Chevrolet Trax: SUV cupê sucessor do Cruze é o que queríamos do Tracker

O Chevrolet Trax faz o mesmo papel do nosso Tracker nos Estados Unidos: é um SUV compacto de volume. Ele tomou o lugar da família Cruze na linha de montagem, aposentando-a (logo sairá de linha aqui também) e foi apresentado mundialmente no ano passado para o mercado chinês como Chevrolet Seeker, com um visual bem acertado e com muita personalidade.

Porém, vale dizer que o modelo vendido na terra do tio Sam traz um desenho um tanto mais inspirado, sem contar também que tem dimensões maiores. O Trax vendido nos EUA até o ano passado era ainda o Tracker 1.4 turbo que saiu de linha do Brasil em 2020.

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Apesar do atraso do mercado norte-americano, agora eles saem na frente com a nova carroceira do modelo, que mostra uma notável superioridade em relação ao nosso Tracker, que é baseado na plataforma do Onix. Agora vamos ao que interessa.

O visual do Chevrolet Trax

Na prática o novo Chevrolet Trax vendido nos Estados Unidos é o Seeker chinês, tendo algo em comum com nosso Tracker nesse sentido, já que o SUV compacto da GM comercializado em terras tupiniquins deriva de um projeto chinês também. Mas o que o Trax se destaca é o estilo, principalmente por conta da silhueta próxima ao de um SUV-cupê.

Visualmente falando a dianteira impacta muito mais do que o nosso Tracker, pois já traz a nova linguagem mundial da Chevrolet composta pelas luzes diurnas de LED superiores separadas dos faróis principais, como temos na Montana. Só que no Trax temos um conjunto mais agressivo porque os faróis principais estão numa linha vertical, deixando o SUV com visual mais largo e quadrado, sem contar a grade frontal com preenchimento em colmeia.

O perfil é a parte em que o Trax mais se assemelha ao Tracker, principalmente quando olhamos no desenho da base das janelas e nos vincos da carroceria. De contrapartida, temos uma caída de teto mais notável, o que deixa a coluna traseira também mais larga – resultando no visual mais musculoso. Nos EUA, há opções variadas de rodas dependendo da versão, com  jogos de 17, 18 ou 19 polegadas.

A traseira talvez seja o ângulo mais diferente do Trax em comparação ao SUV nacional. O vidro tem um ângulo mais inclinado, o que resulta no estilo mais próximo ao de utilitário cupê, enquanto a tampa do porta-malas é mais “bojuda” e ainda carrega a placa traseira – aqui um recorte que causa um maior volume para o carro.

As lanternas também reforçam o maior porte do utilitário (que vamos detalhar mais adiante), ficando localizadas nos cantos da carroceria. Elas têm acabamento em alto relevo e trazem um formato diferente onde a parte inferior desce até a base do para-choque e a porção superior invade as laterais.

As dimensões do Chevrolet Trax

Enquanto no mercado norte-americano o Trax faz papel de SUV de entrada e também de substituto do sedan Cruze (no Brasil ele ainda resiste), caso viesse para o Brasil suas dimensões o colocariam numa disputa no andar de cima onde temos o Jeep Compass reinando entre os SUVs médios.

O Chevrolet Trax ostenta seis 4,53 metros de comprimento, 1,56 m de altura e 1,82 m de largura. Já a distância entre-eixos (que define muito o espaço da cabine em um veículo) fica nos seus 2,70 metros – maior que Jeep Compass (2,63 m), Toyota Corolla Cross (2,64 m) e VW Taos (2,68 m), por exemplo.

Para efeito de comparação, o Tracker vendido no país tem porte menor com seus 4,27 m de comprimento, 1,79 m de largura, 1,62 m de altura e distância entre-eixos de 2,57 m. Pelas medidas poderíamos apostar que o Trax poderia chegar no mercado nacional acima do Tracker e sem invadir o seu espaço, sendo uma opção interessante abaixo do Equinox – que começa numa faixa de preço mais elevada. 

O interior do Chevrolet Trax

Por dentro não é diferente e o Trax tem um grau a mais de ousadia perante o Tracker – e boa parte dos Chevrolet vendidos no Brasil. Ostenta painel digital configurável na mesma altura da central multimídia (que pode ser de 8 ou 11 polegadas), com o painel digital sendo indisponível no Tracker, apesar do modelo chinês já oferecê-lo na versão RS. Vale lembrar que o recurso era esperado também na nova Montana, mas a GM decidiu pelo painel analógico mesmo.

O que não passa despercebido é a sensação de qualidade de acabamento e revestimentos usado no Trax norte-americano, que ostenta saídas de ar redondas nas laterais com detalhes em vermelho conversando com uma linha no painel no mesmo tom. São usados materiais macios ao toque e detalhes prateados nas saídas de ar, na moldura do console central ao redor da alavanca de câmbio

Volante tem base achatada na versão RS e detalhes em preto brilhante, além de revestimento em couro perfurado – mesmo acabamento utilizado nos bancos. Em resumo, é um acabamento na cabine que exala muito mais qualidade do que temos por aqui.

Motores

Debaixo do capô temos o conhecido motor 1.2 turbo com injeção direta nos EUA, que rende seus 139 cv de potência e 22,4 kgfm de torque. O câmbio é sempre automático de seis marchas. É um conjunto que rende um pouco mais do que o 1.2 turbo flex do Tracker nacional, que tem até 133 cv e 21,4 kgfm de torque mas que usa um sistema de injeção multiponto. A transmissão também tem seis velocidades.

Na China o gêmeo Chevrolet Seeker se gaba de um conjunto mais forte: traz um1.5 turbo movido a gasolina de 180 cv de potência, mas usa uma caixa automática tipo CVT.

Equipamentos

Entre os equipamentos disponíveis no exterior para o Chevrolet Trax, podemos destacar os freios a disco nas quatro rodas (o Tracker tem freios a tambor na traseira), além de sistema de cancelamento de ruído ativo, faróis automáticos IntelliBeam e piloto automático adaptativo. Soma ainda frenagem automática de emergência com detecção de pedestre, assistente de manutenção de faixa, alerta da colisão frontal, alerta de pontos cegos, alerta de tráfego cruzado e também assistente de estacionamento.