VW Kombi teve versão com motor 1.8 AP do Gol feita no Brasil
Versão foi feita no país a partir de 1996, mas foi exclusividade de outro país
Fora de linha há 10 anos, a Volkswagen Kombi é um dos carros mais icônicos do Brasil, afinal, foi um dos veículos de trabalho mais vendidos do país. Ela esteve presente na vida de muitos, seja na entrega da compra do supermercado ou naquela parada na feira para comer pastel e tomar caldo de cana. E uma das grandes curiosidades é que a velha senhora foi feita no Brasil com motor 1.8 AP do Gol.
Acredite se quiser, o mesmo motor que tivemos debaixo do capô do Gol, Golf e Santana também equipou a VW Kombi, algo que ocorreu entre a segunda metade da década de 1990 (mais especificamente em 1996) e o começo dos anos 2000. Mas como você talvez deva lembrar, o modelo das fotos se trata de uma Kombi com teto alto, que foi surgir no mercado brasileiro somente em 1997 e que tinha como opção de motor somente o 1.6 boxer a ar.
Você também pode se interessar por:
- Este brasileiro fabrica mini Kombi e caminhões e ganha a vida com isso
- ID.Buzz: Kombi elétrica ganha versão especial pé de boi na Europa
- VW usa ajuda da Ford para criar nova Kombi para a Europa
- Como é a VW Kombi de oito lugares feita para o transporte sobre trilhos
Motor 1.8 AP
O ponto curioso e que era desconhecido para muitos, é que a tal VW Kombi com motor 1.8 AP foi produzida no Brasil na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), mas tais unidades eram feitas exclusivamente para exportação ao México. As imagens que você confere aqui são reproduções do perfil @kombiclube no Instagram e Youtube, que revela muitos detalhes dessa raridade.
Em vez do motor 1.6 boxer a ar com carburador da Kombi Carat vendida no Brasil naqueles tempos, que entregava seus 54 cv e 11,4 kgfm de torque, a Kombi feita nas mesmas instalações do ABC paulista tinha o motor 1.8 AP. Movido a gasolina, a usina tinha injeção eletrônica multiponto (com quatro bicos injetores) e uma força considerável frente ao antigo motor que já foi usado pelo Fusca: bons 86 cv e 14,3 kgfm de torque. O câmbio era manual de quatro marchas, como manda a tradição da perua.
Vale lembrar que a Kombi no Brasil teve ainda o motor 1.4 flex da família EA111 - propulsor que originalmente equipava anteriormente o Fox exportação. Esse conjunto mecânico, oferecido entre 2006 e 2013 para o modelo, entregava potência de 78/80 cv (G/E) e 12,5/12,7 kgfm de torque, ou seja, ainda tinha menos força que o 1.8 AP da Kombi destinada ao mercado mexicano, essa produzida até 2001.
Outras partes mecânicas também era próprias do modelo, à exemplo da suspensão dianteira, enquanto a traseira era reforçada. Os freios eram superdimensionados para lidar com a maior força do motor maior, enquanto a caixa de direção também era diferente.
Visual
A carroceria da Kombi exportação era do tipo teto alto, modelo que foi oferecido no Brasil somente a partir da linha 1997. Ou seja, a Volkswagen do Brasil já produzia a Kombi com teto alto e porta corrediça um ano antes em solo brasileiro, mas ainda não o oferecia para o nosso mercado, que tinha a famosa Kombi Clipper de teto baixo e portas que se abrem tipo salão até 1996. Vale dizer ainda que a configuração da carroceria com teto alto foi projetada no México e era comercializada desde 1991.
Além do teto alto, a Kombi 1.8 AP trazia o radiador de água na dianteira, algo que foi oferecido nessa especificação somente a partir de 2006 por aqui, quando a perua recebeu o motor 1.4 flex do Fox com arrefecimento a água. Outra diferença visual fica para os para-choques com face reta em vez do desenho arredondado do modelo vendido para mercado nacional. A tampa do combustível também era própria e tinha a parte interna menor para compatibilidade com os postos de combustível daquele país.
Cabine
É por dentro uma das partes mais interessantes da Kombi 1.8 exportação para México, já que ela trazia um painel diferente mais quadrado e em linha com o desenho que víamos na década de 1990, como o Santana e o Golf. O mais bacana é o painel de instrumentos com iluminação verde e grafismo que lembrava o Gol, enquanto o volante era da VW T3, a Kombi alemã de terceira geração.
Outros detalhes ficam por conta do maior número de alças de apoio (a famosa alça pqp) na cabine, além de uma iluminação interna adicional alocada na parte traseira. O revestimento em veludo, embora seja bem luxuoso para a proposta da Kombi, não é exclusivo da mexicana, já que é a mesma padronagem de bancos e portas da Kombi Carat. O alarme acionado por uma chave própria era um detalhe à parte no lado direito da frente do clássico.
Receba as reportagens da Mobiauto via Whatsapp