Avaliação: novo Citroën C3 1.0, como anda a versão que mais vai vender

Modelo paga pelos atributos de SUV andando menos e bebendo mais do que Fiat Argo e Peugeot 208 com o mesmo trem de força, mas apela ao preço

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01.09.2022 às 14:00 • Atualizado em 12.11.2024
Modelo paga pelos atributos de SUV andando menos e bebendo mais do que Fiat Argo e Peugeot 208 com o mesmo trem de força, mas apela ao preço

Já mostramos em detalhes a terceira geração do Citroën C3, com preços de lançamento, itens de série e versões. Também avaliamos a versão de topo do novo modelo, Feel Pack 1.6 Automática, que com todos os opcionais mais o pacote First Edition se aproxima de R$ 100.000.

Entretanto, a configuração que mais será vendida é a que traz motor 1.0 mais câmbio manual. Segundo a Stellantis, mais de 80% dos emplacamentos devem ser concentrados nessa configuração. E a versão Feel, a mais cara a usar esse trem de força, deve ser também a mais procurada, pelo menos no varejo.

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A Mobiauto já teve a oportunidade de rodar com ela e conta se vale a pedida de quase R$ 80.000. 

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Citroën C3 Feel Pack 1.6 AT 2023 – Preço: R$ 78.990. Pacote First Edition (faróis de neblina com moldura branca; pintura bicolor; barras de teto cinzas; airbumps laterais; tapetes exclusivos): R$ 5.000. Total: R$ 83.390.

Leia também: Novo Citroën C3: veja preços e itens de série das 5 versões
 

O que o novo C3 Feel 1.0 tem de equipamentos (ou não)

Já te contamos que o novo C3 é um carro simples, abdicando de equipamentos relativamente simples para ser funcional e oferecer uma ótima relação custo-benefício dentro do segmento de hatches compactos.

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Em relação à versão de topo, Feel Pack Automático, o C3 Feel 1.0 com câmbio manual deixa de oferecer faróis de neblina, volante com revestimento em couro, câmera de ré, rodas diamantadas (embora ainda sejam de 15 polegadas em liga leve) e o “Modo Eco”. Ou seja, aqui o pacote de itens de série é ainda mais modesto.

Conforme explicamos na avaliação do novo C3 1.6, o modelo oferece o básico do básico em termos de tecnologia e segurança, com direito a chave que não é canivete, cintos de segurança sem ajuste de altura, quadro de instrumentos desprovido de conta-giros e nenhuma alça de teto a bordo.

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Há controles de estabilidade e tração com assistente de rampa já nas versões manuais, o que é uma boa notícia, assim como central multimídia de 10 polegadas com Android e Apple CarPlay sem fio. Ela é rápida e fácil de mexer, mas toda vez que se liga o carro ela volta para o padrão inicial de brilho de tela e é preciso ajustá-lo manualmente...

Os bancos dianteiros possuem ajuste de altura, assim como o volante, mas este não conta com regulagem de profundidade. Além disso, ao destravar a coluna, ela despenca, portanto é preciso cuidado no processo.

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Travas, vidros e retrovisores são elétricos, assim como a direção possui assistência elétrica progressiva, mas o acionamento dos vidros traseiros ocorre por um par único de teclas no console central, ao estilo Peugeot 206. O banco traseiro rebate, mas é inteiriço, e há duas tomadas USB-A para carregar os celulares de quem senta atrás.

De fábrica, não há nem câmera de ré nem sensores de estacionamento, o que nos leva de volta aos anos 1990 na hora de manobrar. De resto, os detalhes como acabamento e soluções externas de design são muito similares às da versão 1.6 Feel Pack Automática, que mostramos em detalhes no vídeo abaixo.

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Citroën C3 Feel 1.0 Manual 2023 – Itens de série

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Airbags duplos
Controle de estabilidade e tração
Assistente de partida em rampa - Hill holder
Monitoramento de pressão dos pneus
Ar-condicionado
Direção elétrica
Vidros elétricos
Travas elétricas

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Retrovisores elétricos
Indicador de trocas de marcha
Central multimídia Citroën Connect de 10” com Android Auto e Apple Carplay sem fio
1 tomada USB dianteira e 2 traseiras
Volante multifuncional com regulagem de altura
Bancos dianteiros com ajuste de altura
Limpador e desembaçador elétrico traseiro
Alarme Perimétrico
Luzes diurnas de LED

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Rodas de liga leve de 15”
Painel interno com faixa azul metálica
Barras longitudinais no teto
Volante com ajuste de altura
Emblema Chevron cromado na grade
Maçanetas na cor da carroceria

Pacote First Edition (R$ 5.000)

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Faróis de neblina com moldura branca
Pintura bicoloro
Barras de teto na cor cinza
Airbumps laterais
Tapetes exclusivos
Insígnias “First Edition” nas laterais e tampa do porta-malas

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Espaço interno, dirigibilidade, conforto e acabamento

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No quesito dirigibilidade, espaço interno, conforto e acabamento, todas as características do C3 Feel Pack 1.6 AT se replicam na versão Feel 1.0 Manual. O bom espaço interno, o porta-malas de 315 litros, os bons ângulos e vão livre do solo e a posição de dirigir elevada, como de um SUV, são seus grandes trunfos, além do posicionamento agressivo de preço.

Dados técnicos: direção elétrica progressiva; suspensão McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira); freios a discos ventilados (dianteira) e tambores (traseira); diâmetro de giro, 10,5 m; coeficiente aerodinâmico não divulgado; vão livre do solo, 180 mm; ângulo de ataque, 23°; ângulo de saída, 39°; ângulo de transposição de rampas, 21°; pneus 195/60 R15.

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Dimensões: comprimento, 3.981 mm; entre-eixos, 2.540 mm; largura, 1.733 mm; altura, 1.604 mm; porta-malas, 315 litros; carga útil, 410 kg; tanque de combustível, 47 litros; peso em ordem de marcha, 1.056 kg.

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Motorização e desempenho

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A grande diferença para a configuração 1.6 está, obviamente, na presença de um motor de menor deslocamento e potência, com caixa manual de cinco marchas no lugar da automática com seis velocidades.

Todo o conjunto é originário da Fiat e já é aplicado aos irmãos Argo e Cronos, além do Peugeot 208. Estamos falando do propulsor Firefly três-cilindros 6V flex e de um câmbio manual em que até as relações de marcha e relação de diferencial são as mesmas usadas nos demais modelos.

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No caso do C3, os “atributos de SUV”, como o maior vão livre do solo, a linha de cintura mais elevada, o conjunto roda-pneu de diâmetro maior e a altura geral da carroceria na casa de 1,60 m, o deixam com ponto H elevado e mais afeito a lidar com a buraqueira das ruas brasileiras, porém menos aerodinâmico e, portanto, menos eficiente.

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Assim, as acelerações e retomadas ocorrem em cadência mais lenta, a ponto de fazer com que a relação do câmbio, demasiadamente curta em outros produtos da Stellantis, aqui se apresente até mais adequada. Não é preciso trocar marchas tão rapidamente, porque a velocidade demora mais a chegar.

Assim, mesmo que o motor Firefly se notabilize pela boa entrega de torque a giros mais baixos, apesar de ser naturalmente aspirado – o fato de ter só duas válvulas por cilindro contribui para isso –, o 0 a 100 km/h declarado fica sempre acima de 14 segundos, mesmo patamar de um Fiat Mobi com o velho motor 1.0 Fire. 

É um número inferior à maioria de seus concorrentes mais diretos no segmento de hatches compactos 1.0, de Argo a 208 (que usam o mesmo trem de força), passando por Chevrolet Onix, Renault Sandero e até Renault Kwid, todos na casa de 13 segundos. Só o Hyundai HB20 e seus 14,5 segundos com etanol ou 15,4 s com gasolina fica para trás.

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Comparativo de 0 a 100 km/h (etanol)

Citroën C3 1.0 – 14,1 s
Hyundai HB20 1.0 – 14,5 s
Fiat Mobi – 14 s
Renault Kwid – 13,2 s
Renault Sandero 1.0 – 13,2 s
Chevrolet Onix – 13,3 s
Fiat Argo – 13,4 s
Peugeot 208 – 13,4 s
VW Polo MPi – 13 s 

Na prática, o desempenho pacato não chega a incomodar. O novo C3 parece ter fôlego para passar por ladeiras e rodar no anda-e-para das grandes cidades sem tanto sofrimento. O câmbio traz engates menos folgados que os do Argo, mas é um pouco duro e longo demais, assim como o pedal da embreagem.

Já a posição da manopla considerei um pouco à frente e para cima demais, quase como em uma van.

Motor: 1.0, dianteiro, transversal, três cilindros em linha, 6V, aspirado, flex, comando de válvulas variável na admissão e escape, injeção multiponto de combustível
Taxa de compressão: 11:1
Potência: 71/75 cv a 6.000 rpm (G/E)
Torque: 10/10,7 kgfm a 4.250/3.250 rpm (G/E)
Peso/potência: 10,2/9,6 kg/cv (G/E)
Peso/torque: 74,8/73,4 kg/kgfm (G/E)
Câmbio: automático, 6 marchas
Tração: dianteira
0 a 100 km/h: 14,1 segundos (E) e 15 segundos (G)
Velocidade máxima: 160 km/h (G/E)

Leia também: Hyundai HB20 2023: preços, itens de série e diferenças entre as versões

Consumo

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O estilo de carroceria do novo C3 também compromete seu consumo em relação a outros compactos e subcompactos 1.0 do mercado. Ele não chega a ser beberrão, mas é o menos eficiente entre todos os seus concorrentes com motorização “mil”. Compare os números: 

Consumo Inmetro: 9,3 km/l com etanol e 12,9 km/l com gasolina na cidade; 10 km/l com etanol e 14,1 km/l com gasolina na estrada.

Hyundai HB20 1.0: 9,4 km/l com etanol e 13,4 km/l com gasolina na cidade; 10,6 km/l com etanol e 14,6 km/l com gasolina na estrada.

Chevrolet Onix 1.0: 9,9 km/l com etanol e 13,9 km/l com gasolina na cidade; 11,7 km/l com etanol e 16,7 km/l com gasolina na estrada.

Renault Sandero: 10 km/l com etanol e 13,9 km/l com gasolina na cidade; 10,2 km/l com etanol e 14,7 km/l com gasolina na estrada.

Fiat Mobi: 9,6 km/l com etanol e 13,5 km/l com gasolina na cidade; 10,4 km/l com etanol e 15 km/l com gasolina na estrada.

Renault Kwid: 10,8 km/l com etanol e 15,3 km/l com gasolina na cidade; 11 km/l com etanol e 15,7 km/l com gasolina na estrada.

Fiat Argo: 9,8 km/l com etanol e 14,1 km/l com gasolina na cidade; 11 km/l com etanol e 15,8 km/l com gasolina na estrada.

Peugeot 208: 10,4 km/l com etanol e 14,7 km/l com gasolina na cidade; 11,3 km/l com etanol e 16,3 km/l com gasolina na estrada.

VW Polo MPi: 9,5 km/l com etanol e 13,8 km/l com gasolina na cidade; 10,9 km/l com etanol e 15,5 km/l com gasolina na estrada.

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Vale a pena comprar o novo Citroën C3 1.0?

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Quem demanda um compacto barato, com posição de dirigir mais altinha e ângulos de transposição que permitem atravessar regiões com muitas valetas e buracos sem tanto sofrimento, o novo Citroën C3 Feel 1.0 Manual pode ser, sim, uma boa pedida.

Ele não é o compacto com motor “mil” mais ágil (inclusive para manobras, devido ao diâmetro de giro de 10,5 m), nem o mais econômico, mas conta com desempenho e consumo decentes. E tem no custo-benefício em relação a seu porte o principal atrativo.

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