Seis itens de carros modernos que mais atrapalham do que ajudam
Por Fernando Vasconcellos
Os automóveis mais modernos acabam seduzindo muitos compradores pela extensa lista de equipamentos. Itens como as assistências semiautônomas de condução chamam a atenção por facilitar a tarefa do motorista.
No entanto, alguns recursos anunciados pelos fabricantes como imprescindíveis acabam não sendo tão práticos assim. Veja abaixo seis equipamentos automotivos que mais dificultam do que facilitam a vida do motorista no dia a dia:
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Start-stop
O sistema criado para reduzir o consumo e as emissões, desligando e religando o motor automaticamente durante paradas, é bem controverso no que diz respeito à sua praticidade. O start-stop pode não incomodar tanto ao parar no semáforo, mas acaba virando um empecilho ao desligar o carro na hora de estacionar, por exemplo.
É normal o recurso entrar em ação quando o motorista para o veículo para engatar a marcha à ré antes de entrar numa vaga. Pior ainda são os modelos que não permitem desligar o sistema.
Na prática, a economia do start-stop nem é tão relevante a ponto de compensar esses pequenos transtornos ao motorista – sem contar o maior custo de manutenção em relação aos carros que não possuem o sistema, principalmente porque o motor de arranque precisa ser mais robusto.
Na maioria dos casos, o start-stop é implantado nos veículos não para facilitar a vida dos motoristas, mas sim para que os fabricantes cumpram com mais facilidade as normas governamentais de consumo e emissões.
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Comandos do ar-condicionado na central multimídia
Concentrar diversos comandos do veículo na tela da central multimídia é uma maneira que as montadoras encontraram para economizar nos custos de produção. No entanto, essa prática pode complicar o uso de alguns equipamentos relevantes do carro, como o ar-condicionado, por exemplo.
Imagine só a complicação de precisar sair da tela do mapa de navegação apenas para regular a temperatura da cabine. O condutor, muitas vezes, perde mais tempo do que gostaria tendo que encontrar a tela de climatização em vez de olhar para frente, e ainda corre o risco de perder a próxima conversão indicada pelo Waze.
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Câmeras no lugar dos espelhos retrovisores
As câmeras que substituem os espelhos retrovisores externos, como as do Audi e-tron, ou o interno, como os novos Land Rover, impressionam num primeiro momento ao mostrar, em telas instaladas nas portas, o que se passa ao redor do carro.
O problema, no caso das câmeras laterais do e-tron, é que essas telas ficam posicionadas em um local pouco intuitivo. Até o motorista se acostumar com esse detalhe, vai olhar frequentemente para o local onde normalmente ficam os espelhos na hora de manobrar ou mudar de faixa.
Além disso, seja no no caso das imagens laterais do Audi ou traseira dos Land Rover, as câmeras não passam a mesma sensação de profundidade e luminosidade que nossos têm ao olhar para um espelho de fato, o que pode confundir o motorista.
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Controles multimídia no console
Em um mundo cada vez mais conectado, as centrais multimídia dos carros se tornaram uma extensão de nossos celulares. Ali, os usuários podem fazer ligações telefônicas por meio da conexão Bluetooth, receber mensagens de voz, ouvir músicas via streaming, baixar aplicativos e usar navegação com informações de trânsito em tempo real.
Para acessar esses recursos na maioria das centrais, basta deslizar o dedo na tela de toque e escolher a função desejada. No entanto, alguns fabricantes insistem em utilizar controles no console central do veículo, numa posição nada intuitiva e que, por vezes, obriga o condutor a tirar a visão do trânsito para olhar para baixo.
Freio de estacionamento elétrico sem acionamento automático
Acionar o freio de estacionamento ao toque de um botão em vez de puxar ou liberar a arcaica alavanca (ou pedal, como num Toyota Corolla Cross) é uma comodidade e tanto. Mas essa praticidade perde um pouco do sentido se o motorista é obrigado a pressionar a tecla toda vez que coloca o câmbio automático em Drive para dirigir ou em P ao estacionar.
Não há tanto risco à segurança, uma vez que o condutor precisa manter o pé no freio para engatar a transmissão, mas a chance de deixarmos apenas o câmbio em P, sem acionar o freio de estacionamento ao sairmos do carro cresce exponencialmente.
Felizmente, alguns modelos liberam o freio de estacionamento assim que o câmbio é engrenado e fazem o contrário assim que paramos o veículo e colocamos a alavanca em modo P.
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Assistente de estacionamento
Também conhecido como Park Assist, o assistente de estacionamento é uma das tecnologias mais inovadoras da indústria automobilística da última década, uma vez que executa a baliza praticamente sozinho.
O sistema mede o tamanho da vaga e, após verificar que o veículo cabe no espaço, realiza a manobra automaticamente, controlando o volante e indicando ao motorista a necessidade de frear ou movimentar o carro para frente ou para trás.
A ideia de ter uma assistência que estaciona o carro para o motorista parece genial, mas na prática o Park Assist acaba não ajudando muito. Suas manobras são muito lentas em comparação com as reações humanas e, em algumas situações, o sistema erra feio a mira e atrapalha ainda mais o cenário.
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O assistente de estacionamento precisa que o carro trafegue a baixas velocidades para fazer a leitura do espaço onde o condutor pretende estacionar o veículo. Além disso, muitas vezes faz o carro entrar na vaga em posição errada, sem conseguir corrigir automaticamente o problema que ele mesmo criou.
Sentimos esse problema na pele ao tentar estacionar o novo Peugeot 3008 em nossa garagem. Confira o perrengue no vídeo abaixo. Em vagas na rua, essa lentidão e imprecisão das manobras pode provocar engarrafamento, irritar os demais motoristas e deixar o dono do carro ainda mais nervoso.
Nessa hora, é melhor o condutor assumir a direção e ele próprio colocar o carro na vaga.
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