Dacon Chubby: o insano VW Santana hatch com motor 2.0 do Gol GTi

Concessionária usava sedan médio como base para projeto, adicionava peças de Fusca e Passat, e até motor injetado na década de 90

LA
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12.01.2023 às 12:03 • Atualizado em 12.11.2024
Concessionária usava sedan médio como base para projeto, adicionava peças de Fusca e Passat, e até motor injetado na década de 90

A Dacon (Distribuidora de Automóveis, Caminhões e Ônibus Nacionais) é uma concessionária Volkswagen fundada em 1964 e representante local da Porsche desde 1970. 

Com a restrição das importações na década de 70, fez fama com a customização de veículos, como VW Passat, VW Fusca, VW Brasília, entre outros.

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Os projetos eram belíssimos, e muitas vezes usavam partes de Porsche, desde componentes estéticos e até mesmo componentes mecânicos, o que os tornavam exclusivíssimos no restrito mercado daquela época, tornando-se sonho de consumo entre os brasileiros mais endinheirados.

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Na década de 80, mais propriamente em 1982, a Dacon começou a oferecer produtos próprios, assinados pelo renomado designer nacional José Anísio Barbosa de Campos, ou simplesmente Anísio Campos.

Desta parceria, nasceram Dacon 822, 828, 928, PAG Nick, PAG Nick L, e o PAG Chubby, um dos precursores dos hatchs premium no Brasil, carro que falaremos hoje.

Lançado em 1990 e usando como base um VW Santana GLS duas-portas encurtado, o hatch usava fibra de vidro e metal, além de peças vindas de outros carros VW - como faróis e lanternas dianteiras do VW Gol, e lanternas traseiras da VW Quantum.

Sem calhas no teto, com desenho penetrante na dianteira e spoiler dianteiro mais próximo ao chão, tinha baixo nível de ruído em estradas em um andar macio, comparável aos melhores importados. 

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Seu motor era o vigoroso AP-2000 com 112 cv na versão carburada. Opcionalmente, podia vir com 125 cv na versão injetada (o mesmo conjunto do Gol GTi e Santana EX) e 145 cv na versão 16 válvulas, usando o cabeçote do VW Golf GTI alemão e injeção - sendo inclusive o único veículo nacional a oferecer àquela época esta configuração. 

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Sua suspensão mais rígida, se comparada ao Santana, dava ao PAG Chubby uma estabilidade excelente, mantendo um conforto digno dos carros de luxo.

E por falar em conforto, o PAG Chubby oferecia o melhor que o mercado nacional tinha em seu tempo: direção hidráulica, ar-condicionado, toca-fitas, travamento automático das portas, retrovisores elétricos, rodas aro 14 com perfil 60, além de opcionais como câmbio automático, teto solar, injeção eletrônica e o tal cabeçote 16 válvulas importado do VW Golf.  

Para oferecer mais espaço ao diminuto porta-malas, o estepe era do tipo temporário, vindo do VW Fox GL (mais fino).

As cores eram as mesmas do Santana, assim como seu acabamento interno, mantendo o excelente padrão de qualidade da Volkswagen da época. 

Em outubro de 1990, para levar um PAG Chubby 2000 carburado e mecânico, era necessário desembolsar a quantia de Cr$ 5.234.000,00, equivalente hoje a R$ 554.402,65, em conversão direta pelo IGP-M (FGV). Se você optasse pela versão PAG Chubby 2000 carburado automático, o preço era Cr$ 5.506.000,00, ou R$ 583.213,80. 

Já a versão PAG Chubby 2000 injetado e mecânico custava Cr$ 6.194.000,00, equivalentes a R$ 656.089,04, e se a versão fosse o PAG Chubby 2000 injetado e automático, era necessário desembolsar Cr$ 6.469.000,00, ou R$ 685.217,95 em moeda atual. Não tivemos acesso aos valores da versão com cabeçote 16v.

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A modo de comparação, um VW Santana EX com câmbio mecânico custava à época Cr$ 4.162.339,00, equivalentes a R$ 440.888,76. O Santana era o carro de série mais caro vendido no Brasil, o que nos dá uma noção do que este mercado representava, e que público o comprava.

A chegada dos importados e seu alto preço encerraram sua breve carreira em 1991, quando a produção foi encerrada. 

Nunca se soube ao certo quantas unidades do Chubby foram produzidas nesses poucos meses de produção, mas sabemos que existem ao menos 7 unidades registradas de acordo com a PUP Consultoria, especialista em análise de dados e business intelligence, sendo 4 do ano de 1990 e 3 ano 1991.

Este carro é, sem dúvidas, um dos veículos fora-de-série mais raros do mercado nacional.

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