Hyundai Santa Cruz quer intimidar Fiat Toro com potência de Amarok V6
Picape copia Fiat na fórmula e nas medidas, mas ousa no visual, nas tecnologias e na motorização para impor respeito à rival
Havia muita expectativa sobre a chegada da Hyundai Santa Cruz, picape compacta-média criada sob medida para encarar a Fiat Toro. Há chances, inclusive, de ambas se cruzarem aqui no Brasil, caso a Caoa resolva montá-la em Anápolis (GO) nos próximos anos.
Para fazer a Santa Cruz encarar a rival, assim como a Ford Maverick e, talvez, a VW Tarok, a Hyundai não poupou esforços nas áreas de design, motorização e tecnologias. A mais perceptível das ousadias, nas primeiras imagens oficiais do modelo, é o visual.
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Construída sobre a plataforma do novo Tucson, a Santa Cruz herdou do SUV a estrutura monobloco e parte da cabine. Sempre com cabine dupla e quatro portas, suas medidas são muito similares às da Toro, porém um pouco maiores em quase todas as dimensões: 4.971 mm de comprimento, 1.900 mm de largura, 1.694 mm de altura e 3.005 mm de entre-eixos. Só perde para a oponente em altura.
Outra curiosidade é que a Hyundai não chama a Santa Cruz de picape, pelo menos não nos EUA. Por lá, ela está sendo chamada de “SAV” (sigla em inglês para “veículo aventureiro esportivo”). Lembremos que a Fiat tentou vender a Toro como “SUP” (picape utilitária esportiva) ao lança-la, em 2016, sem muito sucesso.
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Esteticamente, a Santa Cruz guarda semelhanças com o irmão Tucson de nova geração (ainda distante do Brasil), especialmente pelo conjunto óptico dianteiro que se confunde com as estranhas da grade, formando praticamente um desenho único.
A solução ousada vem acompanhada de uma lateral musculosa, cheia de vincos proeminentes, de rodas aro 20 com traços arrojados (elas podem ser de 18 polegadas caso o intuito seja um uso mais voltado ao off-road) e de uma traseira com lanternas de LED bipartidas na forma de T deitado, ocupando parte da tampa da caçamba.
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Aqui, aliás, está um ponto em que a Santa Cruz é mais convencional que a Toro, visto que a abertura do compartimento é de cima para baixo, como em qualquer picape, e não lateralmente através de uma porta bipartida, como no modelo da Fiat (que, em outros mercados, é vendida como Ram 1000).
Já a motorização aponta um recado claro da marca coreana, de que não entrou na jogada para brincar. As versões de entrada usarão um 2.5 quatro-cilindros aspirado com injeção direta, a gasolina, que renderá mais de 190 cv de potência e cerca de 25 kgfm de torque (os dados exatos não foram divulgados). Nesta opção, o câmbio será automático de oito marchas.
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Enquanto isso, as configurações mais caras serão empurradas por um propulsor de mesma capacidade cúbica e movido pelo mesmo tipo de combustível, porém turbo e aliado a uma caixa de dupla embreagem com oito velocidades. Com ele, a Santa Cruz deve alcançar 280 cv e mais de 42 kgfm. É mais do que os 272 cv da Amarok V6 (com overboost!).
Em ambos os casos, a tração será integral, através do sistema HTRAC, incluindo controle variável de torque entre os eixos e distribuição variável entre as rodas. A capacidade de carga na caçamba não foi divulgada, mas a de reboque (mais estimada pelos americanos) sim: quase 1.600 kg na configuração aspirada e quase 2.300 kg na turbinada.
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Por dentro, chama a atenção o painel. Nele, é o quadro de instrumentos digital que fica em tela flutuante, e não a central multimídia. O volante troca o raio vertical inferior por outros dois horizontais, paralelos aos centrais, formando efeito de base arredondada e achatada ao mesmo tempo. Tal padrão estará presente no novo Creta, que chega ao Brasil no fim do ano.
Na parte de conectividade, a Santa Cruz terá sistemas muito semelhantes aos do Adventure Intelligence do novo Jeep Compass – e que deve ser aproveitado também pela nova Toro: Wi-Fi a bordo e comandos como ligar o veículo e destravar as portas feitos remotamente por aplicativo de celular, relógios inteligentes ou até pelo sistema Alexa.
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Na parte de segurança ativa, a picape – ou seria melhor SAV? – contará com frenagem autônoma anticolisão dianteira capaz de detectar pedestres, ciclistas e até veículos que estão mudando de direção. E seu detector de tráfego cruzado à ré também será reforçado por frenagem autônoma emergencial, se necessário.
Seu controle de cruzeiro vai além do ACC ao qual os brasileiros estão começando a se acostumar. Chamado SCC (“Smart Cruise Control”), ele é capaz de frear o veículo totalmente num engarrafamento e reacelerá-lo após alguns segundos, e de fazer curvas de raio mais longo sem interferência do motorista numa rodovia.
Segundo a Hyundai, a produção da Santa Cruz na fábrica de Montgomery, no estado americano do Alabama, começará em junho. As vendas começarão em território americano no terceiro trimestre. Por aqui, sua chegada é ansiosamente aguardada, mas ainda não está assegurada.
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