Troca de óleo a cada 1.000 km: mito ou faz diferença?
Recomendação difundida entre motociclistas pode gerar custos desnecessários ao proprietário
É comum se deparar por aí com certos conselhos sobre cuidados com as motos que são tão populares que, muitas vezes, deixamos de questioná-los. Talvez o mais conhecido deles tenha a ver com a troca de óleo da motocicleta. De acordo com o que é possível escutar entre proprietários e até mecânicos, o ideal para cuidar bem da sua moto é fazer a troca de óleo a cada 1.000 km ou 1.500 km. Será que isso é verdade?
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Primeiramente, é bom deixar clara a importância do lubrificante para o motor da motocicleta. A função fundamental do óleo é evitar o atrito entre as peças móveis do motor, protegendo-o de um desgaste mais acentuado. A consequência desta proteção culmina no funcionamento correto do propulsor, extraindo melhor o seu desempenho além de contribuir para a economia de combustível, uma vez que o esforço do motor é atenuado.
Além disso, estar com o óleo em dia também ajuda a moto a diminuir a emissão de gases poluentes, pois ele evita a formação de sedimentos acumulados pelo processo de combustão (cinzas sulfatadas), ajudando a preservar as vidas úteis do filtro de partículas e do catalisador.
Trocar o óleo a cada 1.000 é mito ou não?
Sabendo da importância do óleo, faz sentido querer deixar a moto rodando sempre com o lubrificante o mais novo possível, mas isso não significa que trocá-lo antes do recomendado pela fabricante seja uma boa ideia.
Esta preocupação precoce data dos anos 1980, quando tanto a tecnologia dos motores, quanto dos próprios lubrificantes eram muito menos desenvolvidos do que a dos atuais. Modelos como a Honda CG 125 precisavam fazer esta manutenção neste intervalo de 1.500 km e, dada a popularidade da moto, o costume acabou se espalhando.
Contudo, atualmente, o ideal é sempre confiar no manual do proprietário da motocicleta para saber exatamente os intervalos corretos para trocar o óleo. E, nos casos atuais, em que a indústria está mais moderna, você vai reparar que, geralmente, existe a recomendação de efetuar a primeira troca de óleo com 1.000 km, porém, as demais são mais espaçadas.
Por exemplo, no caso da própria CG, hoje com motor de 160 cc, após a primeira troca de 1.000 km, as seguintes são recomendadas a cada 6.000 km. Já no caso de uma Yamaha Fazer 150, as trocas acontecem a cada 5.000 km depois da primeira dos 1.000 km.
A escolha do óleo ideal para trabalhar com o motor da motocicleta é uma das mais importantes e mais antecipadas no desenvolvimento de um motor pelas fabricantes. Logo, seguir a recomendação do manual do proprietário é sempre a opção correta. Embora trocar o óleo de maneira antecipada não chegue a prejudicar o motor, o costume é altamente danoso para o meio ambiente, devido ao desperdício de um produto cujo tempo de decomposição na natureza é indeterminado se descartado incorretamente. Sem contar o custo desnecessário com o serviço e com a compra do lubrificante, obviamente.
Cuidado para não rodar com óleo vencido
Além da preocupação com a quilometragem, é bom ficar atento ao prazo da manutenção do óleo. Em toda recomendação de fábrica, junto com a quilometragem, há um intervalo de tempo que deve ser respeitado para efetuar a troca do óleo, que pode ser de seis meses ou um ano, dependendo da moto e do tipo de óleo.
Mesmo se o proprietário não rodar a quilometragem prevista para a troca, caso o quesito tempo ocorra primeiro, é fundamental respeitá-lo, uma vez que dentro da composição do óleo existem aditivos que têm um prazo de validade para cumprirem suas funções no lubrificante. Caso esse prazo expire e o proprietário continue usando a moto, o óleo não vai surtir o mesmo efeito de proteção das peças e do funcionamento do motor como deveria.
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