Toyota, Subaru e Mazda preparam nova vida ao motor a combustão; entenda
Marcas japonesas querem dar um novo fôlego para o motor a combustão
Você é daquelas pessoas que, por conta do avanço dos carros elétricos, já está sentindo saudades do barulho dos motores a combustão? Ou não se conforma com o fim do ronco dos motores V8?
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Pois os engenheiros de Mazda, Subaru e Toyota têm uma boa nova para você: as três empresas estão trabalhando, no Japão, em uma nova geração de motores a combustão interna que, garantem eles, vai reduzir drasticamente a emissão de poluentes e, por consequência, a pressa pela adoção de carros elétricos. Esses novos motores devem chegar às ruas até 2027.
Muitos críticos da eletrificação dos veículos sustentam a ideia de que os motores a combustão interna ainda têm espaço para evoluir. E não fazem essa defesa por achismo. Eles se escoram em dados que dão conta de uma significativa redução de emissões de poluentes nos últimos 50 anos.
A partir da década de 1970, carros novos passaram a emitir 95% menos de monóxido de Carbono e até 90% menos de Hidrocarbonetos. Desde os anos 1980 a redução de Óxidos de Nitrogênio foi de até 80%. E os motores a diesel atuais expelem até 95% menos de material particulado em relação aos antigos.
Essa drástica redução foi obtida com o desenvolvimento de sistemas como injeção direta, downsizing dos motores, adoção de catalisadores, turbocompressores e Intercoolers, filtros de partículas, recirculação de gases do escapamento e evolução de combustíveis alternativos, entre outras soluções.
Chegou-se então a um limite do que é possível fazer com motores a gasolina, gás, diesel e etanol para poluir menos? Os engenheiros japoneses entendem que não. Mas o que serão esses novos motores? Vem comigo:
Num evento envolvendo executivos das três empresas japonesas, no fim de maio, Hiroki Nakajima, vice-presidente executivo da Toyota, deu algumas informações sobre o que vem por aí. Segundo ele, serão motores compactos de 4 cilindros em linha, 1.5 e 2.0.
O 1.5 terá uma versão aspirada e outra turbo, que, afirma o executivo, terá desempenho equivalente ao 2.5 aspirado da Toyota. Curiosidade: prevê-se a redução da altura dos cilindros em 10%, o que terá impacto no visual e na aerodinâmica dos carros, com capôs mais baixos.
Já o motor 2.0 será apenas turbo, também mais baixo na altura e de performance equivalente ao atual 2.4 da marca. Os novos propulsores serão 30% mais eficientes e estão sendo projetados para trabalhar em conjunto com motores elétricos, e ainda deverão ser compatíveis com diferentes alternativas de combustível, como o sintético, biocombustíveis e hidrogénio líquido.
E, afirma Nakajima, vão poder equipar de carros esportivos até caminhões e outros veículos pesados.
Apesar de concorrentes em produtos, Mazda, Subaru e Toyota assumiram esse compromisso pela neutralidade em carbono.
E o que a Toyota tem a dizer sobre essas inovações para o Brasil?
Eu perguntei, e em resumo a montadora diz que “reconhece a importância dos veículos elétricos na busca pela neutralidade de carbono, embora o mercado aponte cada vez mais que a sua adoção total levará um tempo, considerando a proporção significativa de veículos de combustão em circulação atualmente, cerca de 20 vezes maior que os elétricos”.
Ainda segundo a Toyota, estimativas indicam que cerca de 70% dos veículos com motor a combustão continuarão em uso até 2030. Por isso, completa, “acreditamos que é fundamental avançar na eletrificação de forma progressiva, combinando de maneira inteligente os motores de combustão interna e a eletricidade”.
Aí está. Grupos da indústria automobilística da Europa pedindo mais prazo para cumprir as metas de descarbonização, e a indústria do Japão acena com soluções para breve. Motores a combustão interna vão roncar mais baixo, mas pelo jeito vão roncar por mais um bom tempo.
Bons caminhos, até a próxima!
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