10 carros que parecem rápidos, mas não andam nada

Não são poucos os modelos que mexeram com o imaginário dos brasileiros, mas têm desempenho abaixo do que seu visual sugere
Vinicius Moreira
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11.10.2023 às 18:18 • Atualizado em 12.11.2024
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Não são poucos os modelos que mexeram com o imaginário dos brasileiros, mas têm desempenho abaixo do que seu visual sugere

Um carro com design esportivo costuma chamar mais atenção por todos seus atributos que remetem a altas velocidades. No entanto, não é sempre que a capacidade de oferecer uma aparência arrojada está aliada ao desempenho, o que é indispensável para que um carro seja um esportivo de verdade.

Seja pela alteração do logo ou inserção de letras após o nome do carro, as montadoras usam dos mais variados artifícios para provar que determinadas versões vão além da estética esportiva. Por outro lado, basta o motorista pisar fundo no acelerador para a decepção vir mais rápido que o 0 a 100 km/h dos ditos esportivos.

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Pensando nisso, a Mobiauto listou 10 modelos com versões vendidas no Brasil como “máquinas esportivas”, mas que, na prática, deixam a experiência de guiar um carro veloz apenas na vontade, tendo a performance de um carro comum. Confira a lista:

1. Hyundai Veloster

Quando a Caoa ainda era responsável integral pela venda dos modelos Hyundai, causou frisson ao anunciar a importação do cupê esportivo de três portas Veloster. Na época, o modelo foi divulgado com um motor 1.6 de 140 cv dotado de injeção direta de combustível.

Porém, quando ele chegou de fato, trazia sob o capô um motor 1.6 com injeção indireta multiponto de 128 cv, o mesmo que estaria um ano depois no compacto HB20. A mudança frustrou os compradores, que se decepcionaram com o desempenho e a aceleração de 0 a 100 km/h em 12,8 segundos. Pouco para um cupê anunciado como esportivo, mas que rodava (e roncava) como um hatch comum.

2. Renault Sandero GT Line

Os mais desavisados podem confundir dois modelos da Renault e considerar os modelos Sandero GT Line e RS como se fossem o mesmo carro. Um engano considerável do ponto de vista desempenho.

O Sandero GT  saía de fábrica equipado com motor 1.0 SCe flex de 79 cv de potência e 10,2 kgfm com gasolina, sendo 82 cv e 10,5 kgfm com etanol. O visual esportivo ainda traz um câmbio manual de cinco marchas convencional..

Apenas a roupagem visual é a mesma do Sandero RS, este sim um hot hatch em sua essência, tanto na estética como na motorização. São 150 cv de potência impulsionados por um motor 2.0 aspirado flex, e 20,8 kgfm de torque. Outra diferença é o câmbio de seis marchas, também manual, mas com relações e engates mais curtos, e o ajuste exclusivo de suspensões, rodas e freios.

Com isso, vem a esperada agilidade, que culmina em um 0 a 100 km/h em 8 segundos, enquanto a versão GT Line leva mais que o dobro de tempo, 16,6 s, para atingir a mesa velocidade.

3. Chevrolet Blazer Executive V6 2004

No Brasil, o Chevrolet Blazer chegou ao mercado em 1996 com base de S10 e motor V6 4.3 de 180 cv, além de versões 2.2 de 106 cv e 2.5 diesel de 95 cv, ambas batizadas de Standard, DLX e Executive respectivamente.

Em 2004, a Chevrolet fez mudanças e decretou o fim do 4.3 V6. O início da era 2.4, com 147 cv, não trouxe resultados positivos, principalmente na versão Executive. A opção de câmbio automático, restrito à versão topo de linha, também foi retirada pela montadora. Ficou apenas a saudade do V6 antigo...

4. Ford Escort XR3 1.6 CHT

Considerado o primeiro carro global da Ford fabricado no Brasil, o Ford Escort XR3 foi lançado em 1984. Com bancos esportivos, teto solar ou conversível, e defletores aerodinâmicos, o Escort XR3 tinha tudo para empolgar. Menos o motor CHT HP. A família CHT já equipava as versões passadas, mas a Ford prometeu trazer um desempenho mais esportivo para combinar com o visual destemido de seu notchback.

Foram projetadas novas válvulas, comando e coletores de admissão e escape. Nada disso se traduziu em esportividade real para um motor 1.6 que oferecia meros 83 cv de potência e 12,8 kgfm de torque. Esse conjunto permitia ao Ford Escort XR3 ir de 0 a 100 km/h em longos 14s e apenas 165 km/h de velocidade máxima.

5. VW Jetta 2.0 flex

A penúltima geração Volkswagen Jetta ia do de 8 a 80 em termos de motorização. Se a configuração de topo usava o consagrado motor 2.0 TSI de 211 cv de potência e 28,6 kgfm de torque. Já as de entrada traziam o famigerado motor 2.0 aspirado flex de apenas 116 cv com gasolina e 120 cv com gasolina.

Ambos os modelos tinham um conjunto de câmbio automático de seis marchas. Entretanto, as versões Trendiline e Confortline sofriam para ganhar velocidade de saída, assim como nas retomadas. Em testes realizados na época, o VW Jetta atingia o 0 a 100 km/h em demorados 13 segundos, muito tempo para um sedan médio.

6. Fiat Punto Blackmotion

Lançado em 2009, o Fiat Punto ganhou ares de esportivo com a versão Blackmotion em 2013, toda trabalhada com elementos na cor preta. Contudo, a opção vendida como mais esportiva não se configurou na prática com o assunto é desempenho.

O conhecido motor 1.8 16V E.torQ flex não passava de 132 cv de potência e 18,9 kgfm de torque, em conjunto da contestada transmissão automatizada monoembreagem Dualogic. O 0 a 100 km/h do Punto era feito em cerca de 10 segundos e tinha como velocidade máxima 193km/h no álcool e 190km/h na gasolina. Não era ruim, mas também não era uma maravilha.

7. Chevrolet Opala SS

Citar o Chevrolet Opala, ainda mais na versão SS, entre os carros que decepcionaram em relação à desempenho, é no mínimo polêmico. Mas os conhecedores do clássico brasileiro produzido pela General Motors sabem que a versão de 1974, apresentada como SS4, não tinha a mesma força de outras opções.

Com o sucesso do seu visual esportivo e da sua motorização, a Chevrolet resolveu equipar o Opala SS4 com um motor 2.5 de quatro cilindros, mais conhecido como 151-S. A ação decepcionou os amantes do modelo e da potência que o Opala oferecia. Com apenas 98 cv, a quarta geração da versão SS alcançava 155 km/h de velocidade máxima. Além de mais lento que seus irmãos mais velhos, o SS4 fazia de 0 a 100 km/h em demorados 18,2 segundos.

8. Mazda MX3

O cupê da montadora japonesa Mazda desembarcou no Brasil em 1991 após a abertura do mercado brasileiro durante o governo do ex-presidente Fernando Collor. Com linhas e acessórios esportivos, o Mazda MX3 tinha tudo para conquistar o consumidor nacional, até então com poucos modelos desta categoria disponíveis para compra.

Com um visual esportivo bem característico da indústria automotiva japonesa, o hatch só não emplacou como deveria por conta do quase sedentário desempenho. Com motor 1.6 16V movido a gasolina não passava de 88 cv de potência e 13,5 kgfm de torque.

9. Ford Maverick

Talvez o maior rival do Chevrolet Opala, o Ford Maverick não conseguiu competir na versão com motor 2.3 de quatro cilindros, igual ao utilizado no jipe Rural. Com esse trem de força, o modelo lançado em 1973 tinha meros 99 cv de potência e 16,9 kgfm de torque. Dessa forma, a velocidade final não ultrapassava 156 km/h e o 0 a 100 km/h era atingido em 18,1 segundos.

Bem diferente do modelo equipado com motor V8 302 de 5 litros, na versão GT, que alcançava 140 cv. Esse último, sim, conseguiu alçar o Maverick para velocidade máxima de 180 km/h, alavancados por cerca de 40 kgfm de torque.

10. VW SP1

Com carroceria de Variant e motor de Fusca, o Volkswagen SP1 chegou surpreendendo o mercado brasileiro por conta do seu design de esportivo. Para reforçar o estereótipo, a tração traseira alinhada com o caimento aerodinâmico reforçava a proposta da montadora alemã.

Contudo, como todos da lista citada acima, o VW SP1 não agradou quando seu motor boxer 1.6 refrigerado foi testado. Com apenas 65 cv e potência e 12 kgfm de torque, o cupê ainda tinha um câmbio manual de quatro marchas.

Apesar da raridade, apenas 100 unidades fabricadas, o VW SP1 não empolgava com seu 0 a 100 km/ em 22 segundos, com velocidade máxima de 149 km/h.


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