Como a Volvo multiplicará por 10 as vendas de elétricos no Brasil em 2022

Marca esquece sedans e peruas, foca tudo em SUVs e espera aumentar de 350 para 3.500 o volume de modelos 100% elétricos comercializados de um ano para cá

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17.03.2022 às 11:22 • Atualizado em 29.05.2024
Marca esquece sedans e peruas, foca tudo em SUVs e espera aumentar de 350 para 3.500 o volume de modelos 100% elétricos comercializados de um ano para cá

Da Cidade do México

A Volvo não quer entrar no mercado de carros elétricos de luxo no Brasil para brincar. Em novembro do ano passado, optou por não atualizar o XC40, seu carro-chefe em vendas no país, para atender ao Proconve L7 com motorização híbrida plug-in. Em vez disso, tornou a gama do SUV compacto premium 100% elétrica.

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Pareceu loucura, mas os frutos começaram a vir: nos dois primeiros meses deste ano, o XC40 Recharge foi o carro 100% elétrico mais emplacado em nosso mercado, com 107 unidades em janeiro e 89 em fevereiro. 

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A partir desta semana, ele passa a contar com a companhia do irmão de plataforma, C40, nas concessionárias. O SUV cupê já estava em pré-venda desde fevereiro. Agora, chega em definitivo aos showrooms como o primeiro produto da marca nascido somente e tão somente elétrico.

Com a dupla XC40 e C40, a Volvo espera multiplicar por dez o volume de veículos 100% elétricos comercializados no mercado brasileiro em apenas um ano. Em 2021, foram 350 unidades do XC40 Recharge. Para 2022, a meta é chegar a 3.500, o que deve representar mais de 40% de todas as vendas da marca em nosso mercado no período.

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A sueca também informou que seu objetivo é vender sozinha em 2022, mais carros elétricos do que todas as fabricantes juntas venderam no Brasil, em 2021. Segundo dados da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), foram vendidos 2.851 carros elétricos no país ano passado


Sedans e peruas? Pode esquecer

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Para chegar a esse volume, a importadora oficial da fabricante sueca no país dedicará 100% de seu portfólio a SUVs e crossovers. Isso significa que as peruas, tão intrínsecas à marca de origem sueca, serão de vez abandonadas. Aliás, não há mais nenhum disponível em nosso portfólio. 

Segundo os executivos, os sedans S60 e S90 também já não são mais importados e sequer há previsão para que o sejam novamente. O S90 ainda consta em catálogo, mas só até o fim do estoque.

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Como virá o C40

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Conforme a Volvo já havia revelado há um mês, o C40 Recharge oferecido no Brasil terá uma motorização denominada P8, mais forte e robusta. Derivado da plataforma CMA, ele herda do XC40 diversos componentes, tendo inclusive uma identidade visual muito parecida. 

Compartilha, inclusive, a motorização 100% elétrica dotada de dois propulsores, um dianteiro e um traseiro, com 204 cv de potência cada. São 408 cv no total, sendo 67,3 kgfm de torque combinados e tração integral permanente. O 0 a 100 km/h fica em 4,7 segundos, mas a velocidade máxima é limitada eletronicamente a 180 km/h.

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O conjunto de baterias está no assoalho e tem seis células, que totalizam 78 kWh de capacidade bruta e 75 kWh líquidos. A autonomia é de 418 km no ciclo WLTP (europeu). Porém, segundo a Volvo, o alcance poderá ser ampliado no futuro, através de atualizações e otimizações dos sistemas eletrônicos via nuvem.

Compradores do SUV cupê poderão recarregar 80% da energia em um posto ultrarrápido de 100 kW num prazo de 40 minutos. Já em um wallbox de 11 kW, que pode ser instalado em casa, são necessárias mais de 8h para “completar o tanque”. Se o processo ocorrer em tomada convencional de 220 Volts, pode levar de 12 a 24 horas.


Muito de XC40, mas com diferenças

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A diferença visual mais óbvia para o XC40 está na traseira, que no C40 possui um caimento estilo cupê. Curioso é que isso lhe confere apenas 1,5 cm a mais de comprimento (totalizando 4.440 mm), mas gera uma redução de quase 40 litros no volume do porta-malas, de 452 para 413 l. 

Por não possuir barras longitudinais de teto, o novato é quase 6 cm mais baixo (1.591 mm de altura), mas a largura (1.873 mm) e o entre-eixos (2.702 mm) são praticamente os mesmos. Sua dianteira, apesar de parecida, é exclusiva e não tão musculosa quanto a do XC40, com caimento mais suave do capô e grade menos proeminente. 

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Entre os equipamentos de destaque estão o para-choque sem grade superior (há apenas uma tomada de ar inferior), faróis de LED Pixels, rodas de liga leve aro 20 aerodinâmica, central multimídia nativa do Google, revestimentos da cabine com materiais recicláveis (sem uso de couro natural) e teto panorâmico com vidro opalescente.

Por conta da redução do IPI anunciada pelo governo no fim de fevereiro, a empresa reduziu em R$ 10.000 o preço das 200 unidades faturadas em pré-venda. Pelo mesmo motivo, quem quiser um C40 agora terá de pagar os mesmos R$ 419.950 divulgados do período de reserva, em vez de pagar um valor com reajuste.


XC40 reestilizado e C40 P6

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Para ajudar a fortalecer o volume de vendas, a Volvo planeja lançar entre 2022 e 23 a configuração P6 de XC40 e C40 Recharge. Ela elimina o motor elétrico traseiro e mantém apenas o dianteiro, com 204 cv e 33,7 kgfm. 

As baterias também são menores, pois perdem dois módulos, ficando com quatro. Tudo isso reduz a potência e o torque pela metade, verdade, mas também alivia o peso em quase 200 kg. Assim, mesmo com a capacidade caindo para 70 kWh brutos e 67 kWh líquidos, a autonomia segue acima de 400 km no ciclo WLTP.

O XC40 deve ser o primeiro modelo a trazer essa especificação, no segundo semestre deste ano e com direito a facelift. Já o C40 P6, sem mudanças visuais, deve ficar para 2023. O objetivo será oferecer versões de ambos os modelos a preços mais acessíveis, o que ajudará sobremaneira a ampliar o volume de vendas dos dois modelos e atingir a ousada meta.

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Um novo elétrico a cada ano

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Além disso, executivos da Volvo declararam que a marca lançará pelo menos um modelo 100% elétrico totalmente novo no Brasil nos próximos três anos. O primeiro, já conhecido, é o próprio C40 Recharge. 

Em 2023 virá um SUV grande, de sete lugares, como possível sucessor do XC90. Seu nome ainda não foi revelado, mas já podemos afirmar que não será XC90. Ainda não está claro se ele matará o SUV híbrido de uma vez ou se configurará com ele por algum tempo.

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Para 24, a Mobiauto aposta em um modelo de menor porte, chamado atualmente pela imprensa internacional de “XC30”, mas que também deve receber outro nome. Isso porque, ao que tudo indica, a Volvo abandonará as designações por código em seus futuros modelos. Este compartilhará projeto com o futuro Smart elétrico desenvolvido pela Mercedes-Benz.

Por fim, em 2025, deve chegar o substituto do XC60, igualmente 100% elétrico.

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