Por que o Honda Fit é insubstituível e o City patina nessa missão

Monovolume, mesmo mais caro que rivais, se valia da fama da Honda e da versatilidade
Renan Rodrigues
Por
29.06.2024 às 12:15
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Monovolume, mesmo mais caro que rivais, se valia da fama da Honda e da versatilidade

Em 2021, o Honda Fit dava adeus ao mercado brasileiro. Por conta das regras de emissões e custos para trazer a nova geração ao Brasil, a Honda decidiu optar pelo City hatch, um projeto tailandês para suprir a ausência do seu carro de entrada.

No entanto, o hatch novato no mercado brasileiro tem derrapado na missão de suprir o Fit. Para se ter uma ideia, em 2023, o City foi emplacado em 10.802 oportunidades. Já o Fit, em 2020, teve 12.833, lembrando que as vendas foram muito afetadas pela pandemia.

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No ano seguinte, já com a confirmação do fim da linha, o Fit teve 7.138 vendas, número maior em relação ao acumulado de 2024 do City hatch, que tem até maio 4.462 vendas, o que leva a projeção de algo entre 9 mil e 10 mil vendas no ano. O número é similar aos 10.329 do WR-V, que era um Fit disfarçado.

Já durante sua longa carreira, o Honda Fit acumulou mais de 600 mil vendas no Brasil. No auge, em 2014, foram 53.684 unidades comercializadas.

Honda Fit desvalorização

Um dos motivos para o sucesso do Honda Fit, até os dias de hoje, uma vez que é muito buscado no mercado de usados, está na revenda. O Fit é um carro com baixa desvalorização.

A prova vem de algumas premiações. Em 2020, o Honda Fit venceu o prêmio Melhor Valor de Revenda, da revista Quatro Rodas. No mesmo ano, a 7ª edição do Selo Maior Valor de Revenda, da Agência Autoinforme,também premiou o Honda Fit como minivan/monovolume com menor desvalorização.

Por fim, a Mobiauto apontou que, em média, os modelos da Honda sofreram desvalorização de apenas 6,26% entre os anos de 2021 e 2023.

Versatilidade

Apesar do espaço do City ser maior, exceto para cabeças, o Honda Fit conseguia ser mais versátil. E isso é da natureza dos monovolumes.

O capô é bem curto, o que faz o painel ser recuado e aumenta o espaço interno, ainda que o entre-eixos seja menor que o do City

.

As portas possuem bom nível de abertura, o que facilita o uso do Magic Seat, sistema que permite criar um assoalho plano com o porta-malas ou levar itens mais altos no lugar dos assentos, que são recolhidos junto aos encostos dos bancos.

Por fim, o porta-malas do Fit tem 363 litros contra 268 do City hatch.

Econômico e inquebrável

O Honda Fit foi um dos primeiros “populares” - ele não se encaixava exatamente nessa descrição, mas era o Honda mais barato - a oferecer câmbio automático do tipo CVT.

Apesar do aborrecimento daqueles que prezam pelo prazer ao dirigir, o CVT se mostrou confiável, durável e econômico.

Durante os primeiros anos, ainda sem o motor flex, é possível notar consumo na casa dos 12 km/l na cidade com câmbio automático, o que é raro até para os modernos 1.0 turbo.

Além disso, o Fit ajudou a cultivar a fama de inquebrável para a Honda. E, de fato, não há grandes problemas crônicos registrados.

Preço do City é um problema?

Um dos pontos que os leitores poderiam apontar está nos preços do City hatch. Ele parte de R$ 113.600 e chega aos R$ 138.000. É consideravelmente mais caro que hatches de entrada, como Hyundai HB20 e Chevrolet Onix, e até mesmo que rivais mais próximos, como o VW Polo.

No entanto, o Honda Fit também sempre foi mais caro que seus rivais, alcançado preços de SUVs compactos. Em dezembro de 2020, a versão EXL já custava R$ 92 mil, enquanto um Hyundai HB20, por exemplo, custava R$ 76 mil na versão topo de linha.

Portanto, ambos, Fit e City, possuem posicionamentos parecidos, preços acima dos rivais (com exceção do Toyota Yaris), mas o monovolume viveu uma época em que havia disputa com hatches e sedans, enquanto o City vê os SUVs vencerem todos.

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