Viagem de carro: 7 dicas para economizar combustível na estrada
Estamos vivendo tempos difíceis. A pandemia fez uma reviravolta no mundo, mas a vacina tem contribuído para as coisas voltarem para o eixo. Aos poucos as pessoas estão voltando às atividades presenciais, como estudar, trabalhar e viajar. O que muitos não esperavam era ter que pagar tão caro para se locomover novamente.
Viajar de carro é o hobby preferido de muita gente. Com a pandemia, muita gente tem optado por pegar estrada em vez de dividir um avião ou ônibus fechado por várias horas ao lado de vários desconhecidos. Porém, com os preços dos combustíveis tão caros, está cada vez mais caro continuar optando por esse meio de locomoção.
Pensando em quem usa o carro diariamente na cidade, fizemos uma matéria ensinando cinco formas de economizar até 50% de combustível sem instalar nada no carro. Só que na estrada as coisas mudam um pouco.
Para entender como precisamos agir para fazer aquele litro de gasolina, etanol ou diesel render o máximo possível durante o trajeto, entrevistamos Ricardo Takahira, diretor da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva) para entender o que ajuda a economizar combustível em uma viagem de carro.
1. Evite bagageiros externos
“Além de adicionar mais peso à carroceria, o bagageiro externo aumenta o arrasto aerodinâmico e o consumo do carro”, afirma o especialista. Afinal, ele aumenta a altura do veículo e cria uma “parede” que prejudica e torna mais turbulenta a passagem do vento.
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Outro ponto é que o bagageiro no teto também prejudica o centro de gravidade e a estabilidade do automóvel, mesmo aqueles que possuem controle eletrônico de estabilidade e tração. O mesmo vale para o transporte de pranchas e bicicletas, por exemplo.
O mais indicado é tentar incluir todas as bagagens dentro do porta-malas. Caso o seu veículo permita, incluir um reboque traseiro para cargas extras pode ser uma opção.
2. Vidros sempre fechados
Na cidade, desligar o ar-condicionado e rodar com os vidros abertos ajuda a economizar combustível. Afinal, no meio urbano a velocidade máxima raramente passa de 60 km/h. Já na estrada estrada a lógica é inversa: passa-se com frequência dos 100 km/h, o que faz com que o ar que entra no carro fique muito mais turbulento.
Takahira explica que “em rodovias, o vento que entra pelos vidros abertos acaba alterando o coeficiente aerodinâmico e o arrasto do automóvel”. Em um mundo ideal, o melhor seria rodar de vidros fechados, tornando a passagem do ar mais fluida, e ar-condicionado desligado.
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Como não queremos que ninguém sofra com calor e abafamento, a dica aqui é rodar de ar ligado e vidros fechados. Mas não exagere: quanto mais você exigir do condicionador, maior será a influência no consumo. Evite deixar a temperatura muita baixa e o fluxo de no máximo.
3. Baixa rotação e velocidade constante
Ficar de olho no conta-giros é um segredinho que poucos contam, mas isso pode aumentar muito a economia de combustível. É preciso entender em que rotação o seu carro funciona melhor e trocar as marchas na hora certa. Isso vale também para aclives e declives na estrada.
Velocidade constante é outro fator que ajuda na autonomia. Quanto mais se pisa no acelerador e no freio, maior é o consumo. Ter uma direção equilibrada, atenta e antecipada é a receita.
Na estrada, ainda temos a vantagem de poder manter uma distância maior entre os carros, o que nos dá uma melhor visibilidade. Portanto, se viu acender a luz de freio dos carros à frente, comece a reduzir gradativamente. Nada de frear bruscamente. Nas retomadas, pise no acelerador com delicadeza.
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Não precisa ser pé duro e ficar atrapalhando o fluxo, mas também não precisa ter um pé de chumbo. A lógica é simples: acelerar de uma vez ou frear com tudo exige muito do motor (e dos freios) e, consequentemente, consome mais combustível.
4. Postos com bandeira
Na cidade, o conselho mais sábio é abastecer naquele posto que você já conhece e confia. Mas o que fazer em uma estrada desconhecida? É sempre difícil ter garantias, mas Takahira aconselha que, em rodovia, o caminho mais confiável são os postos maiores, mais conhecidos e com bandeira.
"A adulteração não escolhe bandeira, mas corriqueiramente marcas menos conhecidas são mais propensas a adulteração. Grandes marcas têm um programa de qualidade e cliente incógnito para manter a qualidade no fornecimento”, explica o engenheiro.
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5. Pneus calibrados e rodas alinhadas
Essa é uma das dicas mais básicas e mais cruciais para economizar. Pode parecer complexo compreender como um pneu descalibrado pode impactar no consumo de combustível, mas acontece, e tentaremos esclarecer por quê.
Um exemplo simples pode ajudar a entender esse fato: empurrar um carro com pneu murcho é muito mais difícil que com pneu cheio. O pneu calibrado exige menos do motor, logo poupa combustível.
O mesmo vale para rodas desalinhadas: você gasta mais energia guiando uma bicicleta alinhada, que vai para frente com facilidade, ou uma desalinhada, que guina para um lado e para o outro a cada pedalada?
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O desalinhamento não só aumenta o consumo como causa um desgaste precoce dos pneus, pois cria uma maior resistência ao rolamento.
Ao conferir alinhamento e balanceamento, aproveite para fazer uma revisão preventiva no carro antes de pegar a estrada, conferindo filtros de ar e combustível, cabos, velas de ignição e óleo. Tudo isso ajuda a melhorar a autonomia e ainda evitar algum perrengue.
6. Desligar ou manter o carro ligado em congestionamentos?
Pior do que ficar horas parado na estrada é gastar combustível para ficar parado. Sendo assim, se o congestionamento estiver intenso, observe se o tempo parado passa de um minuto. Se sim, desligue o carro enquanto espera o tráfego voltar a fluir.
O diretor da AEA, porém, faz um alerta: “Ligar e desligar constantemente o veículo pode não ser benéfico. Por isso, analise o nível de congestionamento e o tempo completamente parado antes de ficar ligando e desligando carro”.
Também é importante ficar atento ao movimento dos veículos à frente. Se a fila começou a andar, o carro já deve estar ligado antes de chegar a sua vez de rodar.
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7. Faça uma lista e leve só que for necessário
Quanto mais pesado o carro, maior é o consumo de combustível. Sim, óbvio assim. “Quem quer economizar precisa avaliar o que realmente vai usar na viagem. Quanto menor o carro, mais o peso das bagagens influencia no consumo”, esclarece o especialista.
“Por outro lado, se for um carro de porte maior, uma alteração pequena no peso da bagagem não vai ser tão percebida assim. Mas claro que, independentemente do tamanho do carro, qualquer peso extra vai gerar algum impacto no consumo”, completa
É muito comum encher o porta-malas até o teto e não usar sequer um terço dos itens, ou reduzir absurdamente a bagagem e ter que comprar coisas no destino, o que pode gerar até um gasto maior do que a economia de combustível.
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Para reduzir as malas sem se arrepender por ter deixado algo necessário para trás, a forma mais assertiva é listar antecipadamente tudo que você vai precisar. Assim, será possível tomar uma decisão racional do que vai e do que fica, sem tantos riscos de pecar seja pelo excesso ou pela falta.
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A faculdade me fez jornalista, a vida me fez aficionada por carros esportivos e adrenalina. Unindo paixão e profissão, realizo a missão de conectar pessoas com o universo automotivo, mas confesso que já tentei pilotar um kart e não deu muito certo.