Ferrari Purosangue, o SUV V12 de 725 cv que não quer ser tão SUV assim

Com motor “raiz” e mais comedido do que o Lamborghini Urus em termos de altura, crossover quer agradar novos clientes sem ofender puristas
Renan Rodrigues
Por
14.09.2022 às 00:30 • Atualizado em 29.05.2024
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Com motor “raiz” e mais comedido do que o Lamborghini Urus em termos de altura, crossover quer agradar novos clientes sem ofender puristas

A Ferrari finalmente apresentou seu primeiro SUV. Quer dizer, talvez os italianos fiquem um pouco bravos se você se referir ao Purosangue dessa maneira. Durante a apresentação do modelo familiar, a empresa não fez nenhuma referência à sigla. 

Também não foi citado nenhum sinônimo disfarçado, como crossover, por exemplo. E, oficialmente, a marca segue refirmando sua posição desde que se fala do Purosangue: a Ferrari não tem e nunca terá um SUV. 

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Essa posição existe desde 2018, quando o modelo foi anunciado pelo falecido CEO Sergio Marchionne. Muitos acreditam se tratar apenas de marketing, para tentar manter a tradição, mas há motivos para a marca não querer tratar o Purosangue como SUV e a gente te mostra quais. 

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Familiar urbano 

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O primeiro item que rechaça a classificação como SUV é a suspensão. Na dianteira, como é padrão da marca, está um conjunto do tipo duplo-A, enquanto na traseira há uma arquitetura Multilink com assistência hidráulica. 

Esse conjunto, por si só já é avesso a terrenos mais acidentados, mas, se não bastasse isso, os pneus têm as seguintes medidas: 255/25 R22, na dianteira, e 315/30 R23, na traseira. O perfil baixo é outro aviso para não se aventurar para além de ruas bem asfaltadas. 

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A Ferrari não revelou o vão livre do solo, mas, por fotos, parece bem inferior a rivais como Lamborghini Urus e Bentley Bentayga, reforçando o uso urbano. Aparentemente, toda sua concepção é voltada a agradar novos tipos de clientes sem ofender nenhum purista.

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O Purosangue pode levar quatro pessoas e é o primeiro Ferrari com quatro portas. Falando nas portas traseiras, elas abrem no sentido contrário, ao estilo suicida, e possuem ângulo de abertura de 79° para facilitar o acesso. 

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No entanto, quem esteve na apresentação garante que o espaço não é dos melhores, mesmo com os seus 3,01 metros de entre-eixos. Outra característica peculiar está na posição de dirigir, que é mais baixa que dos rivais.

Desempenho supera a praticidade

Outros pontos que reforçam as afirmações e desejos da Ferrari em não chamar seu SUV de SUV são os bancos e porta-malas. No interior, nada de terceira fileira e bancos conchas obrigatórios em todas as posições. Nada de acentos convencionais. 

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Nos rivais, o volume do porta-malas é bem perceptível no desenho da carroceria. Além disso, a capacidade do bagageiro é outro indício em favorecer a forma e o desempenho em demérito da praticidade. São 473 litros, enquanto o Laborghini possui 616 litros no porta-malas. 

O desenho cupê do caimento do teto esconde bem as linhas do porta-malas e ainda favorecem a aerodinâmica, melhorando o coeficiente aerodinâmico, reduzindo a resistência e garantindo alguns milésimos de diferença em arrancadas. 

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V12 raiz 

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Por falar em desempenho, o que garante as fortes arrancadas é um 6.5 V12 aspirado com a maior potência em um GT da Ferrari. São 725 cv e 73 kgfm de torque, sendo que 80% dessa força é entregue a apenas 2.100 rpm, enquanto o pico de potência acontece em 7.750 rpm. O motor alcança os 8.250 rpm. 

A transmissão é automatizada de dupla embreagem com oito marchas. Com isso, o 100 km/h chegam em apenas 3,3 segundos após sair da inércia. A velocidade máxima é de 310 km/h e tração é integral, mas passa exclusivamente para traseira acima da quarta marcha ou dos 200 km/h. 

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Para ajudar no equilíbrio do carro, o motor é posicionado bem próximo à parede corta-fogo, enquanto a transmissão é montada sobre o eixo traseiro, garantindo distribuição de peso de 49% no eixo dianteiro e 51% no traseiro. 

O preço já foi revelado: a partir de 390 mil euros, cerca de R$ 2 milhões em conversão direta. Considerando outros modelos da Ferrari nessa faixa e o fator SUV – ainda que a Ferrari renegue, é capaz do Purosangue chegar ao Brasil por mais de R$ 7 milhões. 

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