VW “Gol Pointer G3”: veja como era o hatch exportado para a Rússia

Vendido por curto período no país nos anos 2000, hatch recebeu adaptação para rodar em temperaturas abaixo dos 20ºC negativos

Diego Dias
Por
05.11.2024 às 18:24

Aposentado em 2023, o Volkswagen Gol cedeu de vez seu lugar no mercado brasileiro para o VW Polo Track, que assumiu de vez o papel de carro de entrada da marca, brigando assim com Chevrolet Onix, Hyundai HB20 e Fiat Argo. Mas voltando ao famigerado Gol, que foi o carro mais vendido do Brasil por nada menos do que 27 anos, ele tem algumas marcas importantes, como ter sido o primeiro carro brasileiro exportado para a Rússia.

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O modelo que foi exportado do Brasil para a Rússia foi o VW Gol G3, que foi produzido no Brasil entre 1999 e 2004, o qual se tratava na verdade do Gol bolinha com sua primeira reestilização. A exportação do hatch aconteceu nos anos de 2004 e 2005 – sendo esse último o ano em que começava a ser vendido no mercado nacional o famoso Gol G4.

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No entanto, vale lembrar que o Gol exportado para a Rússia foi batizado de VW Pointer para aquele mercado – nome no qual foi utilizado por aqui na produção do hatch derivado do Logus, fruto da Autolatina, famosa parceria entre a Volkswagen e a Ford que ocorreu entre o final da década de 1980 e parte de 1990. Vale dizer que o nome Pointer batizou o Gol também em outros países como México e Egito também.

Visual do Gol russo

Basicamente, o VW Gol chamado de Pointer que embarcava para a Rússia trazia o mesmo visual do modelo voltado para o mercado interno, trazendo faróis de lente lisa e dupla parábola, bem como a grade estreita integrada ao desenho dos faróis. Interessante ainda que o modelo para exportação foi enviado desde as versões mais simples com para-choque sem pintura até o modelo Power, com a faixa preta superior nos para-choques pintados na cor da carroceria.

Motor para inverno

Na Rússia, a Volkswagen comercializou o Gol com duas opções de motores 1.0 de 67 cv de potência e 1.8 de 99 cv – esse último o famoso motor AP-1800. O câmbio era sempre manual de cinco marchas. A parte mais interessante é que o hatch ganhou um tratamento especial no propulsor para lidar com o inverno rigoroso na Rússia, que pode alcançar temperaturas de -40ºC.

Entre as mudanças da época, o motor do Gol russo ganhava um sistema de pré-aquecedor (atualmente temos um sistema similar no Chevrolet Onix), bem como pistões grafitados e velas melhoradas. O hatch teve o motor preparado para poder rodar com gasolina pura, sem a porcentagem de etanol da gasolina brasileira.

O sistema de arrefecimento e de lubrificação também recebeu atenção especial, já que na época o hatch ganhou água, fluídos e óleos especiais com tratamento contra congelamento.

Outra curiosidade é que o VW Gol fabricado no Brasil com direção à Rússia passou por testes em uma câmara climática na fábrica de motores da marca em São Carlos (SP). Por lá, a empresa avaliou o funcionamento do motor, componentes elétricos e câmbio em simulações severas de clima, cuja variação de temperatura ia de -40ºC a 60ºC.

Nessa simulação foi revisto ainda o sistema de desembaçador e do descongelamento dos vidros com ajuda do sistema de ventilação da cabine, o que era essencial para rodar com o carro em locais com clima bastante gelado.

A Volkswagen também testou na prática o Gol em ambientes que replicavam as condições severas do inverno russo, rodando nada menos do que 70.000 km em países como Argentina e Finlândia.

Para seguir com destino à Rússia, por exemplo, o Pointer passou por testes de rodagem que totalizaram 70 mil quilômetros em 85 dias. Atualmente, a Volkswagen não tem mais operações na Rússia, já que deixou o país no início do ano passado desde o início da guerra da Ucrânia.

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Entusiasta de carros desde criança, achou no jornalismo uma forma de combinar paixão e profissão. É jornalista formado pela faculdade FIAM-FAAM e atua no setor automotivo desde 2014, com passagens por Auto+, Quatro Rodas e Motor1 Brasil.

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