da Chevrolet de ser pioneira ao lançar carros automáticos no Brasil. Na década de 1980, a marca equipou as famílias Opala, Monza e Chevette com uma caixa de três marchas que era acionada pelo console central.

Com isso, a Chevy 500 se tornou a primeira picape compacta do Brasil a ter um câmbio automático. Infelizmente, a tecnologia não emplacou como a marca esperava e suas vendas foram um fracasso. Por isso mesmo ela é tão rara no mercado.

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Interior Chevrolet Chevette 1989 automático. Interior era replicado para a picape Chevy 500 e a perua Marajó automáticos (Reprodução/Anúncio - Armazém do Vovô)

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A caixa de câmbio vinha importada da Austrália e gerenciava o valente motor 1.6 carburado a álcool na versão de topo, SL, que rendia 81 cv e 12,3 kgfm. No entanto, seu consumo não era dos melhores, com apenas 6 km/l em perímetro urbano e 9 km/l no rodoviário. 

Para piorar, a Chevy 500 SL Automática demorava para desenvolver as acelerações, com 0 a 100 km/h em infindáveis 17 segundos. Tal número era 3,7 segundos mais alto que o da versão 1.6 SL manual, o que não empolgou muito os brasileiros.

Assim, a Chevy 500 Automática saiu de linha em 1990, apenas três anos depois, tendo registrado índices baixíssimos de emplacamento. Já a configuração 1.6 manual sobreviveria por mais cinco anos em linha de montagem, antes de dar espaço à Corsa Pick-up.

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Propaganda da Chevrolet sobre a Chevy 500 (Reprodução/internet)

Durante sua trajetória, a Chevy 500 também foi equipada com motor 1.6 a gasolina, que rendia 73 cv e 12,6 kgfm. 

Não há informações sobre quantas unidades totais da Chevy 500 foram emplacadas, nem o número de versões Automatic vendidas. Como ela não teve muito espaço contra as concorrentes da época nem atingiu um bom volume de vendas, os exemplares são raríssimos atualmente.

Imagem destaque: reprodução/internet

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Formado em mecânica pelo Senai e jornalismo pela Metodista, está no setor há 5 anos. Tem passagens por Quatro Rodas e Autoesporte, e já conquistou três prêmios SAE Brasil de Jornalismo. Na garagem, um Gol 1993 é seu xodó.

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