Venda de carro 0km no Brasil em 2024 é a mais alta desde 2014

Crescimento está ligado aos índices de confiança dos empresários e consumidores na economia brasileira
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08.07.2024 às 22:50 • Atualizado em 12.11.2024
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Crescimento está ligado aos índices de confiança dos empresários e consumidores na economia brasileira

Apesar de o mês passado ter um dia útil a menos do que abril, junho apresentou ótimas vendas. O crescimento do primeiro semestre deste ano foi de 14,6% frente ao mesmo período de 2023, totalizando 1.143.796 unidades. Destaque para os automóveis que aceleraram 15,7%.

Segundo José Andreta Jr, presidente da Fenabrave, todos os segmentos mostraram números melhores à exceção dos comerciais leves, que recuaram ligeiramente (menos 1,3%). “Graças à oferta firme de financiamentos e índices de confiança melhores de consumidores e empresários, os emplacamentos acumulados este ano são os mais altos desde 2014, o que demonstra o aquecimento do setor”, ressaltou.

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Este panorama levou a entidade a rever para cima sua previsão de mercado para este ano. Em janeiro havia prognosticado 12,7% de aumento nas vendas e agora, 14,7%. O fechamento em 2024 poderá ser reavaliado para cima depois dos resultados do terceiro trimestre.

Há expectativa de recuperação das vendas no Rio Grande do Sul, afetadas por enchentes históricas. Grandes prejuízos foram relatados por 260 concessionárias, algumas com perda total.

Um terço do mercado mundial pode ser de veículos chineses até 2030

Essa previsão talvez se enquadre no campo das hipóteses, mas foi feita pela AlixPartners, consultoria de gestão global sediada em Nova York (EUA) com escritórios em mais de 40 países. Segundo Mark Wakefield, colíder para assuntos automobilísticos e industriais, “a China tem sido disruptiva, capaz de criar veículos indispensáveis, que chegam mais rápido ao mercado, são mais baratos, avançados em tecnologia e estilo, além de fabricar com mais eficiência”.

Numa primeira leitura pode sugerir algo como “o último a sair que apague a luz”, mas o consultor prudentemente previu que marcas chinesas devem passar de 21% das vendas de automóveis no mundo para um terço em 2030. Seria um aumento de participação de 50% bastante significativo em apenas seis anos. Pelas contas da empresa os chineses estariam vendendo nove milhões de unidades fora do seu país, entre exportações e produção localizada.

Outro executivo da consultoria, Andrew Bergbaum, foi mais contundente: “Fabricantes que esperam continuar operando sob os princípios de negócios usuais estão prestes a mais do que apenas um rude despertar – estão caminhando para a obsolescência”, disparou.

Em outro ponto do relatório a AlixPartners reconhece que existem agora apenas cinco modelos à venda nos EUA fabricados na China: os SUVs Lincoln Nautilus e Buick Envision, o sedã Volvo S90 e os elétricos Polestar 1 e 2. Marcas chinesas não são vendidas nos EUA.

Aí já começa a complicar. O mercado americano é o segundo maior do mundo, porém sustenta a incomparável relação de 18 habitantes para cada veículo vendido. Na China, o maior mercado, são 56 habitantes por veículo comercializado. Com o imposto de importação de 100% recém-anunciado, na prática marcas chinesas não teriam como enfrentar. Mas estas já estão se instalando no México, visando o mercado americano. No entanto, tudo indica que essa porta de entrada também ficará fechada.

Na Europa, como nos EUA, nenhum fabricante está parado. Podem se associar aos chineses como já fez a Stellantis — “se você não pode vencê-los, junte-se a eles”. Ou a Renault, que acaba de anunciar um acordo com a sul-coreana LG Energy Solutions e a chinesa CATL para produção de baterias 20% menos custosas já em 2026. Também a União Europeia passa a taxar importações da China, embora algum acordo de meio-termo possa ser alcançado em razão do peso da Alemanha, que exporta modelos caros e muito rentáveis para a China.

Nenhuma dúvida existe sobre o avanço chinês. Mas daí a se concluir que concorrentes ocidentais ficarão inertes, vai uma longa e irremovível distância.

BMW X2 ficou maior, mas manteve motor inalterado

Principal característica de estilo foi mantida no novo X2, um SUV cupê que evoluiu sem se afastar do DNA da marca. No entanto, o carro cresceu 19,4 mm no comprimento para 4.550 mm, 210 mm na largura (agora 1.840 mm), 64 mm na altura (1.590 mm) e até no entre-eixos que passa a ter 2.690 mm (20 mm extras). O porta-malas de 560 litros pode totalizar até 1.470 litros com o rebatimento do encosto do banco traseiro.

Outra novidade é a iluminação de contorno da parte central da grade do radiador, na tradicional forma de duplo rim, que caracteriza e identifica de longe todos os modelos da marca alemã. Há também novas rodas de 20 pol., além de um defletor na tampa do porta-malas e para-choque traseiro redesenhado. Foi mantido o tradicional pacote estético M Sport.

O interior destaca-se pela tela curvada e contínua de 10,25 pol. para o quadro de instrumentos e sistema multimídia de 10,7 pol. No console central, além de dois porta-corpos, há carregamento sem fio para bateria de telefones celulares. Teto solar panorâmico é de série. Abertura ou travamento das portas dispensa a chave física e, agora, sem necessidade de aproximar telefone ou relógio inteligentes. O sistema aceita pareamento Samsung ou Apple para Android Auto e Apple CarPlay, respectivamente.

Motor continua o 2-litros turbo, quatro cilindros, 204 cv e 30,6 kgfm, além do tradicional câmbio automático epicicloidal de sete marchas. A BMW indica aceleração de 0 a 100 km/h em 7,4 s e máxima de 231 km/h.

O roteiro para primeiras impressões foi na região de serra de Campos do Jordão (SP). Banco do motorista estável, sem menosprezar o conforto, junta-se à ótima estabilidade direcional, modulação de frenagem muito boa, comportamento praticamente neutro em curvas com leve tendência subesterçante para evitar surpresas e suspensões firmes. Resposta sempre exata do volante e uma relação da caixa de direção bem baixa (rápida) que permite contornar a maior parte das curvas sem cruzar braços, completam o comportamento dinâmico típico dos BMW. Em piso irregular transmite ruídos dentro do tolerável. Também é possível configurar os modos de condução para uma experiência mais prazerosa.

Preço: R$ 388.950.

Baterias de baixa tensão têm papel importante

Veículos elétricos são dependentes de baterias de alto desempenho, pesadas e com química que exige segurança ao extremo principalmente em colisões mais graves. Elas ainda são muito caras, porém garantem uma segunda vida como fonte de energia alternativa de back-up e em um terceiro momento aceitam um processo completo de reciclagem.

Segundo a Clarios, multinacional que aqui fabrica a marca Heliar, baterias de baixa tensão de 12 a 48 volts estão em todos os tipos de veículos: com motor a combustão interna (MCI), os três tipos de híbridos e os totalmente elétricos. É necessário integrar química, eletrônica, software e diagnóstico independentemente de requisitos de tensão, mesmo em carros elétricos que utilizam baterias de maior desempenho, de até 800 V dos modelos mais caros.

Os principais sedãs de luxo atuais com MCI geralmente utilizam não apenas uma bateria de baixa tensão, mas até três. Elas alimentam sistemas de controle de cruzeiro adaptativo, atualizações de software via ar (OTA) e fornecem soluções de armazenamento para a energia economizada com a frenagem regenerativa entre outras funções. Por isso nem os carros 100% elétricos podem dispensá-las.

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Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

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