10 carros com preços absurdos que deveriam custar muito menos
Toyota SW4, Suzuki Jimny, Peugeot 3008, Fiat 500e são carros com excelentes atributos, mas tão caros para o que oferecem que frequentemente o valor deles é mais lembrado que suas qualidades.
Isso mostra um erro de estratégia da marca e, ao mesmo tempo, as sequelas de uma pandemia que supervalorizou ainda mais os preços dos automóveis. Estes são só alguns exemplos esdrúxulos de preços que subiram a ponto de deixar alguns modelos com valores muito discrepantes em relação à concorrência.
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Um dos melhores exemplos é o Toyota SW4, que custa bem mais que os rivais. A versão topo de linha dele é cerca de R$ 100.000 mais cara que a configuração mais completa do novo Jeep Commander, que também tem sete lugares e motor a diesel.
Nós sabemos que todos esses carros, seriam maravilhosas opções de compras se fossem mais baratos. No decorrer dessa matéria vamos levantar alguns argumentos que validam nosso ponto de vista de que esses carros valem a pena, só não valem o valor da etiqueta. E em alguns casos até nos atrevemos a sugerir em alguns casos um valor justo.
Deixamos de fora algum modelo que deveria estar na lista? Mencione nos comentários.
10 Carros que não valem o preço que é cobrado
1. Fiat 500e
Preço: 239.990
Com seus charmosos faróis redondos e estilo retrô, o Fiat 500 conquista o público no Brasil desde 2009. Estilo é uma das principais características desse subcompacto italiano e a Fiat sempre soube cobrar muito bem por isso.
Após sair de linha em 2017, o modelo está de volta no mercado nacional com a sua nova geração 100% elétrica, custando R$ 240.000. Sabemos que carros elétricos ainda são muito caros por aqui, mas estamos falando de um modelo que há quatro anos custava R$ 62.000, e agora retorna custando quatro vezes mais.
A lista de itens de série do modelo é extensa e há até assistentes autônomos de condução, como alertas de troca de faixa e ponto cego, frenagem de emergência por detecção de obstáculos, leitor de placas de velocidade e controle de cruzeiro adaptativo.
Leia também: Os 10 carros elétricos mais baratos à venda no Brasil
O 100% elétrico entrega 118 cv de potência e 22,4 kgfm de torque, e vai de 0 a 100 km/h em 9 segundos. São 320 km de autonomia no ciclo WLTP, mas, segundo a Fiat, ele pode rodar até 460 km sem recarga dependendo do modo de condução.
Concordamos que o Fiat 500e se tornou mesmo um carro premium, com um bom desempenho urbano, originalidade, sofisticação no design e muita tecnologia embarcada. Mas será que vale pagar mais caro que em uma Toro em um carro com porte de Mobi? Eis a questão.
E não é só pelo tamanho: o 500e cobra o mesmo preço de o Mini Cooper Elétrico, sendo que a Mini é uma marca premium e seus carros, sinônimo de status.
2. Fiat Toro Ranch
Preço: R$ 202.500
Antes da pandemia (fevereiro de 2020), dava para comprar uma Fiat Toro Endurance AT por R$ 103.000. Agora, a versão topo de linha da Strada já está na casa de R$ 200.000. A história dessas duas picapes merece respeito, só que isso não quer dizer que merecemos pagar tão caro.
A Fiat Toro Ranch já custa R$ 202.500 no Estado de SP. A Toyota Hilux de entrada com motor flex (SRV 4x2 AT), custa R$ 203.690. Claro que é menos tecnológica e tem desempenho menos esperto, mas é uma picape média e consolidada mundialmente.
O grande problema é que a picape a diesel mais barata do Brasil, no caso a Fiat Toro, é vendida a partir de R$ 167.000. Este poderia ser o valor da versão topo de linha, pelo menos. Desse jeito o sonho do brasileiro de ter um veículo como esse fica cada vez mais distante.
Leia também: Avaliação: Fiat Toro 2022, o que melhorou e o que deveria ter melhorado
3. Suzuki Jimny Sierra
Preço: R$ 144.990 a R$ 165.990
Adoraríamos desbravar o Brasil a bordo do novo Suzuki Jimny Sierra, mas por esse preço não dá. Esse jipinho 4x4 é encantador, tem uma dirigibilidade incrível e encara pau e pedra. É praticamente um Land Rover Defender menos abastado e potente, mas com a mesma valentia.
O motor 1.5 aspirado entrega 108 cv e 14,1 kgfm. Câmbio automático, só a partir de R$ 152.990 na versão intermediária e R$ 165.990 na topo de linha. Por mais raiz que o novo Jimny Sierra seja, quem quer um carro de R$ 145.000 com câmbio manual nos tempos de hoje?
A lista de itens de série não é nada extensa nem possui um grande diferencial além dos bancos com inclinação de 180º para quem gosta de acampar vendo as estrelas pelo teto solar do jipe da Suzuki.
Mas talvez mais pessoas pudessem admirar as estrelas em campos ermos do Brasil se o Jimny Sierra fosse ofertado na faixa de R$ 100.000.
4. Mitsubishi L200 Triton Sport
Preço: R$ 230.990 a R$ 279.990
O problema do preço da Mitsubishi L200 Triton Sport não está onde termina, mas onde começa. A HPE cobra R$ 231.000 já na versão de entrada, GLS. Estamos considerando que a L200 é pioneira no segmento de picapes e uma referência para o segmento.
Entre as marcas populares, Toyota, Nissan e Ford, a Mitsubishi é a que cobra mais caro pela versão mais simples de uma picape. Claro que a configuração “basiquinha” da L200 Triton é uma picape de respeito. O motor é um 2.4 diesel de 190 cv e 43,9 kgfm.
Dentre os principais itens de série estão: assistente de frenagem de emergência, assistente de partida em rampas, Multimídia de 7" JBL, ar-condicionado digital automático, Display de multi-informação colorido de alto contraste, volante com ajuste de altura e profundidade e assistente de condução com trailer e só.
Leia também: Ram, Amarok, Hilux, Toro: as picapes mais rápidas do Brasil
Os bancos são revestidos em tecido ao invés de couro, e as rodas aro 18 nem parecem que são de uma picape tão cara. Quem olha para a dianteira da L200 Triton que esbanja robustez e modernidade, espera um veículo um pouco mais completo.
Até mesmo a Toyota Hilux tem versões a diesel a partir de R$ 200.000. Mas a Mitsubishi e a Suzuki não demonstram se preocupar muito com a concorrência e têm um modo à parte de precificar seus produtos, que costumam ser mais caros que os rivais.
5. Peugeot 3008
Preço: R$ 246.690 a R$ 271.690
Quando a Peugeot divulga seu catálogo de preços, dá vontade de bater à porta deles e perguntar: por quê? O 208 e o 3008 têm muito potencial para fazer sucesso, uma estática refinada, acabamento de qualidade e boa dose de tecnologia. O problema é a estratégia da marca.
A Peugeot conseguiu cometer os mesmos erros duas vezes seguidas: equipar o carro com um motor mais fraco que o da concorrência e, na ganância de posicionar o modelo como premium, oferecê-lo por valores mais altos do que a média de mercado.
Falta só admitir que ainda é uma marca tida como popular e que precisa reconquistar a confiança do brasileiro. A marca ainda é vista como fabricante de carros com mecânica frágil, manutenção cara, e valor de revenda pouco competitivo. Tudo isso afasta clientes.
A Mobiauto já fez a avaliação do Peugeot 3008 Griffe de R$ 246.690. É um carro que enche os olhos. Tem uma direção gostosa e vários sistemas semiautônomos eficientes, exceto o assistente de estacionamento.
Porém, quando chega nessa faixa de preço, temos no leque opções modelos de luxo como BMW X1 e Volvo XC40, ambos a partir de R$ 270.000. É nesse momento que o SUV da Peugeot é jogado para fora da pista.
Se ele optasse por disputar com Jeep Compass, Ford Territory ou Volkswagen Taos, teria mais chances. Para isso, teria que começar ficando ao menos R$ 100.000 mais barato.
Leia também: Avaliação: novo Peugeot 3008 é o SUV certo com o motor errado
6. Toyota SW4
Preço: R$ 271.690 (flex) a R$ 386.990 (diesel)
“O Toyota SW4 vale a pena, só não vale R$ 387.000”, foi assim que fechamos a avaliação do maior SUV da Toyota no Brasil. Nós adoramos a proposta desse carro, que é quase um barco de tão grande. O porte dele é impactante e a estética, muito bem acertada. É o tipo de carro com cara de que escala até parede.
O motor a diesel de 204 cv e 50,9 kgfm é o suficiente para um SUV dessas proporções tenha um bom desempenho. O espaço interno é mais que suficiente, é ideal para famílias grandes que viajam com frequência.
O problema está na perfumaria e tecnologia. Só uma palavra para descrever de uma forma justa e precisa o painel do SW4: arcaico. Outro ponto é que um carro desse tamanho tem ar-condicionado de apenas uma zona e não há entrada USB em todas as fileiras.
No quesito segurança, o modelo tem alerta de mudança de faixa com condução assistida, controle de cruzeiro adaptativo, câmera de ré e sensores de estacionamento dianteiro e traseiro.
Retomando ao começo do texto, é um excelente SUV, especialmente porque é Toyota e deriva de uma picape aclamada no mercado, sendo referência em segurança e qualidade. Ainda assim, o valor está supervalorizado.
Para quem quer um carro espaçoso com sete lugares, porta-malas gigantes, tração 4x4, motor a diesel e um pouco de tecnologia, há muitas outras opções no mercado. O Jeep Commander, por exemplo, já está a venda e é quase R$ 110.000 mais barato.
Se for para uso na cidade, um Caoa Chery Tiggo 8 com motor turbo a gasolina sai por menos de R$ 200.000.
7. VW Nivus Highline
Preço: R$ 105.645 a R$ 122.275
A proposta do Nivus, de ser um SUV de entrada com linhas de cupê, agradou o público, principalmente quando a marca divulgou que a versão topo de linha custaria menos de R$ 100.000 - mais precisamente R$ 98.290, na época do lançamento.
Quinze meses depois, o Nivus Highline já está R$ 24.000 mais caro. Derivado do hatch Polo, o modelo também conta com o motor 1.0 turboflex de 128 cv e 20,4 kgfm se abastecido com etanol. Casado com um câmbio automático, o conjunto mecânico confere um bom desempenho ao modelo, que vai de 0 a 100 km/h em 10 segundos.
Na lista de itens de série aparecem controle de cruzeiro adaptativo, frenagem autônoma de emergência a até 50 km/h, central VW Play com 10”, conexão com internet e Apple CarPlay sem fio, controle de pressão dos pneus, frenagem automática pós-colisão, quadro de instrumentos 100% digital, sensores de luminosidade e chuva, detector de fadiga do motorista e chave com sensor presencial.
Como se pode perceber, o Volkswagen Nivus tem vários atrativos para despertar o interesse. No entanto, com a pandemia e a falta de insumos, a Volkswagen acabou perdendo a mão nos aumentos.
No final de julho, listamos os oito SUVs que ainda custavam menos de R$ 100.000, e o VW Nivus nunca deveria ter saído dela. Agora, restam apenas sete modelos, dentre os mais interessantes estão Jeep Renegade e Honda WR-V.
Leia também: Avaliação: VW Nivus, vale mais a pena a versão Comfortline ou Highline?
8. VW T-Cross Highline
Preço: R$ 119.790 a R$ 146.200
Eis aqui outro carro da VW queridinho do público que está custando bem mais do que deveria. Mas nesse caso a crítica não vai para todas as versões, mas especificamente para a topo de linha Highline que falta pouco para chegar em R$ 150.000. Na verdade, com todos os opcionais, ela já passa de R$ 160.000.
Não vamos nos entender falando do Volkswagen T-Cross, ele de fato é um SUV muito bom e com mecânica invejada. Mas, por R$ 160.000, já é possível levar um Jeep Compass de entrada com o novo motor T270 de 185 cv e uma lista de equipamentos bem composta, enquanto o T-Cross entrega menos espaço e 150 cv.
9. Novo Hyundai Creta Ultimate
Preço: R$ 111.890 a R$ 152.990
Outro que também acha que tudo bem custar R$ 150.000 é o novo Hyundai Creta. Para sermos mais precisos, ele já está mais caro que o Jeep Compass de entrada. Se as fabricantes continuarem assim, daqui a pouco só tem marca premium no Brasil (quer dizer, marca popular metida a premium).
O motor 2.0 aspirado da versão Ultimate é mais potente que o do VW T-Cross Highline, mas quem ganha no 0 a 100 km/h é o modelo da fabricante alemã, que leva 8,7 segundos, enquanto o novo Creta leva 9,3. Culpa da ausência de um turbo, o que compromete o torque.
Todas as outras três versões do SUV da Hyundai são equipadas com o mesmo motor de 120 cv do Hyundai HB20.
A configuração conta ainda com um pacote semiautônomo com controle de cruzeiro adaptativo, frenagem autônoma emergencial com detecção de pedestres, ciclistas e carros que vêm na direção contrária, farol alto automático adaptativo e alerta de mudança de faixa. Testamos tudo isso na prática e o resultado agradou.
Em termos de design externo, melhor deixar o veredicto para o público ao invés de tachá-lo como feio ou bonito. Por dentro, o modelo tem um acabamento agradável e peças bem encaixadas, mas não está perto de ser sofisticado como o interior do Jeep Compass, que é oferecido na mesma faixa de preço.
Analisando friamente, o novo Hyundai Creta teria um “preção” se custasse entre R$ 90.000 e R$ 130.000. Mas, depois que a Hyundai colocou a etiqueta de R$ 98.000 no HB20S, não dava para esperar cautela na precificação do novo Creta.
Leia também: Avaliação: Hyundai Creta é mais racional com motor do HB20 do que o 2.0
10. Ford Bronco Sport
Preço: R$ 264.690
“O Ford Bronco Sport é tudo que o EcoSport queria ter sido”, diz o título da nossa avaliação. É um carro gostoso de dirigir no asfalto e destemido no chão de terra. Encara bem os obstáculos, buracos e quebra-molas pelo caminho. O motor 2.0 turbo entrega 240 cv e 38 kgfm. Como se pode imaginar, fôlego não falta.
Por fora, a aparência imponente faz jus a um SUV premium e ainda remete a um jipe 4x4 raiz. O interior é sedutor, com cores que contrastam bem e acabamento que exibe muito requinte, exceto pelo excesso de plástico duro no painel.
O Ford Bronco foi um dos pioneiros dos utilitários esportivos, tendi sido lançado em 1966 e fabricado até 1996, quando saiu de linha. Depois de 25 anos, voltou a dar as caras, dessa vez como uma família de utilitários e muito mais tecnológico, robusto e sofisticado, porém mais caro do que esperávamos.
Tinha tudo para ser um sucesso, mas o preço pode fazer muitos interessados colocarem o pé no freio. Afinal, com R$ 265.000 dá para comprar um Jeep Compass 4x4 e sobra troco. Embora o Ford Bronco seja mais charmoso.
Leia também: Avaliação: Ford Bronco Sport é tudo que o EcoSport queria ter sido
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A faculdade me fez jornalista, a vida me fez aficionada por carros esportivos e adrenalina. Unindo paixão e profissão, realizo a missão de conectar pessoas com o universo automotivo, mas confesso que já tentei pilotar um kart e não deu muito certo.