Toyota bZ4X: primeiro elétrico da marca tem visual de RAV4 futurista

SUV com “cabeça de martelo” inaugura nova plataforma, totalmente desenvolvida para EVs; versão AWD fornece 217 cv e tem autonomia de mais de 450 quilômetros

JC
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29.10.2021 às 21:15 • Atualizado em 29.05.2024
SUV com “cabeça de martelo” inaugura nova plataforma, totalmente desenvolvida para EVs; versão AWD fornece 217 cv e tem autonomia de mais de 450 quilômetros

Por Homero Gottardello

A Toyota acaba de dar sua cartada decisiva para eletromobilidade, com a apresentação do novíssimo bZ4x, um SUV com estilo futurista que inaugura a plataforma BEV da marca. 

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Esta base dará vida a uma linhagem de modelos elétricos (EVs) puros, ou seja, concebidos desde o zero para integrar os pacotes de baterias à estrutura da carroceria, garantindo melhor distribuição de massas, maior rigidez torcional e menor centro de gravidade, com consequente melhorias no comportamento dinâmico. 

“Inicialmente, o bZ4x terá pequenos volumes de produção e será um produto de nicho”, disse o presidente-executivo (CEO) da subsidiária europeia da Toyota, Matthew Harrison, ao jornal “Automotive News Europe”. 

Harrison avisa que o RAV4 seguirá como opção de massa, neste segmento: “Até 2025, quando um limite mais restritivo de emissão entra em vigor, o RAV4 seguirá com suas versões híbrida e plug-in”, garantiu. “Depois, entre 2025 e 2030, teremos um avanço mais rápido rumo à eletrificação total da gama”.

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Com o bZ4X, a Toyota também afirma ter resolvido um problema que, muito antes de se tornar sistêmico, já assusta os consumidores e garante que, mesmo depois de dez anos de uso, as baterias que equipam o SUV manterão 90% de seu desempenho original – esta, só vendo para acreditar. 

Por falar em performance, os números provisórios para a aceleração de 0 a 100 km/h são de 8,4 s, para a versão com tração dianteira, e 7,7 s, para a com tração integral (AWD). 

A vantagem desta segunda, em relação à primeira tem uma explicação: é que enquanto o bZ4x com tração dianteira é equipado com motor elétrico de 150 kW (equivalentes a 204 cv de potência), o AWD combina duas unidades de 80 kW cada (totalizando 217 cv).

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O torque da versão com tração integral também é 26% maior: 34,2 mkgf contra 27 mkgf. Ambos têm a mesma velocidade máxima, de 160 km/h – sempre frisando que são dados provisórios, que serão homologados posteriormente. Já sobre preços, a Toyota sequer mencionou a faixa em que o novo bZ4x se posicionará.

O arranjo da nova plataforma BEV, que segue o conceito e-TNGA da Toyota, deu liberdade para a criação de linhas até certo ponto inusitadas. O perfil do novo bZ4x foi batizado pela própria marca como “cabeça de martelo”, limpo, “sem adereços desnecessários”. 

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Comparado com o RAV, o novo SUV é 8,5 cm mais baixo e tem distância entre-eixos 16 cm maior – um grande ganho, quando se trata de modelos de uma mesma categoria –, clamando ainda o menor diâmetro de giro do seu segmento. 

Por dentro, o painel de instrumento em película fina (TFT) de sete polegadas fica em uma posição ligeiramente mais baixa, imediatamente acima do manche, ou melhor, do volante – maiores detalhes abaixo. A Toyota promete o maior espaço interno da classe, além de um porta-malas generoso, com 452 litros de capacidade volumétrica.

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 Recarregador de bordo

Como se vê, o Toyota bZ4x tem desempenho semelhante, senão ligeiramente inferior, ao do próprio RAV4 ou de um Corolla Cross. 

Os números acima não impressionam, quanto mais quando comparados aos declarados para EVs mais avançados, mas o “pulo do gato” deste lançamento é sua autonomia: a marca garante mais de 450 quilômetros, sem necessidade de recarga das baterias (que são de íon de lítio, de alta densidade, e têm capacidade de 71,4 kWh). 

Com o carregador rápido de 150 kW, em 30 minutos chega-se a 80% de recarga – isso, sem comprometer a vida útil do pacote de baterias – e, a partir do último trimestre de 2022, os concessionários vão disponibilizar um recarregador de bordo, trifásico, de 11 kW.

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Um detalhe interessante do novo bZ4x é que ele permitirá um modo de condução por “pedal único” (single pedal drive), que permite que o condutor acelere normalmente, mas desacelera sem ter que usar o pedal de freio, aumentando ainda a regeneração de energia das frenagens. 

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Some a isso o One Motion Grip, nome dado pela Toyota para seu inédito sistema steer-by-wire, que elimina as articulações mecânicas entre o volante e as rodas. 

Além de mais espaço para as pernas do motorista, o One Motion Grip tem desenho exclusivo, que lembra o antigo manche dos aviões (hoje, substituído por um joystick), e tem uma relação mais direta, atingindo o ângulo de viragem total com apenas 150 graus de giro.

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Mais do que um novo SUV, o bZ4x lança uma nova submarca dentro da Toyota, a “bZ”. Seu nome, que vem do inglês “beyond zero” e quer dizer “além de zero”, remete à abordagem da marca para uma eletromobilidade realmente livre de emissões, estendendo a neutralidade de carbono para todos os produtos e serviços relacionados com a novidade.

Já sobre as chances de o novíssimo bZ4x desencar no Brasil, mesmo como importado, não há muito com o que sonhar: “A Toyota tem uma estratégia e produzimos nossos veículos onde os vendemos”, explica Harrison. 

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“Mesmo na Europa, só vamos considerar a produção desta plataforma, a partir de 2025. Até 2030, estimamos que metade de nossas vendas europeias sejam de modelos EVs, com emissão zero. Projetamos algo entre 700 mil e 750 mil unidades, então, traremos os lançamentos desta linha, mas não em um volume que efetivamente, nos permita montá-los localmente”, pondera o executivo. 

Hoje, 70% dos veículos vendidos pela Toyota, na Europa, são feitos nas fábricas de Portugal, República Tcheca, França, Turquia, Rússia e Reino Unido. Portanto, antes de embalar o sonho de ter um modelo desta classe, por aqui, é melhor o leitor acordar...  

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