Suzuki Fun: quando a marca japonesa teve um Chevrolet Celta para chamar de seu
Quando se pensa em carro popular, logo vem à mente dos brasileiros carros como Fiat Uno (o precursor dos carros 1.0), VW Gol, Chevrolet Corsa e Ford Ka. Isso ao menos quando pensamos nos primeiros modelos mais básicas dos anos 1990, mas na década seguinte surgiu o Chevrolet Celta, hatch compacto que foi desenvolvido no Brasil e que é sinônimo de robustez até hoje. E ele teve até um irmão gêmeo chamado de Suzuki Fun.
Basicamente estamos falando de um Chevrolet Celta com rebadge, ou seja, um carro desenvolvido por uma fabricante e que recebe o logotipo de outra empresa, neste caso o da Suzuki. Baseado na plataforma GM4200 (uma derivação da plataforma do Corsa Bno Brasil), tanto o Chevrolet Celta quanto o Suzuki Fun contavam com as mesmas medidas na versão reestilizada pós 2007: 3.788 mm de comprimento (3.748 mm no modelo original), 1.626 mm de largura, 1.429 mm de altura e 2.443 mm de entre-eixos.
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O mais curioso é que o tal do Suzuki Fun era produzido no Brasil na época, mas com destino à Argentina. Era uma troca entre as duas subsidiárias, com isso a GM enviava o Suzuki Vitara como Chevrolet Tracker para o Brasil, enquanto nós mandávamos o Chevrolet Celta como Suzuki Fun para os hermanos.
Aqui vale uma explicação: a GM e Suzuki iniciaram uma parceria mundial no começo da década de 1980, com a gigante empresa norte-americana comprando 5,3% de participação na Suzuki naqueles tempos, mas no final da década de 1990 essa influência da GM dobrou. Isso explica a segunda geração do Suzuki Vitara ter sido oferecida em terras tupiniquins como Chevrolet Tracker – algo que certamente confundia a cabeça de muitos na época que desconheciam tal sinergia.
Na Argentina o Suzuki Fun foi comercializado entre 2003 e 2011, enquanto o Chevrolet Celta foi vendido de 2000 até 2015, passando por duas atualizações visuais ao longo da vida (2006 e 2012). No caso do Suzuki Fun, as alterações eram um tanto comedidas afim de a GM não ter muitos custos, com isso o hatch adotava o logotipo em “S” da Suzuki na grade dianteira, rodas e na tampa do porta-malas, que por sua vez recebia ainda a inscrição Suzuki Fun no lado esquerdo da tampa.
Já na cabine temos apenas a imagem do modelo da primeira reestilização de 2006. Com isso apenas o logotipo central do volante mudava, assim como o revestimento em tecido dos bancos – e só! Vale lembrar também que inicialmente o Suzuki Fun era oferecido com motor 1.0 MPFI de 62 cv e 8,3 kgfm de torque, enquanto a versão de quatro portas estreou em meados de 2004 com motor 1.4 de 85 cv e 11,8 kgfm, ambos sempre com o famoso câmbio de cinco marchas com relações curtas.
Assim como no Brasil, a primeira fase do Suzuki Fun contava com as economias de um carro de baixo custo, que trazia economias como buzina acionada pela chave de seta e ausência de conta-giros e marcador de temperatura no pequeno painel de instrumentos – que curiosamente era dotado de marcador de combustível e hodômetro digitais. O acabamento também era um de seus percalços e desagrava aos olhos e ao toque.
Repórter
Entusiasta de carros desde criança, achou no jornalismo uma forma de combinar paixão e profissão. É jornalista formado pela faculdade FIAM-FAAM e atua no setor automotivo desde 2014, com passagens por Auto+, Quatro Rodas e Motor1 Brasil.