Fiat Punto vai ressuscitar como SUV elétrico com base de Peugeot

Por Homero Gottardello

Depois de um hiato de quase cinco anos, a Fiat relançará seu modelo médio-compacto de maior sucesso comercial, o Punto. O retorno do modelo foi antecipado por ninguém menos que o CEO do grupo Stellantis, Carlos Tavares, durante teleconferência com investidores da empresa.

A imprensa especializada internacional já dá como certo o ano de 2023 para a chegada de sua nova geração. A surpresa é que o novo Punto será montado sobre a plataforma CMP, que, hoje, dá vida ao Citroën C4 (o europeu, não o Cactus brasileiro), aos Peugeot 208 e 2008 (também o europeu, que está uma geração à frente do nosso), além do Opel Corsa. 

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Na verdade, essa matriz será atualizada para o ano que vem, quando estreia o novo C3, e o novo Punto se beneficiará desta atualização. Ao contrário de seu antecessor, que era produzido em três continentes – na Itália, no Brasil na Índia, o futuro Punto vai focar o mercado europeu.

La, será vendido em duas configurações de carroceria, hatchback e SUV, chamada extra-oficialmente de Cross. Trará, também, uma gama completa de motorizações, incluindo propulsores a combustão interna, uma unidade híbrida e outra 100% elétrica, com autonomia estimada de até 700 quilômetros.

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Punto para os carros elétricos

O novo Punto será um dos carros-chefe do plano da Stellantis (controladora da Fiat), de “se tornar líder de mercado entre os modelos de baixa emissão”, como revelou o mesmo presidente-executivo do grupo, Carlos Tavares, ao jornal italiano “La Repubblica”. 

De acordo com Tavares, “até 2030, 70% das vendas europeias das marcas que compõem a Stellantis [Alfa Romeo, Chrysler, Citroën, Dodge, Fiat, Jeep, Lancia, Maserati, Opel, Peugeot, Ram e Vauxhal] serão de modelos elétricos, enquanto nos Estados Unidos esse percentual ficará na faixa dos 40%”. 

A nova geração do Punto será, portanto, um dos responsáveis em fazer valer esta estratégia, que inclui a construção de uma megafábrica em Termoli (Itália). Lá serão fabricadas baterias para cerca de 2 milhões de veículos elétricos ao ano, que vão comutar apenas quatro plataformas.

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Ou seja, todos os automóveis elétricos das 12 marcas listadas acima, mais outras duas menores (Abarth e DS), serão produzidos a partir de quatro matrizes. “Nosso objetivo é muito claro: chegar, rapidamente, a uma linha de produtos totalmente eletrificada”, confirma Tavares.

A Opel, por exemplo, será totalmente eletrificada já em 2028, enquanto a Dodge desenvolve seu primeiro muscle car elétrico nos EUA. 

“Com um novo portfólio, esperamos uma evolução nos preços e, com de veículos mais rentáveis, um salto da margem [de lucro] operacional, de 7,5% para a casa dos dois dígitos”, projeta o executivo.

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Italiano com DNA francês

De volta ao novo Punto, há uma grande expectativa em relação à nova geração, que trará o DNA francês em sua plataforma pela primeira vez. Apesar de fazer os puristas italianos torcerem o nariz, é esta base que vai permitir – e facilitar – o desenvolvimento de sua primeira variante SUV do Punto.

Nunca é demais lembrar que, apesar de não ser um best seller por aqui, o novo Peugeot 2008 (que não tem previsão de chegar ao Brasil, por enquanto) é, hoje, o oitavo modelo mais vendido de toda a Europa, com alta de 62% em relação aos primeiros setes meses de 2020.

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Juntos, o Peugeot 2008 e seu irmão, o 208 (este, sim, um produto oferecido no mercado brasileiro), já venderam mais de 240 mil unidades na Europa, só neste ano – um volume que corresponde a 25% de todo o mercado brasileiro no período.

Infelizmente, não há nenhum indicativo de que o novo Punto esteja nos planos da Fiat para o Brasil no futuro, nem como importado.

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