Os 10 últimos carros sem controle de estabilidade no Brasil em pleno 2022

ESP ou ESC passará a ser obrigatório a partir de 2024, mas apenas cinco marcas ainda não oferecem o item em todos os seus modelos
Camila Torres
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21.01.2022 às 16:05 • Atualizado em 29.05.2024
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ESP ou ESC passará a ser obrigatório a partir de 2024, mas apenas cinco marcas ainda não oferecem o item em todos os seus modelos

Com o lançamento do Renault Kwid 2023, vindo de fábrica com controle eletrônico de estabilidade em todas as versões, apenas dez carros zero-quilômetro vendidos no Brasil ainda não possuem o item de segurança, conhecido pelas siglas ESP ou ESC. 

O equipamento se tornou indispensável para novos projetos de veículos lançados a partir de 2020, sejam modelos inéditos ou novas gerações. Em princípio, seria tornado obrigatório em todos os carros zero-quilômetro oferecidos no país a partir deste ano, mas o prazo foi adiado para 2024 a pedido das fabricantes.

A postergação foi concedida pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito) por meio da Resolução Nº 799. A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) colocou a pandemia causada pelo coronavírus como impeditivo para cumprir a data determinada originalmente na Resolução Nº 567 de 2015.

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No entanto, muitas marcas se anteciparam e já oferecem em toda frota o controle de estabilidade, o popular ESP (sigla em inglês para Electronic Stability Program) ou ESC (Electronic Stability Control).

Ainda temos cinco fabricantes desfrutando do adiamento do prazo: Caoa Chery, Fiat, Renault, Volkswagen e Suzuki. Olhando a lista dos carros que ainda não contam com o item de segurança, seis dos dez modelos custam R$ 80.000 ou mais. 

Deles, o Suzuki Jimny é o carro mais caro à venda no Brasil sem controle de estabilidade, custando até R$ 133.990. Curiosamente, também é o projeto mais antigo de todos, pois seu lançamento remonta ao ano de 1998.

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Porém, esse dinossauro sobre rodas, que já tem mais de 20 anos nas costas, pode estar com os dias contados devido ao Proconve L7, outra legislação que está entrando em vigor no Brasil, a fim de melhorar os níveis de emissões de poluentes dos carros aqui vendidos.

Por isso, não se espante se nos próximos meses o velho Jimny produzido em Catalão (GO) fizer companhia a esses outros 59 carros que saíram de linha por conta da nova lei de emissões

O Caoa Chery Tiggo 2 é outro que deve ter o mesmo destino, por usar um antigo motor 1.5 aspirado. A fabricante ainda nega sua morte, porém já não se encontra mais unidades zero-quilômetro nas concessionárias.

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ESP ou ESC passará a ser obrigatório a partir de 2024, mas apenas cinco marcas ainda não oferecem o item em todos os seus modelos

Os demais modelos devem seguir em linha e alguns deles tendem a ganhar o equipamento em breve. O Fiat Mobi, por exemplo, vai oferecê-lo a partir da linha 2023, pelo menos opcionalmente. A fabricante chegou, inclusive, a incluí-lo por engano na lista de itens de série na semana passada, mas logo o retirou.

Já os irmãos Fiat Argo e Cronos já oferecem o controle de estabilidade nas versões de topo. Na virada para a linha 2023, devem incorporá-lo também nas configurações 1.0 e 1.3 manuais (a 1.0 estreará na gama do sedan), além de adotá-lo na inédita opção 1.3 CVT.

Resta saber o que acontecerá com a família de compactos de entrada da Volkswagen. Gol, Voyage e Saveiro terão os motores atualizados na linha 2023 para atender ao Proconve L7. Será que a fabricante aproveitará para incluir o ESP ou ESC nos veteranos?

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A Renault vive um caso peculiar: os compactos Sandero e Logan já migraram para a o ano/modelo 2023 sem incluir o controle de estabilidade na configuração 1.0, a única que restou nos dois modelos. Curiosamente, ambos são maiores e mais caros que o Kwid, que dispõe do equipamento.

Confira abaixo a lista completa de carros zero-quilômetro ainda em linha no Brasil sem controle eletrônico de estabilidade:


Dez carros que ainda não possuem controle de estabilidade em 2022

ESP ou ESC passará a ser obrigatório a partir de 2024, mas apenas cinco marcas ainda não oferecem o item em todos os seus modelos

1. Caoa Chery Tiggo 2 (Look MT e Look AT): R$ 84.990 a R$ 90.990
2. Fiat Mobi: R$ 59.190 a R$ 62.290
3. Fiat Argo (versão de entrada): R$ 74.990
4. Fiat Cronos (versão de entrada): R$ 79.990
5. Renault Sandero S-Edition e Sandero GT Line: R$ 80.790 a R$ 80.890
6. Renault Logan: R$ 81.890 a R$ 84.890
7. VW Gol: R$ 70.850 a R$ 87.090
8. VW Voyage: R$ 82.050 a R$ 95.450
9. VW Saveiro: R$ 76.650 a R$ 116.790
10. Suzuki Jimny: R$ 110.990 a R$ 133.990

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O que é e para que serve o controle de estabilidade?

O programa eletrônico de estabilidade, com a sigla ESP, foi um sistema desenvolvido e patenteado pela Bosch. O termo se popularizou tal qual aconteceu com marcas como Gillette ou Cotonete. No entanto, só é correto usá-lo quando o item usado no carro vem da empresa alemã. 

Algumas marcas também têm seu próprio controle de estabilidade, como o DSC da Ford, o VSA da Honda e o VSC da Toyota. Já o termo ESC é mais genérico e pode ser usado para se referir a qualquer controle de estabilidade no geral. 

Como o próprio nome sugere, sua principal função é oferecer mais estabilidade ao carro. Através de sensores geralmente posicionados nas rodas, o sistema detecta quando o veículo está prestes a perder o controle e entra em ação cortando a entrega de torque ou mesmo promovendo frenagens em uma ou mais rodas, de forma individual.

Tudo isso acontece em frações de segundos, muitas vezes imperceptíveis ao condutor (ou só perceptíveis através do rápido acendimento da luz-espia indicativa do sistema no quadro de instrumentos). O sistema normalmente atua em circunstâncias como mudança brusca de direção, entrada agressiva em uma curva ou pisos com baixa aderência. 

Contudo, embora aumente significativamente a segurança do automóvel, o ESC não é um salva-vidas nem faz milagres. O ideal é ter o sistema como auxílio para garantir a estabilidade em casos de emergência, mas seguir praticando uma direção consciente, segura e defensiva.


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