Carro elétrico: 12 dúvidas muito comuns que todo mundo tem sobre ele
Por Guilherme Silva
Ainda caros e distantes da maioria dos consumidores, os carros elétricos vêm ganhando espaço no Brasil nos últimos anos. Mesmo com as restrições da pandemia, 19.745 unidades foram comercializadas no país em 2020, aumento de 66,5% em relação aos 11.858 emplacamentos de 2019. Os dados são da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico).
A entidade acrescenta que, pela primeira vez, os elétricos alcançaram 1% das vendas totais de veículos no mercado brasileiro, confirmando o melhor ano da série histórica iniciada em 2012 pelo órgão.
Mesmo com esse crescimento, os veículos elétricos ainda são motivo de muitas dúvidas a respeito de seu funcionamento. Por isso, respondemos abaixo os 12 questionamentos mais comuns sobre os carros movidos a eletricidade.
1 – Qual a diferença entre um carro elétrico e um híbrido?
O carro elétrico, como o nome já diz, é movido apenas por eletricidade. Ele pode ter um ou mais motores, que dependem da energia armazenada em baterias, geralmente de íons de lítio, para funcionar. Já o híbrido combina um propulsor elétrico e outro a combustão.
Esse tipo de carro possui uma central eletrônica que gerencia qual dos motores traciona as rodas. Dependendo da condição de uso, o híbrido pode rodar apenas com eletricidade, para economizar combustível, apenas com o propulsor térmico, em prol do desempenho, ou com uma combinação de ambos.
Quando a carga da bateria está baixa em um veículo híbrido, o motor a combustão é ligado para funcionar como gerador, energizando novamente as baterias.
2 - Por que os carros elétricos são mais caros que os modelos a combustão?
Os carros elétricos são dotados de tecnologias recentes, que demandam complexos processos de desenvolvimento. As baterias, em especial, ainda possuem um custo muito elevado.
Com o avanço dos recursos e os ganhos de escala com o aumento da produção nos últimos anos, aos poucos, os elétricos vêm se aproximando dos preços dos carros a combustão.
3 – A manutenção do carro elétrico é mais cara?
Embora sejam mais caros, os carros elétricos são mais baratos de manter ao longo da vida útil, uma vez que eles possuem menos peças e não necessitam de componentes que são essenciais aos modelos a combustão, como embreagem, velas de ignição, óleo lubrificante e fluido de arrefecimento do motor.
Por exemplo: as revisões até 60 mil km do JAC T40 Plus 1.6 CVT (R$ 94.490) custam R$ 5.740. O mesmo plano de manutenção da variante elétrica do SUV, a iEV40 (R$ 225.900), sai por R$ 739,40.
4 – Carro elétrico pode dar choque?
Não. Os carros elétricos são desenvolvidos para não oferecer risco aos seus usuários, da mesma forma que o projeto de um veículo a combustão atual é criado de modo a minimizar qualquer chance de incêndio.
A estrutura desses veículos é construída de forma que as baterias e os componentes elétricos fiquem isolados. Além disso, um dispositivo corta a corrente elétrica em caso de acidente ou pane.
5 – Carro elétrico pode ir ao lava-rápido ou tomar chuva?
Claro. Assim como nos carros a combustão, a parte externa dos elétricos pode ter contato com a água. A cabine, o motor, as baterias e os sistemas elétricos são totalmente selados, permitindo que o veículo seja utilizado e lavado normalmente.
6 – Posso recarregar o carro elétrico na tomada de casa?
Sim. A maioria dos elétricos é vendida com carregadores próprios, que podem ser instalados na rede doméstica. O aparelho “abastece” o veículo de maneira segura, conforme os parâmetros definidos pelo fabricante do veículo.
No caso das tomadas convencionais, que precisam ser de 220 volts e aterradas, a recarga é mais demorada, podendo levar entre oito e dez horas para completar a carga da bateria. Em carregadores rápidos, já é possível recuperar 80% da carga em aproximadamente meia hora.
7 – O que é regeneração de energia?
Os elétricos são capazes de recuperar parte da carga das baterias por meio de um sistema que aproveita o “embalo” do carro nas desacelerações para gerar energia com o movimento das rodas, que acionam um gerador.
Resumidamente, podemos dizer que o motor deixa de consumir para gerar eletricidade quando o motorista tira o pé do acelerador, acionando o chamado freio regenerativo.
8 – O que fazer se acabar a carga da bateria?
O mesmo que se deve fazer quando um carro a combustão fica sem gasolina: empurrá-lo para um local seguro e sinalizado com o triângulo de segurança. Para isso, é necessário destravar a transmissão (deixando-a em N ou Neutro) para liberar o movimento das rodas. O manual do proprietário orienta esse processo de acordo com cada modelo. Depois disso, o motorista deve chamar socorro para rebocar ou recarregar o veículo.
9 – Ar-condicionado, luzes e rádio descarregam a bateria?
O consumo é mínimo, uma vez que a bateria de 12 volts que fornece energia aos equipamentos eletrônicos é alimentada pela bateria principal do veículo. Em carros elétricos mais modernos, a autonomia das baterias vem ficando cada vez mais próxima à autonomia de um veículo convencional a combustão.
10 – A bateria fica viciada?
Não. As baterias dos carros elétricos compõem diversos módulos, que se compensam quando um deles apresenta algum defeito ou ineficiência. Dessa forma, o sistema equilibra a carga para não prejudicar o funcionamento do veículo.
11 – É possível fazer uma “chupeta” para recarregar um carro elétrico?
Não. O procedimento usado para recarregar a bateria de 12 volts dos carros a combustão não é capaz de fornecer energia suficiente para abastecer a bateria principal de um veículo elétrico. Só o carregamento em tomada doméstica de 220 Volts ou estação de recarga rápida resolvem o problema.
12 – Os carros elétricos são mais eficientes que os a combustão?
No geral, sim. Um carro elétrico consome por volta de 20 kWh para percorrer 100 km, enquanto um modelo a combustão precisa de 10 litros de gasolina, em média, para rodar a mesma distância.
Considerando o valor do kWh (R$ 0,32) e o preço médio da gasolina (R$ 5,00) na cidade de São Paulo (março de 2021), uma viagem de 100 km com um carro elétrico teria um custo de R$ 6,40, contra R$ 50,00 do veículo a gasolina.
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