VW Tarok: marca teve picape média com receita de Toro há 45 anos

Primeira geração da Rabbit Pickup (a famosa Caddy) surgiu no final da década de 1970

Diego Dias
Por
17.07.2024 às 14:33

Antes mesmo da VW Tarok, conceito de picape intermediária com porte de Fiat Toro mostrada no último Salão do Automóvel em 2018, a Volkswagen se aventurou no segmento de picapes médias/intermediárias no final da década de 1970. Estamos falando da VW Rabbit Pickup, picape baseada no Golf de primeira geração que foi vendida nos Estados Unidos.

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Pois é, a ideia da futura VW Tarok, picape intermediária da Volkswagen que será lançada daqui uns anos e que pode receber até outro nome, não é tão nova assim. Isso porque a marca alemã produziu nos Estados Unidos entre 1979 e 1984 a VW Rabbit Pickup ou Caddy (esse segundo seu nome para a Europa). Apesar do mercado norte-americano ser adepto das caminhonetes, a VW Rabbit Pickup durou apenas na primeira geração do Golf por lá, sendo descontinuada a partir de 1984 quando era lançada a segunda geração do hatch.

Visual

Baseado na plataforma Volkswagen A1, a VW Rabbit Pickup era baseada no Golf norte-americano, que tinha visual próprio em relação ao modelo vendido na Europa. Assim a picape contava com faróis quadrados em vez do conjunto óptico redondo do modelo vendido no velho continente. Basicamente, a VW dos Estados Unidos trocava a grade dianteira que adornavam os faróis, estes de formato mais quadrado.

As primeiras unidades traziam a luz de seta nos para-lamas, sendo que depois passaram a contar com essas luzes integradas aos faróis. Para fazer a picape, a VW basicamente recortava um Golf de quatro portas a partir da coluna B e depois instalava a caçamba de 1,83 metro de comprimento por 1,64 m de largura, que tinha capacidade de carga de 498 kg – números até razoáveis para a época. Para efeito de comparação, hoje uma Fiat Strada Endurance aguenta 720 kg para trabalhar no pesado.

Quando vamos para a traseira, nada de novo sob o sol, já que temos a clássica configuração de caminhonetes: lanternas em posição vertical nas extremidades da carroceria e a tampa da caçamba com a inscrição Volkswagen em alto relevo. As lanternas, aliás, lembram bastante as usadas na brasileira Chevrolet D20 da década de 1980.

Por dentro era basicamente um VW Rabbit hatch, ou seja, trazia o desenho Volkswagen da época com linhas quadradas e painel de instrumentos ligado num mesmo segmento ao rádio. As saídas de ar eram quadradas, enquanto o volante usado lembra muito o que era visto na VW Brasília vendida no Brasil naqueles tempos.

Motorização

A VW Rabbit Pickup foi comercializada na terra do tio Sam apenas com duas opções de motores. A primeira opção era o motor quatro cilindros 1.7 aspirado a gasolina, que entrega até 79 cv de potência a 5.500 rpm e 12,2 kgfm de torque a 3.200 rpm, sendo combinado sempre com câmbio manual de quatro marchas – algo ainda normal no começo dos anos 1980.

Já a segunda opção combinava mais com a proposta de trabalho ou utilitário da Rabbit Pickup: motor 1.6 diesel, mas que infelizmente não trazia turbocompressor e assim rendia módicos 53 cv a 4.800 rpm e 9,82 kgfm de torque a 3.000 rpm. Neste caso, a transmissão manual era até melhor, pois contava com cinco velocidades, sendo a quinta marcha com relação mais longa, funcionando como uma marcha para economia de combustível (overdrive).

Comercializada por quase seis anos, a VW Rabbit Pickp foi oferecida em duas versões chamadas de LX e Sportruck nos EUA, mas nunca teve um grande sucesso comercial. À época, disputou mercado com a Toyota Hilux, Datsun Truck, Dodge Rampage e a Subaru Brat. A parte mais peculiar é que tal projeto do final dos anos 1970 continuou sendo produzido até 2007 e vendido em mercados emergentes, à exemplo da África do Sul.

Apesar da Fiat Toro ser um sucesso, o conceito de picape monobloco intermediária já era uma ideia aplicada pela VW na Rabbit Pickup. Agora é esperar para ver a nova VW Tarok, que vai demorar para ser lançada, já que a Mobiauto apurou juntoa fontes próximas da marca que a picape tem peças com SOP – sigla que indica oinício de produção – somente para 2027. Caso o cronograma não seja antecipado, a nova picape levará três anos ainda para ser apresentada.

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Entusiasta de carros desde criança, achou no jornalismo uma forma de combinar paixão e profissão. É jornalista formado pela faculdade FIAM-FAAM e atua no setor automotivo desde 2014, com passagens por Auto+, Quatro Rodas e Motor1 Brasil.

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