O que é e como evitar a temida “shimada” das motos?
Fenômeno, que pode causar acidentes graves, é um dos mais preocupantes para motociclistas
A cena é aterrorizante para qualquer pessoa que pilota motos. O(a) motociclista está andando em linha reta com a moto quando, “do nada”, o pneu da frente começa a tremer e oscilar de um lado para o outro numa frequência frenética e, aparentemente, incontrolável. Neste momento, o destino parece estar selado: é questão de instantes até que a moto caia e leve o(a) piloto junto.
Este fenômeno que acabamos de descrever é conhecido como “shimada” (ou “shimmy”). Trata-se da perda de pressão, tanto mecânica quanto aerodinâmica, do pneu dianteiro da moto com o solo, que provoca este movimento lateral no guidão. Isso acontece quando o pneu dianteiro da moto, quando ela está se deslocando em linha reta, tem seu curso afetado por alguma coisa (uma pedra no caminho, buraco ou movimento abrupto no guidão) que faça a roda se mover para algum lado.
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Ao se mover para o lado, a velocidade em linha reta da moto faz com que a roda tente se auto corrigir voltando ao centro, mas essa correção para o lado oposto pode passar do limite necessário, o que provoca outro movimento natural para o lado contrário, assim sucessivamente. É isso que faz a roda ir de um lado para o outro descontroladamente e com amplitudes cada vez maiores.
A situação mais propícia para aumentar o risco da moto “shimar” é estar em velocidades muito altas. A razão é simples: ao acelerar a moto, há uma transferência de peso e de centro gravitacional em direção à roda traseira, deixando a roda dianteira mais leve, portanto, aumentando a chance dela ser deslocada para fora da sua trajetória ideal de maneira inadvertida.
Como se trata de um fenômeno correlacionado com velocidade, o risco de shimar a moto é maior em modelos mais potentes, de maior cilindrada, já que quanto maior a velocidade, mais difícil é para a suspensão dianteira absorver a oscilação lateral para conter o descontrole. Motos com assento mais baixo e entre-eixos e ângulo de caster mais longos também têm riscos menores de shimar, assim como as motos menos potentes.
Como evitar a shimada?
Apesar de a shimada não avisar quando está prestes a acontecer, existe uma maneira de evitar que ela surpreenda o(a) motociclista. Para isso, um acessório se faz fundamental: o amortecedor de guidão. A peça, fixada na mesa da moto, conectando os dois lados do guidão, como o próprio nome diz, cumpre a função de amortecer – ou absorver – movimentos bruscos do guidão, tais quais os ocorridos na shimada.
Com o amortecedor instalado, o movimento de correção natural da trajetória da roda dianteira, explicado anteriormente, suaviza-se, aumentando a chance de sucesso do guidão se centralizar novamente, em vez de ficar oscilando de um lado para o outro. Afinal, o amortecedor deixa os movimentos do guidão mais rígidos (aumenta a sua resistência de troca de direção) e deixa a direção mais precisa.
Como consertar a shimada?
Mas se por um acaso a shimada acontecer, com ou sem o amortecedor de guidão (que, é bom enfatizar, não é infalível na prevenção do fenômeno), existe algumas boas práticas que o(a) motociclista pode realizar para tentar conter a moto e retomar o seu controle, considerando que o estado emocional do(a) piloto também esteja frio.
A primeira dica é aliviar a manopla do acelerador de maneira suave, desacelerando a moto aos poucos. Tirar a mão de uma vez do acelerador ou tentar frear a moto bruscamente não ajudará a contê-la e, pelo contrário, contribuirá para que a moto perca ainda mais o controle e caia. Suavidade e constância nos movimentos são os principais aliados nesta hora.
Outra orientação, que deve ser usada em conjunto com a primeira dica, é travar o tanque da moto com as pernas de maneira mais firme e carenar a sua postura tentando encaixar os cotovelos à frente dos joelhos, como se a intenção fosse abraçar o tanque da moto com as pernas e os braços. Obviamente, mantendo as duas mãos nas manoplas do guidão (de preferência, o mais perto possível do centro, em vez das pontas das manoplas). Esta postura pode ajudar a diminuir a amplitude da oscilação lateral da moto, contribuindo para o seu controle.
Por fim, ainda há a alternativa de levantar-se levemente do assento, fazendo pressão para baixo sobre os pedais com o peso do seu corpo para ajudar baixar o centro de gravidade da moto e tentar transferir mais peso ao pneu da frente, aumentando a chance da borracha encontrar mais aderência com o asfalto. No entanto, esta dica pode exigir um nível de habilidade mais alto do(a) piloto.
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