Por que o Chevrolet Tracker pode ser o 1º híbrido flex da GM no mundo

SUV deverá contar com sistema micro-híbrido para se preparar para o Proconve L8

Diego Dias
Por
04.09.2024 às 17:18

Nesta quarta-feira (4) a General Motors do Brasil revelou mais detalhes do seu investimento. Com R$ 7 bilhões programados para serem investidos no país entre 2024 e 2028, nada menos do que R$ 5,5 bilhões terão como destino o estado de São Paulo, onde marca tem duas de suas principais fábricas. Em São Caetano do Sul (SP), onde o investimento foi anunciado, a GM produz o Chevrolet Tracker, que pode ser o primeiro carro híbrido flex no mundo.

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Tal investimento da GM no Brasil se dá por conta do volume de carros fabricados no estado, nas unidades fabris do ABC paulista e também de São José dos Campos. A questão é que o aporte é para modernização dessas fábricas, incluindo novas tecnologias, com a gigante empresa norte-americana prometendo lançar o seu primeiro carro híbrido flex no mundo, que tudo indica ser o SUV compacto Chevrolet Tracker.

Por que o Chevrolet Tracker?

Apesar da GM não ter confirmado quais modelos receberão tal tecnologia híbrida flex, vale dizer que a marca prometeu veículos tanto com tecnologia de micro-híbrido ou híbridos plug-in (PHEV). A fabricante ainda faz mistério sobre qual tecnologia será produzida no Brasil, mas aponta que o novo modelo será lançado em 2025.

Quando pegamos o atual portfólio de veículos da Chevrolet comercializados no Brasil, o mais antigo deles é o Chevrolet Onix, atual carro de entrada da marca por aqui, que foi lançado no final de 2019 e desde então não tem mudanças. Mas isso mudará em 2025, quando será apresentada sua reestilização de meia-vida – que chegará depois de longos seis anos (o normal na indústria são atualizações em três anos).

Porém, o Chevrolet Onix é o carro de entrada da Chevrolet e por consequência de maior volume de vendas da marca no mercado brasileiro. Para a estreia de uma nova tecnologia ocorrer, neste caso híbrida, a marca precisará de um carro de menor volume, mas também com maior valor agregado. É aí que o Tracker entra, já que um preço um pouco mais alto numa versão híbrida baseada em um SUV seria melhor justificada no mercado.

Outro ponto que indica que o Tracker pode ser o primeiro híbrido flex da GM no mundo é porque ele é segundo carro com mais tempo sem atualizações no Brasil. Lançado em 2020, desde então o SUV continua com o mesmo visual e equipamentos, com a marca se limitando a organizar apenas sua oferta de versões – algo natural no ciclo de vida de um produto. Com isso ele é o modelo mais próximo de uma renovação.

Tudo aponta também que a tecnologia híbrida mais propícia para a motorização do novo Tracker seja de micro-híbrido (ou híbrido-leve), já que rivais como VW T-Cross e até mesmo modelos da Stellantis (vide Fiat Fastback) devem receber tal tecnologia em poucos anos no Brasil.

Resta saber como será a tecnologia micro-híbrida para o Tracker, se será baseada em um sistema elétrico de 12V ou 48V. Para quem não está muito familiarizado, o sistema micro-híbrido geralmente prioriza o motor a combustão para mover o veículo, assim o pequeno propulsor elétrico pode auxiliar em alguns momentos, como em acelerações ou retomadas.

Com um gerador de partida de maior capacidade (geralmente 48V) que um alternador convencional, o carro micro-híbrido também é capaz de alimentar outros equipamentos do carro, como ar-condicionado, central multimídia, assistentes de segurança, entre outros. Isso tudo contribui também para menor consumo de combustível no carro.

Mas vale dizer que o principal objetivo é a redução do consumo de combustível e emissões. A primeira fase Proconve L8 entra em vigor em 2025, por isso muitas fabricantes apostarão na tecnologia para se alinhar as novas exigências do programa de emissões.

Atualmente, o Chevrolet Tracker conta com oferta de duas motorizações: 1.0 turbo nas versões de base e intermediárias (AT, LTZ e LTZ), além do 1.2 turbo na configuração topo de linha Premier. O motor 1.0 turbo de três cilindros entrega até 116 cv de potência e 16,8 kgfm de torque, enquanto o 1.2 turbo, também tricilíndrico, rende no máximo 133 cv e 21,4 kgfm. A transmissão é sempre automática de seis marchas.

Outra opção para híbrido flex é o SUV do Onix. O colunista Fernando Calmon afirmou que ele será o produto que receberá tal tecnologia. A Chevrolet ainda não confirmou qual modelo terá esse sistema, mas seja Tracker ou o SUV do Onix, é certo que a marca parece ter encontrado seu caminho para vender carros no Brasil.

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Entusiasta de carros desde criança, achou no jornalismo uma forma de combinar paixão e profissão. É jornalista formado pela faculdade FIAM-FAAM e atua no setor automotivo desde 2014, com passagens por Auto+, Quatro Rodas e Motor1 Brasil.

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