Como o irmão do velho VW Passat ajudou a inspirar os novos Audi Sportback
A relação entre Volkswagen e Audi começou lá atrás, na década de 1960, quando a fabricante de Wolfsburg iniciou o processo de compra da montadora de Ingolstadt.
Daí em diante, as fabricantes começaram a compartilhar estrutura, motores, tecnologias e até design, que puderam ser vistos já na virada para a década de 1970 - e que podem ser observadas até os dias de hoje.
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Sob o guarda-chuva da Volkswagen, a Audi teve força para alavancar seus projetos e lançou os modelos Audi 60, Audi 75, Audi 80 e Audi 100, que foram todos apresentados naquela época.
Para o mercado brasileiro, a VW aproveitou a plataforma do 80 e construiu o Passat, que contava com a estrutura do Audi até a coluna B, mas trocava o visual três-volumes pelo caimento fastback - que fez sucesso no Brasil.
A receita era basicamente a mesma aplicada no irmão maior A100 Coupé da primeira geração: fortes vincos na carroceria e terceira coluna com queda bem marcada. A diferença é que as linhas do “Passatão bombado” feito pela Audi eram mais fluidas e arredondadas, sinalizando seu desenho cupê.
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Segundo a marca das quatro argolas, essas foram as características resgatadas para os desenhos atuais.
“Do caimento acentuado da coluna C do Audi 100 Coupe que veio a inspiração para traçar as linhas dos sedans e SUVs da linha Sportback vendidos atualmente”, contou o designer brasileiro da marca, Maurício Monteiro.
Enquanto foi produzido, de 1969 a 1976, o Audi 100 carregou o sobrenome “Coupé”. Décadas depois, a fabricante adotou outro termo, o “Sportback”, para se referir aos modelos com carroceria de mesma identidade.
O desenho estrutural, que de início era uma variação apenas dos sedans, tomou novos rumos com o boom dos SUVs na última década, e o catálogo “Sportback” da Audi foi tomado pelos utilitários esportivos acupezados, os populares “SUVs cupês”.
Neste ano, por exemplo, a marca lançou RS Q3 Sportback (janeiro), e-tron S Sportback (maio) e Q5 Sportback (junho), mostrando que o design quinquagenário faz sucesso entre os clientes da marca até os dias atuais.
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Durante a pré-venda da família de SUVs médios Q5, por exemplo, das 823 unidades comercializadas, a derivação Sportback representou 41% dos faturamentos, mesmo sendo R$ 25.000 mais cara que a convencional.
Aqui temos uma magia dupla para os Sportback: de um lado, fascinam o público, que enxergam nos modelos com essa carroceria uma pegada mais esportiva do que um SUV ou sedan convencional conseguiriam passar. Por isso, aceitam pagar uns vinténs a mais por eles, o que se converte em maior rentabilidade para a fabricante.
Tudo isso com um dedinho de contribuição do velho e bom Passat.
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Gerente de conteúdo
Formado em mecânica pelo Senai e jornalismo pela Metodista, está no setor há 5 anos. Tem passagens por Quatro Rodas e Autoesporte, e já conquistou três prêmios SAE Brasil de Jornalismo. Na garagem, um Gol 1993 é seu xodó.