Por que os carros estão tão caros no Brasil?

Modelos populares estão quase acabando e volume de vendas é prejudicado

Renan Bandeira
Por
01.09.2024 às 19:50 • Atualizado em 04.09.2024

Os carros estão ficando cada vez mais caros no Brasil. Um levantamento apresentado no início deste ano pela Bright Consulting, empresa de consultoria que apresenta levantamentos relacionados a indústria automotiva, aponta que nos últimos cinco anos, o tíquete médio dos veículos vendidos no Brasil cresceu 56%.

Na prática, isso quer dizer que os brasileiros estão pagando mais caro para legar um veículo para casa. Em 2019, por exemplo, o valor médio para comprar um veículo novo era de R$ 94.547, enquanto neste ano esse valor já passou para R$ 147.854. Uma diferença de R$ 53.307, ou um acréscimo de R$ 10.661,40 anualmente até chegar em 2024.

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Isso é uma das explicações para o mercado não ter chegado ao número de vendas esperado lá no início dos anos 2010. Naquela época havia a previsão de que o mercado nacional bateria os 5 milhões de carros vendidos anualmente, marca que nunca foi batida até 2023.

E que não deve ser superada em 2024, já que para isso, é necessária uma média de 417 mil emplacamentos por mês, pelo menos. Atualmente, o Brasil faz 292.919 vendas mensais – considerando carros de passeio, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos e implementos rodoviários.

Isso faz os brasileiros buscarem uma série de culpados, “apontando o dedo” para fabricantes, concessionários, pandemia, entre outros. Mas o COO da Bright Consulting, Murilo Briganti, explica que muitos esquecem de visualizar a evolução dos veículos nacionais e como isso encareceu o produto.

“Por exemplo, no Proconve L7, em 2022, a gente teve mudança no tamanho do cânister, por conta dos gases evaporativos do abastecimento. Isso o consumidor não enxerga... é muito difícil de ele enxergar que teve mudança em prol do meio ambiente.  É mais difícil dele enxergar valor nisso”, esclarece o executivo

Para Briganti, uma mudança de preferências do consumidor também dita o ritmo de alta do tíquete médio. Afinal, os brasileiros querem saber mais de SUVs, que de carros de entrada.

“Cada vez mais estamos comercializando veículos maiores, que são SUVs ou os crossovers, em detrimentos de hatches e sedans. Tem acontecido essa mudança de mix de veículos e sempre que se tem um veículo maior, ele acarreta um custo mais elevado de produção”, completa

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Formado em mecânica pelo Senai e jornalismo pela Metodista, está no setor há 5 anos. Tem passagens por Quatro Rodas e Autoesporte, e já conquistou três prêmios SAE Brasil de Jornalismo. Na garagem, um Gol 1993 é seu xodó.

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