Substituto do Nissan March pode ser este misterioso hatch híbrido

Terceira geração do Note tem configuração ainda desconhecida do mundo registrada no Brasil, e revelada em primeira mão pela Mobiauto

LF
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30.03.2021 às 05:34 • Atualizado em 29.05.2024
Terceira geração do Note tem configuração ainda desconhecida do mundo registrada no Brasil, e revelada em primeira mão pela Mobiauto

A Nissan tirou o March de linha em agosto do ano passado. Desde então, muito tem se especulado sobre qual será o próximo passo da marca japonesa no segmento de hatches compactos: se vai abandoná-los ou se terá algum produto para o seu lugar nos próximos anos.

Muitos especulam a nacionalização do Magnite, uma espécie de mini-SUV de projeto indiano, com baixo custo, e que poderia vir ao Brasil para ocupar esse lugar. No entanto, a resposta talvez esteja em um misterioso hatchback com resquícios de monovolume registrado pela fabricante no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), e que ainda não foi apresentado em nenhum mercado.

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O modelo, de visual inédito, está sendo revelado em primeira mão mundialmente pela Mobiauto. Mas que carro é este? Estamos falando da nova geração do Nissan Note, um modelo que trocou a carroceria monovolume por outra com pegada mais hatch na troca da segunda para a terceira geração no Japão - onde o modelo faz muito sucesso, por sinal.

O Note, aliás, foi o pioneiro da tecnologia híbrida e-Power que estará presente no novo Nissan Kicks a partir do ano que vem. Mas voltaremos a falar mais sobre ela adiante.

Foquemos novamente no INPI: se o veículo ali patenteado é o novo Note e este já foi revelado em novembro do ano passado, não há por que ter surpresas, certo? Até porque é comum que marcas registrem no Brasil modelos internacionais que nunca chegam ao nosso mercado. A Honda costuma fazer isso sempre.

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Terceira geração do Note, que chegou ao Japão no fim do ano. É o mesmo carro do INPI, porém com elementos diferentes na dianteira

O que nos deixou com a pulga atrás da orelha é que o Note aqui patenteado tem visual bem diferente daquele apresentado na terra do sol nascente. Um design exclusivo, ainda não divulgado em nenhum canto do mundo, com balanços dianteiro e traseiro substancialmente modificados, bem mais ao gosto do consumidor brasileiro.

Pode ser que seja apenas uma versão diferente do Note voltada a mercados como a América do Norte e a Europa? Pode, claro. Mas por que ela seria registrada no Brasil com tamanha antecedência, antes de qualquer outro lugar do mundo? Eis o grande e intrigante questionamento.

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Novo Note é um hatchback que ainda tenta preservar algum resquício de monovolume

Além disso, mais uma vez, as soluções estéticas do Note registrado no INPI brasileiro são muito mais afeitas ao nosso mercado. Em relação ao japonês, o que foi patenteado aqui possui faróis mais afilados, grade alargada e para-choque com área estampada menor e recortes mais agressivos.

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Note patenteado no Brasil traz portas laterais com vincos exclusivos e um para-choque traseiro totalmente diferente

Nas laterais, as portas do modelo registrado no Brasil trazem vincos exclusivos. O para-choque traseiro também muda sobremaneira, mas há outros elementos idênticos aos do novo Note nipônico, como o capô, o para-brisa, as colunas A, B e C, todos os vidros, a tampa do porta-malas e as lanternas traseiras. 

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Painel do Note registrado no Brasil

Sem falar no painel, cuja patente no Instituto Nacional de Propriedade Industrial preserva claramente o mesmo desenho do novo Note, incluindo uma central multimídia integrada ao quadro de instrumentos digital e o volante do lado direito.

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Em comparação com o novo Note japonês, peça patenteada em nosso INPI é rigorosamente igual

Só que o mais interessante é observar que o novo Note é construído sobre a plataforma modular CMF-B. Em 2019, quando a aliança Renault-Nissan-Mitsubishi anunciou sua nova estrutura para o Brasil, revelou que produziria sete novos modelos (cinco Renault, dois Nissan) no país, todos a partir dessa matriz.

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O Magnite, até então carro cotado como favorito para substituir o March por aqui, é construído sobre a arquitetura CMF-A, a mesma do Renault Kwid, e que não é citada em nenhum momento do organograma. Isso faz ganhar sentido a teoria de que este misterioso Note repaginado pode ser mesmo a solução que a Nissan vem preparando para o lugar do March.

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Organograma do plano de lançamentos da aliança Renault-Nissan no Brasil nos próximos anos: todos usam a plataforma CMF-B do novo Note, e não a CMF-A do Magnite

No Japão, o novo Note tem 4.045 mm de comprimento, 1.695 mm de largura, até 1.520 mm de altura e 2.580 mm de entre-eixos. São dimensões parecidas com os 4.057 x 1.751 x 1.468 x 2.565 mm do Volkswagen Polo, respectivamente, assim como os 4.163 x 1.731 x 1.476 x 2.551 mm respectivos do Chevrolet Onix.

Com sua silhueta mais altinha, quase preservando a alma de monovolume, o Note de terceira geração não seria posicionado como um hatch de entrada, como era o extinto March, mas sim como um modelo mais familiar, espaçoso e premium, logo abaixo do Kicks na faixa de R$ 100.000.

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Grade do novo Note aqui patenteado é mais larga que a do modelo lançado no Japão

Uma curiosidade é que o projeto do novo Note, pelo menos na Ásia, prevê apenas a utilização do motor híbrido e-Power. Estamos falando de um conjunto formado por um propulsor 1.2 a combustão que serve apenas de gerador, levando energia a uma pequena bateria que, por sua vez, alimenta o motor de tração.

Na terceira geração do Note japonês, o sistema rende 116 cv de potência e excelentes 28,5 kgfm de torque, e promete fazê-lo render até 38,2 km/l. No Brasil, poderia ser convertido a flex, assim como deve ocorrer com o Kicks e-Power.

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Para-choque do modelo do INPI também é inédita

Outro detalhe interessante é a presença de um alojamento para câmera de piloto automático adaptativo, frenagem autônoma emergencial e até um possível leitor de placas de trânsito no esboço do para-brisa, assim como de um radar no para-choque traseiro para alerta de tráfego cruzado à ré. 

Contudo, especialmente em tempos de mercado tão volátil e muitas reviravoltas nos planos das montadoras, precisaremos aguardar até 2022 ou 23 para saber se este modelo desvelado antes no Brasil foi projetado mesmo para nosso mercado ou se passou primeiro em nosso registro de patentes só para dar um alô e nos deixar na vontade.

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